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Por: Letícia Couto 26/07/2022
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“Aquilo Que Eu Nunca Perdi” chega aos cinemas em 08 de setembro

Dirigido por Marina Thomé, documentário “Aquilo Que Eu Nunca Perdi”, que recebeu o prêmio de Melhor Filme no Festival In-Edit Brasil, traz a intimidade e o processo criativo de Alzira E

Vida e obra da artista Alzira E são o foco do documentário AQUILO QUE EU NUNCA PERDI, dirigido por Marina Thomé, e vencedor do Festival IN-EDIT Brasil de 2021. Selecionado pelo Rumos Itaú Cultural, o longa chega aos cinemas no dia do aniversário de Alzira, em 08 de setembro, com produção do Estúdio CRUA e distribuição da Descoloniza Filmes.

Completando 45 anos de carreira, Alzira E é referência na cena musical independente de São Paulo. A cantora, compositora e instrumentista sul-matogrossense atravessa e transfigura gerações na música contemporânea brasileira. O filme reúne memórias, imagens e arte e contempla, por meio do cinema, a trajetória de experimentação musical de Alzira com parceiros como Ney Matogrosso, Arrigo Barnabé, Almir Sater, Alice Ruiz e Itamar Assumpção.

Essa cinebiografia musical, que entrecorta fotos, jornais, materiais de arquivo, shows e sequências íntimas e bem-humoradas de Alzira, também conta com lembranças de seus parceiros sobre o processo de composição e canções inéditas das décadas de 1970 e 1980, encontradas em gravações caseiras, em arranjos feitos exclusivamente para o filme. A montagem rítmica, que transita por contrastes e afetos, permite que sua trajetória seja redescoberta ao mesmo tempo em que leva a artista a um novo público.

Há mais de 15 anos, a cineasta e artista visual Marina Thomé acompanha Alzira E de perto. “Comecei a fotografar seus shows, fomos ficando mais próximas com o passar dos anos, e fui conhecendo também sua família. Hoje em dia é uma grande amiga e parceira de trabalho, sempre presente“, conta.

Marina conta que queria produzir um filme que contemplasse as várias facetas dessa mulher fascinante e inspiradora, que podem ser vistas pelos olhos do público até mesmo no ato de mudar seu nome artístico de Alzira Espíndola para Alzira E. A diretora costuma dizer que tem com Alzira “uma relação cinematográfica”.

Além de fotografar seus shows, criou vídeo-cenários, videoclipes, capas e fotografias da CORTE, a nova banda de rock liderada por Alzira. A partir da relação construída com a protagonista, a diretora teve acesso a um vasto acervo de fitas MDs, VHSs e K7s, entre vídeos e músicas, que foi digitalizado especialmente para esse documentário.

Aquilo Que Eu Nunca Perdi, filme sobre Alzira E. Foto: Divulgação
Aquilo Que Eu Nunca Perdi, filme sobre Alzira E. Foto: Divulgação

AQUILO QUE EU NUNCA PERDI traz também gravações e entrevistas inéditas que tecem a narrativa do filme, dando conta das importantes transformações ao longo da carreira da artista, assim como suas parcerias com figuras como Anelis Assumpção, Tiganá Santana, Benjamim Taubkin, Renato Teixeira, Luli e Lucina.

Para Alzira E, profissão e família andam juntas, por isso o documentário retrata também a relação com sua família de artistas, como os irmãos Geraldo, Celito, Humberto, Jerry e Tetê Espíndola, além de suas filhas Iara Rennó e Luz Marina, que são cantoras e compositoras como ela.

Para AQUILO QUE EU NUNCA PERDI, produzido por Marcia Mansur, Marina contou com o trabalho de outros três pesquisadores, o que lhe ajudou a trazer ainda mais profundidade de informações para o filme. “Um especializado em mídias mais tradicionais, como TVs, rádios, e jornais de alcance nacional, outro apenas focado no Mato Grosso do Sul, que encontrou coisas maravilhosas da família Espíndola”.

E completa: ”Além disso, uma terceira pesquisadora fez um trabalho bonito em SP, coletando arquivos biográficos com muitos amigos e parceiros de Alzira.” O processo de montagem durou 6 meses e contou com roteiro feito com Dellani Lima. “O roteiro gerou 4h de filme na primeira montagem. O processo todo durou aproximadamente 6 meses e tive a consultoria de Idê Lacreta e Renato Vallone, que foram essenciais para o processo.”

O filme teve sua estreia mundial no BAFICI – Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente, na Argentina, seguindo para vários festivais nacionais e internacionais, como o brasileiro In-Edit – Festival Internacional do Documentário Musical, no qual levou o prêmio de Melhor Filme, a CineOP – Mostra de Ouro Preto, e também os estrangeiros WOMEX – The World Music Expo, em Portugal, e o Festival Internacional de Cinema de Cracóvia, na Polônia.

No prêmio ABC 2022, promovido pela Associação Brasileira de Cinematografia, AQUILO QUE EU NUNCA PERDI foi indicado em duas categorias: Melhor Montagem (Marina Thomé) e Melhor Equipe de Som Longa-Metragem Documental (Victor Jaramillo, Ricardo Zollner, Simone Alves e Ariel Henrique).

“Quanta emoção é Alzira no documentário AQUILO QUE EU NUNCA PERDI. Um ganho para nossa alma”, escreveu Marcelino Freire, na Folha de S. Paulo. “Com inegável vigor, o filme faz um acerto de contas e exibe a artista em um esplendor milagroso”, escreveu David Obarrio, do BAFICI.


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