Dali and Cocky Prince: O mundo da arte e o mundo da indústria alimentícia? Como isso?
Comédia romântica sobre um museu de arte prestes a falir
Dali and Cocky Prince é um dorama sul-coreano, um romance de 16 episódios. Disponível na Netflix, que junta um casal um tanto “curioso”, um diretor de uma empresa de carnes, relativamente nova, e a herdeira de uma família de grande prestígio na Coreia, ambos unidos para salvar o museu de arte da família dela de ir à falência.
O primeiro encontro deles também acontece de foma inusitada, mas, antes disso, vamos aos fatos que antecedem esse evento. Jin Moo-hak (Kim Min-jae) é o diretor e filho do CEO da Dondon F&B, uma empresa que começou como um restaurante e cresceu muito no mercado, se tornando uma rede de serviços de alimentação (podemos dizer, uma família de novos-ricos). Esse jovem diretor, investiu uma boa grana, a pedido de seu irmão mais velho, no Museu de Arte de Cheongsong e levou um puxão de orelha do pai, então ele foi atrás de reaver o dinheiro emprestado ao museu.
Do outro lado, temos Kim Da-ri (Park Gyu-young), uma pesquisadora que ama arte, filha do dono do museu e muito amável. É na Europa que a confusão começa, quando Da-ri encontra Jin Moo-hak, o identifica pelo sobrenome e ambos acabam numa situação de troca de identidades, de forma que ela acreditou que ele se tratava de outra pessoa, com o mesmo sobrenome, e ele achou que estava indo para um evento a convite da empresa.
No final, apesar das confusões, o que ficou foi a conexão entre ambos e a promessa que Moo-hak encontraria ela de novo para pegar de volta um relógio muito importante que ele deixou com ela de propósito (detalhe: ele não sabia nada sobre ela para conseguir entrar em contato, mas enfim). Da-ri, acabou retornando à Coreia, subitamente porque, nesse meio tempo, recebeu a notícia do falecimento de seu pai e então acabou como nova diretora do museu. E nessas que ela reencontra com Moo-hak, quando ele vai fazer um escarcéu no museu para ter seu dinheiro de volta e daí é só mais confusão e mais romance…
Primeiro de tudo, já deixo avisado que se você é do tipo que detesta personagem que arruma mil e uma desculpas, mas que não admite seus reais sentimentos e intenções, então você vai odiar imensamente o Moo-hak. Vamos acompanhando, nos detalhes, como ele fica caído de amores pela moça, mas ele não admite, não se declara, os motivos para todas as ações deles são sempre a desculpa de “estou fazendo isso porque sou seu fiador, você precisa pagar a dívida do museu”. Ele até chega a gastar mais dinheiro com o museu, mas é tudo para ter retorno financeiro, não tem segunda intenções, claro.
Porém, quando eles ficam finalmente juntos (nem é spoiler), claro que terá gente e circunstâncias para atrapalhar, daí entramos naquele arco em que um deles termina, sem contar o motivo, o outro fica sem entender nada, achando que é por uma coisa, mas é por outra. O típico caso da falta de conversa numa relação, de tentar resolver tudo sozinho, de pensar que tem que resolver tudo sozinho. (Ao mesmo tempo que reclamo, eu sigo vendo porque gosto de clichês… a bipolaridade…)
A Da-ri, é uma caixinha de pandora, cada vez que abre, saí um problema novo, um trauma, uma questão para resolver, a coitada não tem paz. É o ex-noivo que dá intenção de querer reatar, mas foi o próprio que terminou tudo (muito confusa essa história); são várias frentes tentando levar o museu a fechar as portas, tudo por conta de dinheiro, dos terrenos em torno do museu (então tem politicagem envolvida no meio); é banco que não dá uma ajuda com empréstimo; artista que desiste de expor no museu por conta de polêmica; jornalista publicando fake news, etc.
Se eu posso dizer que senti falta de algo, é de um foco maior na questão da apreciação de arte, visto que, a Da-ri é pesquisadora desse meio, ela entende, e muito, sobre arte, então imaginei que seria a deixa para trazer ao telespectador aquelas cenas que parecem uma aulinha de, de repente explicando o trabalho de algum artista mais a fundo, ou ensinando sobre como apreciar uma obra, não sei (aproveitando que tínhamos o típico personagem que não entende nada sobre isso). Não que isso atrapalhe a história de alguma forma, mas só achei que podiam ter usado mais esse conhecimento da personagem a favor dela.
Outra coisa que não entraram em detalhes, mas tenho minhas suspeitas é que a Da-ri tenha algum grau de autismo, mesmo que bem leve, porque quando estavam abordando o passado dela, teve uns momentos que pareceu isso. Posso estar completamente enganada, também.
Dali and Cocky Prince é bem tranquilo, apesar do plot que parece chato, a história vai rolando que você nem vê, eu mesma, fazia um tempo que não via dorama e, sempre que você assiste algo que faz tempo que não o faz, tem aquela demora para se readaptar (pelo menos é o que rola comigo), mas foi rapidinho.
Por: Letícia Vargas
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