Seja bem-vindo!

Por: Jamerson Nascimento 12/06/2023
2
Post Thumbnail

A Pequena Sereia: Ariel, oficialmente, faz parte do nosso mundo

O novo live-action dos estúdios Disney, “A Pequena Sereia”, já está disponível nos cinemas

A Pequena Sereia” de Hans Christian Andersen já ganhou diversas adaptações desde que o conto foi escrito em 1837, não é a toa que a animação dirigida por Ron Clements e John Musker lançada em 1989, o primeiro lançamento da era da Renascença da Walt Disney Pictures, foi um grande sucesso na época da sua estreia.

A Pequena Sereia
Animação de 1989

Em seu ano de lançamento, o longa arrecadou mais de 84 milhões de dólares em bilheteria e, atualmente, estima-se que o valor total arrecadado é de mais de 211 milhões desde aquela época. Além disso, a animação também levou 2 Oscars sendo eles, “Melhor Trilha Sonora” e “Melhor Canção Original” com Under The Sea”. 

Então, desde que a Disney começou com a leva de remakes em versões live-action de seus maiores clássicos, era questão de tempo até que fosse oficializada uma nova adaptação da sereia. E eu sendo uma criança que cresceu nos anos 2000, consumindo boa parte do catálogo deste estúdio, não poderia ter ficado mais animado – e mais receoso – quando finalmente veio o anúncio em 2016 de que veríamos Ariel em carne e osso nas telonas por que, afinal, junto a Pinóquio, ela divide o meu pódio de animação favorita.

Depois de sete anos de espera, uma pandemia e uma onda de comentários puramente racistas, cá estamos nós em 2023, na chegada aos cinemas brasileiros no último dia 25 de maio da versão live-action de “A Pequena Sereia” (The Little Mermaid, no original) dirigida por Rob Marshall (conhecido por dirigir os filmes “Chicago” (2002), “Memórias de Uma Gueixa” (2005) e “O Retorno de Mary Poppins” (2018)) com Halle Bailey, Melissa McCarthy e Javier Bardem no elenco e com músicas compostas por Alan Menken (também responsável pela música da animação de 1989) e Lin-Manuel Miranda (do espetacular “Hamilton“).

Assim como na animação, acompanhamos a história da jovem Ariel, uma sereia que possui em si um grande desejo de saber mais sobre o mundo dos humanos, uma vez que não se sente totalmente pertencente a sua vida no mar. 

Filha mais nova de Tritão, o Rei dos Mares, Ariel sempre ouviu sobre as maldades cometidas pelos homens, sendo constantemente alertada que nunca deveria subir a superfície e muito menos interagir com os seres que lá habitam. 

A Pequena Sereia
Halle Bailey como Ariel | Disney

Apesar dos avisos, a sereia continuava a explorar o oceano com seu amigo Linguado em busca das mais diversas bugigangas e artefatos humanos, construindo para si uma grande coleção. Até o dia em que presenciou um navio onde a tripulação comemorava o aniversário do Príncipe Eric.

Após salvá-lo de um naufrágio, Ariel apaixona-se por Eric, e faz um acordo com Úrsula, a Bruxa do Mar, abrindo mão de sua voz para que possa ter pernas no lugar de suas barbatanas e, assim, viver junto aos humanos.

Halle Bailey está impecável como Ariel e, sem dúvidas, é o ponto alto dessa adaptação. Sua performance carrega todo o filme nos divertindo com sua curiosidade, nos encantando com seu carisma e beleza e, por fim, nos emocionando e arrepiando com a interpretação belíssima de “Part of Your World”. 

A nova canção “For the First Time“, mostrando as primeiras impressões de Ariel em terra firme e começando a entender realmente o preço de seu sacrifício e as consequências desse ato se torna uma interessante adição à história.  

Em contrapartida, não podemos falar o mesmo de Jonah Hauer-King, intérprete do Príncipe Eric. Ainda que “Wild Uncharted Waters” não seja de todo ruim, fazendo um paralelo com o solo de Ariel muito interessante, o ator entrega uma execução vergonhosa e sofrível durante seu número musical. O roteiro nos revela algumas novas informações sobre a história do príncipe e sua família, algo que é muito bem vindo por sinal, mas ainda assim Jonah não consegue trazer tantas nuances ou emoções para o seu Eric, resultando em um trabalho mediano em cena.

O Sebastian de Daveed Diggs surge de maneira divertida e consegue arrancar vários sorrisos durante toda a projeção e junto a Awkwafina (intérprete de Sabidão) e Jacob Tremblay (intérprete de Linguado) formam um ótimo trio, mesmo sendo perceptível que Linguado perdeu muito do seu brilho nesse live-action.

