Seja bem-vindo!

Por: Helena Tortorelli da Silva 10/07/2021
0
Post Thumbnail

Marília Landi lança o clipe do single “Dreamer”

Clipe “Dreamer”, de Marilia Landi, tem levada bossa-nova e referências do filme “Melancolia”, de Lars Von Trier.

Dirigido por Gary Gananian, “Dreamer“, uma das primeiras músicas que Marília Landi compôs para o álbum “Barco” (2020, independente), tem estreia marcada para o dia 11 de julho no canal do YouTube da cantora. Composta e interpretada por Marília Landi, a canção, em inglês, tem uma harmonia simples com levada de bossa nova. “Ela fala de um lugar de um amor vivido, prestes a acabar e isso gera lembranças e projeções que se misturam entre o que foi e o que poderia ter sido, por isso o elemento onírico”, diz.

Marilia Landi
Capa do álbum Barco | Crédito: Divulgação

Dentro do álbum, a canção se destaca por ter se aproximado da bossa nova tradicional, mas com pegada contemporânea. “Acredito que a escolha da localização do clipe, um lugar nas montanhas (São Bento do Sapucaí – SP), contribuiu para deixá-la com um jeito de bossa folk “, comenta.

O clipe traz algumas referências do filme “Melancolia” do diretor Lars Von Trier, na cena em que a atriz está na água com um vestido de noiva. Além disso, há as imagens de dança da bailarina Flora Barros.  “Ela dança um pouco meus sentimentos e sensações enquanto eu fico em contato com a natureza e a água vivendo essas emoções”, explica. Marília assina a produção de figurino do clipe, já que é profissional da área. A música tem arranjos do pianista cubano Pepe Cisneros e a produção foi feita pela própria Marília junto com Guga Stroeter.

Marília se define como uma artista naturalmente ligada às questões humanas atuais e de maneira orgânica ela trata de temas como espiritualidade, relação homem-natureza-cidade e amor.

Artista: Marília Landi

Música: Dreamer

Lançamento: 12 de julho no canal oficial do YouTube da cantora

Interprete: Marília Landi

Autor: Marília Landi

Álbum: Barco

Independente

Sobre o álbum Barco

Escute nas plataformas digitais

“Barco” é o primeiro álbum da cantora e compositora paulistana Marília Landi. São 12 canções inéditas de sua autoria, com exceção de “No Mundo”, faixa onde ela faz a letra em parceria com a música de Guga Stroeter e Pepe Cisneros. A instrumentação do álbum é totalmente acústica e tem como base o piano, violões, percussão, contrabaixo e ainda em algumas faixas o toque do acordeom, da flauta, do vibrafone, do violoncelo e metais — o que confere à obra um caráter artesanal.

Ouvir o álbum “Barco” (ouça aqui) é viajar pela nova música brasileira com suas diversas conexões contemporâneas. Os arranjos são do pianista cubano Pepe Cisneros e a produção é dividida entre a própria Marília e o músico Guga Stroeter. Com exceção da faixa “Your Heart”, arranjada pelo também pianista Daniel Grajew. A sonoridade do disco é impecavelmente suave e um convite à uma experiência sensível onde o ouvinte pode entregar-se à evolução engenhosa das melodias, dos timbres e da qualidade musical dos instrumentistas convidados.

Sempre mantendo a sua unidade interpretativa, o álbum “Barco” passeia por diversas expressões musicais brasileiras como a bossa nova, o samba de roda e o maxixe; e ao mesmo tempo visita o universo norte-americano através do jazz e do rock com inspiração oldie até chegar à faixas mais longas que tem uma evidente proposta meditativa.

Comentários sobre o disco “Barco”

por Marília Landi

Água-doce:

É uma bossa nova com elementos de world music que abre o disco com a intenção de reverenciar a natureza, principalmente na forma das águas e de uma certa forma comparar a generosidade da Natureza em oposição à sociedade.

Jeito de Bossa:

Quando escrevi essa letra me inspirei no universo da bossa nova, como se estivesse no Rio de Janeiro dos anos 60 e falei de imagens que me remetiam a esse ritmo lindo e a música acabou virando uma singela homenagem à bossa nova.

Sim ou Não:

Quando fizemos o arranjo dessa música optamos por usar o ijexá (sugestão do pianista Pepe Cisneros) e acho que foi uma boa escolha porque combina com o caráter mais dramático da letra. Essa letra fala de uma pessoa que vive uma certa perturbação mental por causa de dúvidas afetivas.

Edifícios:

Essa foi uma das primeiras letras que escrevi e que era apenas uma poesia e que fui adaptando até virar uma música. Acredito que a escrevi em um momento que tive mais consciência de que a verticalização predatória, o desenvolvimento urbano sem planejamento das cidades era algo que me incomodava e que isso é um dos sintomas do sistema em que vivemos que pode deixar as cidades mais feias e também afastar as pessoas por causa das diferenças. Essa música é um convite à empatia e também fala de uma memória/sonho onde as coisas pudessem ser diferentes. Participação especial do Chico Salem na guitarra.

Encontros:

Essa faixa é um rock suave, inspirado naquele estilo doo-wop dos anos 50 norte-americano que eu gosto muito. E esse ritmo traz uma descontração para falar de que os encontros reais e não apenas virtuais fazem falta … daí ela fala de coisas leves, de passatempos despretensiosos que duas pessoas podem fazer pra valorizar o tempo juntas. E também no final tem um recadinho que combina com a da Edifícios porque cito um poema do jornalista Dafne Sampaio, ele fazia stencils em alguns tapumes de obras com a frase “Você praça eu acho graça você prédio eu acho tédio“. Teve participação do João Suplicy na guitarra.

