Grandes nomes como Paramore, Muse e Green Day fizeram parte da trilha sonora de uma das maiores sagas do final dos anos 2000: “A Saga Crepúsculo”.

Muito se pode falar sobre as adaptações cinematográficas da obra literária de Stephanie Meyer que, unidas, formam “A Saga Crepúsculo”.

Em ambos os casos, a maior parte desses comentários, provavelmente, serão negativos. Mas, como um dos próprios astros da franquia, Robert Pattinson, comentou em entrevista à People durante a coletiva de “The Batman” em 2022: “Odiar Crepúsculo é tão 2010.”.

Por isso, hoje venho aqui para enaltecer um ponto que, dentre todos os outros, nunca poderá ser ridicularizado ou sequer diminuído: A ótima trilha sonora que embala toda a história de Bella Swan (Kristen Stewart) e Edward Cullen (Robert Pattinson) nas telonas.

Com a predominância de bandas de Rock Alternativo e do Rock Independente nas faixas, eu posso dizer que as soundtracks desses cinco filmes também foram alguns dos responsáveis para que eu conhecesse e me apaixonasse ainda mais por esse gênero musical na época. Não é atoa que, até hoje, permanece sendo um dos meus favoritos.

Então, já separa os seus fones de ouvido e me acompanhe nessa viagem entre os anos de 2008 e 2012 através de 10 músicas que deram uma cara fonográfica muito distinta para essa franquia. Já aviso também que não sou nenhum perito musical ou algo do tipo, então todas as opiniões a seguir são baseadas apenas no meu gosto pessoal e não, necessariamente, pautadas em quesito técnicos profundos.

E, é claro, que não teria como eu começar essa lista senão com o maior símbolo de “Crepúsculo” (2008) e que eu tenho certeza que você se lembrará com facilidade. 

O cenário do clipe é uma floresta. Nossa vocalista, além do timbre excepcional, está com um tom de ruivo em suas madeixas que, na minha singela opinião, é um dos mais bonitos que ela já utilizou. O solo inicial da guitarra é inconfundível, assim como a bateria que entra em seguida. Composta especialmente para o primeiro longa, essa é “Decode”, interpretada pela banda Paramore.

Eu sou apaixonado pela potência que Hayley Williams traz em cada verso e, provavelmente, essa deve ter sido a minha porta de entrada para consumir mais e mais Paramore nos anos seguintes. Um dos meus versos favoritos é a segunda voz no pré-refrão que, por vezes pode passar despercebida, mas que diz: “I’m screaming: I love you so, but my thoughts you can’t decode”, sendo uma tradução perfeita da dinâmica que acontece entre o casal protagonista.

“When my times comes…”. A próxima música que vou citar aqui imediatamente se tornou uma favorita na época em que foi lançada, mas também ganhou um significado ainda mais profundo pra mim após a perda de Chester Bennington em 2017. 

“Leave Out All The Rest” interpretada por Linkin Park traz uma letra forte sobre o que acontecerá depois que tivermos encerrado a nossa passagem por esse plano astral e quais memórias deixamos para os que permanecem por aqui. Além disso, também acredito que é uma composição muito clara sobre a luta contra a depressão, a qual milhares de pessoas enfrentam ao redor do mundo. 

Seguindo a nossa lista, já vou entregar que, de todas as participações dos britânicos da banda Muse nessa saga, a minha favorita é, de longe, o remix de “I Belong To You” presente em “A Saga Crepúsculo: Lua Nova” (2009).

Apesar de “Supermassive Black Hole” e “Neutron Star Collision” também serem ótimas, “I Belong To You” foi conquistando um espaço muito singular no meu coração e me peguei ouvindo mais e mais com o passar dos anos. É o tipo de som que se começar a tocar no aleatório da playlist, eu vou sentir a necessidade de ouvi-lo até o final todas as vezes. 

O tom dançante, a voz hipnotizante de Matthew Bellamy e o refrão viciante são a combinação ideal para tornar essa faixa tão memorável nesse longa que, por diversos motivos, admito ser o que eu mais gosto dentre todos.

A próxima é aquele tipo de canção ideal para se ouvir na estrada, até porque a própria letra te fará lembrar de um ponto importantíssimo quando se está na direção: “Wait. Ok. You gotta look before you go”. Essa é “Monsters” de Hurricane Bells. Eu sempre me divirto ouvindo essa e não poderia deixá-la de fora.

Agora se você nunca ouviu a música seguinte em um dia de chuva, com a cabeça encostada na janela do ônibus enquanto você volta para casa depois de um dia exaustivo de trabalho, então você não está vivendo direito.

“Possibility” interpretada por Lykke Li está presente em uma das cenas mais significativas de Bella Swan na saga, onde ela observa o tempo passar pela janela do seu quarto após Edward decidir ir embora pela segurança da garota. 