Javier Bardem não está em seu melhor trabalho, ainda assim entrega um Rei Tritão rígido e convicto de que suas regras são o melhor para o seu reino. Enquanto que Melissa McCarthy nos apresenta uma Úrsula irônica, sarcástica e manipuladora, porém, nem de perto tão assustadora quanto a da versão animada.

E aproveitando que estamos falando da vilã, precisamos falar sobre a sua cena final. Eu, particularmente, estava muito ansioso para a chegada desse momento, mas quando ele finalmente chegou, simplesmente não foi possível enxergar o que acontecia em tela. 

Agora, antes de continuar, preciso abrir uma tangente aqui. Algumas semanas atrás, a Disney foi alvo de inúmeras críticas após disponibilizar nas redes sociais um vídeo rápido mostrando o processo de maquiagem de Melissa. Os comentários se resumiam em evidenciar que o trabalho realizado pelo maquiador parecia simples e muito aquém do esperado. 

Com o filme lançado e, após passar pelo processo de pós-produção, podemos ver que a maquiagem está um pouco melhor do que foi divulgado anteriormente. Porém, no clímax do filme, onde ocorre a transformação de Úrsula, é possível notar em pouquíssimos e rápidos momentos que ali ocorreu um trabalho mais encorpado, mas, devido a falta de uma mínima iluminação, não é possível apreciar ou sequer identificar de fato como ficou a expressão e feição da Bruxa do Mar em seus últimos minutos de tela, o que é muito triste. 

Já é de conhecimento daqueles que são curiosos pelos processos de bastidores de uma produção cinematográfica que um dos artifícios usados pelos estúdios para encobrir as muitas falhas que possam aparecer em cenas utilizando CGI (computação gráfica) é deixar o ambiente o mais escuro possível. E, em muitas vezes, essa se mostra uma péssima saída. 

Por mais que existam algumas outras cenas com pouca iluminação, nenhuma delas me incomodou tanto quanto a sequência final porque, nestas outras cenas, ao menos, ainda é possível entender o que está acontecendo.

Fazer filmes que se passam debaixo d’água já é um desafio por si só, porém em relação a outros pontos do CGI, como os animais e a vida marinha, por exemplo, até que ganham um resultado satisfatório em cena, nada muito excepcional. Mas quando se tratam das sereias e a sua movimentação temos um outro grande problema, em especial, as irmãs de Ariel que parecem muito robóticas e com zero naturalidade e fluidez

Agora, depois de expor todos os pontos citados acima, você deve estar imaginando que eu não gostei nem um pouco desse live-action, certo? A verdade é que o tempo passou tão rápido e eu me diverti e me emocionei tanto acompanhando mais uma vez a jornada de Ariel, que nem parecia que o filme tinha 2 horas e 15 minutos de duração quando ele terminou.

Definitivamente os números de “Under The Sea” e da inédita “The Scuttlebutt” vão conquistar de crianças a adultos, afinal, como que uma música sobre fofoca poderia ser odiada por alguém?

Sim, existem falhas nesse live-action, mas quando comparo com o desastroso “Mulan” (2020) ou ao inexpressivo “O Rei Leão” (2019), por exemplo, eu chego a conclusão de que saí da sessão de “A Pequena Sereia” genuinamente satisfeito e contente com o resultado.

Eu apenas torço para que, quando a produção estiver disponível no Disney Plus, pelo menos essa questão envolvendo a iluminação no final seja revista e corrigida. No mais, Ariel oficialmente faz parte do nosso mundo e absolutamente ninguém poderá dizer o contrário.

A Pequena Sereia
I don’t know when, I don’t know how but I know something’s starting right now. Watch and you’ll see, someday I’ll be part of your world

Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.

Trailer Oficial
A Pequena Sereia disney
Tags:
Compartilhe:

A Nerd Recomenda também está no Facebook, Instagram, Youtube e no Twitter. Segue a gente lá!

Comentários
  • Avatar
    A Pequena Sereia é bom mesmo? Confira motivos para assistir o novo live-action que já está disponível no Disney+ - [2023]

    […] está disponível exclusivamente no Disney+ o filme A Pequena Sereia, novo live-action inspirado no clássico musical de animação da […]

  • Avatar
    A Pequena Sereia: Curiosidades exclusivas da nova versão live-action já disponível no Disney+ - [2023]

    […] sua exibição nos cinemas, A PEQUENA SEREIA – a versão live-action da clássica animação musical de 1989 sobre Ariel, uma sereia com […]

Deixe seu Comentário