
Até a morte: sobreviver é a melhor vingança
O que fazer quando seu marido se torna um peso morto?
“Até a morte: sobreviver é a melhor vingança” é um thriller estrelado por Megan Fox que arrancou vários elogios das críticas pela atuação em sua tentativa de sobreviver às situações adversas, enquanto acorrentada ao seu marido morto (tudo bom?).
Atenção: Conterá alguns spoilers, leia por sua conta e risco.
Emma (Megan Fox) vive um casamento infeliz com Eoin Macken (Mark), um marido controlador. Ambos se conheceram porque, anos atrás, Emma foi agredida por um homem, o que a deixou com alguns traumas, e Mark foi o advogado responsável pelo caso. O agressor, por sinal, está para ser solto em condicional (guarde esse detalhe no fundo da sua mente). Emma tinha um amante, mas decide terminar tudo, na tentativa de resgatar seu verdadeiro relacionamento, às vésperas de seu aniversário de casamento.

Mark a leva a um encontro típico (flores, jantar, joias) e decide terminar a noite com uma surpresa, vendando Emma e a levando para uma cabana no lago, isolada do mundo (nem um pouco suspeito). Emma até fica um pouco nervosa, a princípio, mas a cabana é um lugar que ela conhece e seu marido a decorou toda com flores e velas, música ambiente e fotos do casal só para manter o clima romântico (eu, por outro lado, continuava suspeitando de tudo).
Na bela manhã de inverno, com a neve branca cobrindo tudo do lado de fora da janela, nossa protagonista acorda e logo se vê numa situação bizarra, algemada ao seu marido que, do nada, começa a soltar todo um discurso, dando a entender que ele sabe do caso dela. Pior que isso, só quando ele saca uma arma, atira na própria cabeça, dando um banho de sangue na mulher e um problema para ela resolver.
Considerações
Eu não havia lido a sinopse para evitar qualquer influência ou spoiler, então, tirando o suicídio do marido, que era uma possibilidade, mas eu não pensei que seria isso, o resto seguiu uma linha mais “previsível”. Não que previsível seja ruim, se bem trabalhado, não há problema.

Primeiro de tudo, qual seria a necessidade de criar um passado envolvendo a protagonista e um agressor que foi recentemente solto se não fosse para ele aparecer nessa cabana em algum momento, né? E como ele poderia saber dessa cabana se não fosse pelo próprio marido que o contratou para aterrorizar sua “querida” esposa? Mas até que ele demorou bastante para aparecer, eu jurava que ele já estaria lá desde o princípio, envolvido em tudo.
A coisa que eu acho que teria ajudado mais seria ter utilizado uma locação maior, mais complexa, porque daria justificativas mais plausíveis da mulher conseguir se esconder de dois homens, fugir para lá e para cá, sem que ninguém a visse. Sinto que muitas das vezes que ela escapou por um tris foi uma facilitada muito óbvia que o roteiro precisou dar, senão ela morria ali e a história acabava. Os bandidos, claramente, precisaram dividir um único neurônio porque se fossem mais espertos também teriam encontrado ela antes.
A premissa que era a esposa presa ao cadáver do marido nem dura grande parte do filme, mesmo o cara fazendo questão de tirar todos os objetos cortantes da casa. Ainda assim, se a moça tivesse sido mais esperta, quebrava o vaso de vidro que estava em cima da mesa e cortava o dedão dele fora para arrancar a algema logo no início (claramente não foi assim que rolou).

A “vingança” do falecido marido não faz nada, além de mostrar que o cara sofria de sérios problemas psiquiátricos para fazer isso com a esposa, só porque descobriu que ela o traia. Isso que, o mesmo também já a traíra anteriormente como Emma mesma desabafa, em certo ponto do filme. Enfim, a hipocrisia de quem trai, mas não suporta ser traído.
Agora deixa eu falar do ponto alto de todo o filme que não seria outro senão a atuação da Megan Fox. Calando a boca de todo mundo que vivia criticando a moça, dizendo que ela só prestava para fazer papel de gostosona, a atriz entregou aqui. O pânico, o desgaste de ficar arrastando o cadáver do marido pela casa, passando frio (essa moça arrastando esse cara, descalça na neve, que aflição)… E não sou só eu falando, vários criticos sérios concordam que a performance de Megan foi uma das melhores da carreira dela.
E como comentário pessoal devo acrescentar que Megan Fox fica cada vez mais bela a medida que envelhece. Gente, as cenas dela caída no gelo, o contraste. A personagem estava em pânico, possivelmente entrando em estado de hipotermia, machucada (era trágico)… mas aquilo ali, aquilo era arte.
Eu acredito que o filme entretém o público, até tomei um sustinho em um certo momento, mas no fundinho eu senti falta de um pouquinho de terror psicológico, algo para fazer a vítima, que já esta a beira do colapso, pensar que esta ficando louca. Ele entrega o thriller, mas eu penso que o roteiro conseguiria ser até mais dark, se quisesse, para deixar a gente chocado (querer algo do gênero é sinal que preciso de uma consulta psicológica? Humm).
Parece que eu só estou reclamando, mas eu só estou dizendo que não é um p@ta suspense de arrancar os cabelos, mas é interessante e vale a pena assistir. O filme está em exibição nos cinemas, acredito que migrará futuramente para algum streaming. Quando acontecer, atualizo aqui!
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