Eu lembro de quando eu, ainda adolescente, cheguei nessa parte no livro e me deparei com as famosas páginas vazias pela primeira vez e a alternativa que encontraram para adaptar esse momento para as telonas conseguiu carregar e entregar à altura todo o peso e o vazio que a personagem carregava naquele momento. E “Possibility”, sem dúvidas, merece levar o seu crédito por estar incluída na composição dessa cena, tornando-a ainda mais melancólica.

Preciso também deixar uma menção honrosa e mais do que especial para todo o score composto por Alexandre Desplat para “A Saga Crepúsculo: Lua Nova”. Acredito que este tenha sido o meu primeiro contato com esse compositor e segue sendo simplesmente uma das coisas e um dos instrumentais mais belos que eu já ouvi. Ouçam “New Moon“, “New Moon (The Meadow)” e “Full Moon” e vocês vão entender o que quero dizer.

O capítulo seguinte, “A Saga Crepúsculo: Eclipse” (2010) deixa toda a melancolia de lado para dar espaço para a ação e frenesi já que, caso você não se recorde, é nesse capítulo em que Victoria (interpretada por Bryce Dallas Howard), com sede de vingança, reúne um exército de recém criados para atacar Bella e os Cullens.

Mas é claro que o amor e o romance continuam sendo os pontos principais dessa história e, dessa vez, a cantora australiana Sia é quem botou seu vozeirão e suas ótimas composições para jogo. Não existe palavra melhor para definir “My Love” do que uma crescente.

Assim como um sentimento vai nascendo aos poucos e se amadurecendo com o tempo, essa faixa vai crescendo pouco a pouco, vai se abrindo mais, se permitindo, até atingir seu ápice por volta dos seus 4 minutos de duração. Sem contar que está presente na tão esperada cena do “Eu aceito”, um momento icônico para uma música icônica.

Quem também fez parte da trilha sonora desse terceiro capítulo, foi ele: Cee Lo Green. Aposto que você não se lembrava disso, não é? Tudo bem, eu também não lembrava até decidir revisitar todas as trilhas para iniciar essa resenha. E que surpresa boa!

“What Part of Forever” é simplesmente uma das mais gostosas de se ouvir e, se você souber assobiar, saiba que tenho inveja de você. Por que se eu soubesse, eu estaria pra cima e pra baixo assobiando essa melodia com toda certeza.

E, chegando a reta final da nossa jornada, o quarto e, até então, último livro da série ganhou uma adaptação em duas partes lançadas em 2011 e 2012, respectivamente: “A Saga Crepúsculo: Amanhecer”.

Eu confesso que essas duas últimas soundtracks, em especial a da segunda parte, eu não ouvi tanto quanto as anteriores, mas, nem por isso deixaram de entregar grandes hits para o fandom.

Não teria como não citar logo de cara aquela que foi utilizado em 11 de cada 10 casamentos da época de seu lançamento.

A norte-americana Christina Perri estourou bolhas e mais bolhas com a sua “A Thousand Years” e o tanto que ela deve ter faturado com essa composição não é brincadeira. É importante lembrar que essa música possui duas versões, uma solo (que está aqui acima) e uma incluindo trechos inéditos e com a participação especial de Steve Kazee, ambas belíssimas.

Outra faixa que também ganhou uma remodelada em “A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1” (2011) foi “Flightless Bird, American Mouth” do cantor Iron & Wine. Essa canção também fez parte da trilha sonora de “Crepúsculo” lá em 2008, mas a versão para o longa de 2011 é infinitamente superior na minha opinião, principalmente pela limpeza dos vocais e pela acústica bem mais intimista. Não preciso nem falar da adição dos violinos, não é? Perfeitos.

E, por último mas não menos importante, podem entrar: Billie, Mike e Tré. Green Day foi a banda responsável por me introduzir ao mundo do punk/rock lá em meados de 2007/2008, graças a uma amiga que me emprestou o seu “American Idiot”. Esse álbum abriu minha cabeça de diversas formas e me transformou completamente sendo, até hoje, um dos meus prediletos da vida. 

Em “A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 2” (2012), esses três nos presenteiam com “The Forgotten” e, apesar de não achar o videoclipe uma das melhores produções já feitas, essa música ainda merece o seu espacinho nessa playlist especial.

Como vocês puderam notar, apesar das massivas críticas negativas à atuação, roteiros e efeitos visuais, um tópico que sempre se saiu ileso foram as faixas que acompanhariam cada capítulo dessa história.

Claro que não deu para falar de tudo por aqui e outros grandes sucessos como “It Will Rain” de Bruno Mars, “Eclipse (I’m Yours)” do Metric e as participações de Florence + The Machine e Vampire Weekend também acabaram ficando de fora dessa lista.

Mas a torcida é que a nova adaptação de “A Saga Crepúsculo” em formato de série de TV que está vindo por aí também nos entregue uma sonoridade e um compilado de composições tão boa quanto.

Enquanto esse momento não chega, sugiro que você dê uma aprofundada nas soundtracks dos filmes quando tiver um tempinho, pois tem muita coisa bacana que você pode acabar descobrindo.

Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.