O longa acompanha a vida de uma comissário de bordo francesa e a sua rotina no trabalho enquanto passa por vários países

O filme franco-belga “Bem-vindos a Bordo” (Rien à foutre / Zero Fucks Given) vai chegar aos cinemas brasileiros em 1º de dezembro, sendo disponibilizado pela Synapse Distribution. O longa é estrelado por Adèle Exarchopoulos como a protagonista Cassandre, Mara Taquin como Mélissa Wassels e Alexandre Perrier como Jean Wassels.

A sinopse do filme dirigido por Emmanuel Marre e Julie Lecoustre diz: “Cassandre é comissária de bordo em uma pequena companhia aérea. Ela está sempre disposta a fazer horas extras e desempenhar suas tarefas com uma eficácia implacável. Em paralelo, ela leva uma vida despreocupada entre o aplicativo de relacionamentos, festas e dias desocupados. Então, inesperadamente, ela é afastada e se vê forçada a voltar para casa. Cassandre terá a força para enfrentar os problemas dos quais vinha fugindo?”

Os maiores problemas de Bem-vindos a Bordo

“Bem-vindos a Bordo” possui alguns defeitos que não o tornam um bom filme, para começar temos a câmera muito perto dos personagens, como se fosse uma espécie de biografia, o que em muitos casos pode ser bem incômodo, porém nos faz sentir como um verdadeiro vigia da personagem, alguém que está acompanhando a personagem de perto em sua rotina no trabalho e fora dele.

Um dos poucos pontos positivos do longa é justamente a sua trilha sonora, que não é muito dinâmica e encaixa perfeitamente com o ritmo lento do filme. Além disso, em vários momentos temos cenas onde não há trilha sonora, o que torna alguns dos principais diálogos do filme muito mais marcante e significativo, principalmente quando envolvem Cassandre e sua família.

A família Wassels também é um dos poucos pontos positivos de “Bem-vindos a Bordo”, mesmo não aparecendo muito, o pouco de tempo que o pai e a irmã de Cassandre nos fazem senti-los como bons personagens e boas pessoas que, apesar dos pesares e dos problemas familiares, eles se dão bem como família.

Não podemos dizer o mesmo sobre os outros personagens secundários que não aparecem muito frequentemente e, por acompanhamos principalmente Cassandre, o seu dia a dia e seu ponto de vista, não conhecemos os outros personagens muito a fundo. Embora isso possa ser incômodo para quem gostaria de ver mais da história centrada em Cassandre, também percebemos que é algo proposital, já que, como dito antes, o filme é uma especie de biografia de Cassandre, onde passamos as quase duas horas de filmes com somente ela em tela.

Por ser focado em companhias aéreas, especialmente na vida de uma comissária de bordo, o filme pode ser bastante interessante e até identificável para aqueles que trabalham na área. Contudo, para aqueles que não possuem interesse nessa área, “Bem-vindos a Bordo” pode ser bastante tedioso.

Outro ponto que pode prejudicar bastante a opinião de algumas pessoas sobre “Bem-vindos a Bordo”, é que não acontecem muitas coisas no longa. Acompanhamos a vida de uma pessoa normal, que bebe, fuma, vai trabalhar, enfrenta problemas no trabalho como afastamento e cursos obrigatórios, enfrenta problemas familiares como perda de parentes e discussão com o pai, sendo uma história onde o pouco que acontece, acontece de forma lenta e uma duração de 1h30 seria mais apropriada para o filme.

Vale a pena assistir Bem-Vindos a Bordo?

Ao contrário do que acontece em outros filmes com uma temática mais pé no chão, neste longa franco-belgo não temos muito foco no drama apresentado, os sentimentos da personagem não são muito aprofundados, embora nos somos levados a acreditar que esse é o foco. Não temos acontecimentos fantásticos e improváveis de acontecer na vida real, temos exatamente o oposto disso, vemos na história somente pontos totalmente críveis e que poderiam acontecer com qualquer um, com você, com seus amigos, com seu colega de trabalho e etc.

De forma bastante direta, podemos dizer que “Bem-vindos a Bordo” pode funcionar para quem se identifica com a vida do personagem principal. Agora, se você quer um filme para chorar, para rir, para ver cenas improváveis, cenas muito dramáticas, grandes histórias de amor, grande história de famílias, então esse definitivamente é um filme para passar longe, pois tudo o que você encontrará são situações monótonas e nada extraordinárias na vida de uma pessoa comum.

Confira a seguir o pôster e o trailer de “Bem-vindos a Bordo”:

Texto por: Galbi Junior