No Mundo:

Essa é a única faixa em que apenas a letra é minha. A música é do Guga Stroeter e do Pepe Cisneros. E é uma das mais jazzísticas do álbum. A letra surgiu quando eu estava caminhando na rua e vendo as pessoas ocupadas nas próprias vidas…e que apesar dessa quantidade de pessoas, de coisas para fazer e ser, ainda podemos nos sentir só. Porém ela traz um conceito mais positivo no refrão de inspiração espiritual… se a gente acordar a essência ou a alma tudo fica melhor e nos sentimos mais conectados.

Your Heart:

Essa é a única do álbum que foi arranjada pelo pianista e compositor Daniel Grajew e com o caminho que o arranjo tomou, decidimos fazer uma singela homenagem à Nina Simone daí uma certa semelhança à “My baby just cares for me” e no solo do Daniel tem citação a Bach que é uma grande referência para Nina, que também era pianista erudita.

À Duvidar:

Essa canção traz o elemento do acordeom e da percussão que remetem à distância da cidade – que pode ser tanto rural ou litorânea mas a letra é também uma reverência à natureza, a sabedoria e simplicidade em contrapartida à complexidade do ser humano e suas dificuldades de se doar.  Por ser uma das faixas longas onde os músicos improvisam, também traz um aspecto meditativo.

Barco:

A música que dá nome ao álbum tem um pouco de drama no início apoiado pelo piano singelo do Pepe Cisneros e um refrão com samba de roda com direito a batuque com prato e faca. É uma das que fala de relacionamentos e optamos por fazer um final com um jeito impressionista como se o barquinho saísse navegando.

Ser Brincante:

Essa foi a primeira música instrumental que compus no piano e apesar da melodia mais divertida eu a tocava apenas como valsa. Daí o Pepe Cisneros fez uma arranjo que combinou mais com o caráter dela e com a instrumentação que escolhemos virou um maxixe. Era pra ser a única faixa instrumental do álbum, mas com o tempo surgiu uma letra que apesar de não parecer é como se eu tivesse perguntando “quem é Deus?”. E que eu acabo sugerindo que meu Deus é um ser brincante como eu já li sobre o Deus Krishna. Mas acredito que as pessoas podem ouvi-la e identificar outras coisas.

Caminhos:

Essa música escolhi para fechar o disco porque queria que as pessoas ficassem com a sensação que ela traz depois de ouvi-lo por completo. Por ser uma faixa mais longa, tem esse caráter meditativo e a mensagem da letra é mais explícita ao falar de espiritualidade. Traz o conceito oriental de eternidade, de divindade ao mesmo tempo que fala de uma certa liberdade que cada um pode ter dentro da sua vida, de suas escolhas independente do que a sociedade espera de nós. Tem a participação do Yaniel Matos no violoncelo que traz um brilho e uma profundidade para a música também na improvisação junto com a flauta e a voz.

Sobre Marília Landi

Marília Landi é cantora e compositora de São Paulo.  Aos 11 anos iniciou o estudo de piano clássico.. Mais tarde, iniciou faculdade de Comunicação Social e antes de terminar o curso iniciou o trabalho como produtora de figurinos para fotografia e catálogos de moda. Mais tarde se tornou sócia com 2 amigas em uma loja de roupas na Vila Madalena, a If, onde também faziam alguns eventos chamando músicos para se apresentar nas tardes de sábado. Posteriormente em 2007 criou um pequeno ateliê, Madhu-ateliê e bem-estar com a intenção de trazer mais consciência na produção de moda, utilizando o conceito de não-violência (tecidos sem origem animal) e não exploração (respeito à mão de obra), também já inspirada por influências orientais.

Neste meio tempo começou a estudar violão e escrever poesias e em parceria com músico Guga Stroeter fez sua primeira letra de música para o disco HB Tronix, vertente eletrônica da Orquestra Heartbreakers. A partir daí iniciou suas primeiras composições.

Marilia idealizou o projeto Lady Blue Moon resultado de pesquisas de oldies (jazz, rock e R&B) norte-americanos, discotecando por dois anos consecutivos nas matinês de Domingo da Sala Crisantempo (SP), nos intervalos do Movimento Elefantes onde se apresentavam big bands de sopro como a Soundscape e Projeto Coisa Fina.

Inspirada para continuar o trabalho de composição foi estudar música no Espaço Musical Ricardo Breim e iniciou o estudo do canto com Mônica Thiele Waghabi. Depois cursou 1 ano na Groove Escola sob orientação de Leyve Miranda e Fernanda Galvão, período que finalizou suas primeiras 12 composições e iniciou o processo de arranjo com o pianista Pepe Cisneros que resultou no disco “Barco”. Em 2018 retomou o estudo de piano com Daniel Grajew e atualmente estuda piano com Silvia Góes e canto com Natalia Escamez. Em 2020 lançou seu primeiro álbum autoral, que de certa forma reúne os elementos presentes em suas vivências ao longo do tempo como um marco pessoal da transição de carreira.


Leia Também: Descender (Vol. 1 e 2) de Jeff Lemire – Quadrinhos para ler n°3

Siga @Nerdrecomenda nas redes Sociais

Facebook | Twitter | Instagram

Barco bossa-nova Dreamer Marilia Landi
Tags:
Compartilhe:

A Nerd Recomenda também está no Facebook, Instagram, Youtube e no Twitter. Segue a gente lá!

Comentários

Deixe seu Comentário