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Por: Letícia Bortoleto Vargas 29/06/2023
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E se fosse a gente? (Será que foi? Será que não foi?)

Um romance muito fofo entre dois jovens vivendo os surtos de Nova York e que te faz questionar “e se fosse a gente?”

E Se Fosse a Gente? É um romance LGBTQIAPN+, co-escrito por Adam Silvera e Becky Albertalli que conta a história de dois rapazes que se encontram da forma mais inusitada e através desse empurrãzinho do universo, tentam ver onde a relação entre os dois pode chegar.

Arthur é um jovem de 16 anos, da Geórgia, que está passando um mês em Nova York, estagiando numa empresa de advocacia, onde sua mãe veio, a trabalho. Ben é um estudante de recuperação que mora em Nova York e que acabou de se separar de seu ex-namorado, com quem está de recuperação (informação relevante).

O universo mexeu seus pauzinhos aqui e, num belo dia, Arthur e Ben se encontram numa agência de correios, em NY, onde Ben foi postar a caixa com pertences para devolver ao seu ex. Depois de uma conversa descontraída, interrompida por um flash mob e um pedido de casamento (do nada), os dois perdem contato, mas não se esquecem desse breve encontro.

“Eu acredito em amor à primeira vista. Destino, universo, encontros escritos nas estrelas, tudo isso. Mas não do jeito que você está pensando. Não sou desses que ficam dizendo “você é minha metade da laranja e só vou ser feliz ao seu lado”. Não, nada disso. Só acredito que a gente esteja destinado a conhecer algumas pessoas, e o universo as coloca de alguma forma em nosso caminho”. - Arthur

Ben é do tipo que desiste fácil, ou melhor, nem tenta porque acha que não dará certo. Felizmente, ele tem o Arthur que é insistente e faz de um tudo, até encontrar uma forma de entrar em contato com ele, que nem o próprio nome havia dado.

E se fosse a gente?
Becky Albertalli e Adam Silvera

Começa aí, uma série de primeiros encontros, para fazer “dar certo”, essa relação, pelo menos durante o mês que Arthur estará em Nova York, antes de voltar para casa.  O bom é que o romance é narrado a partir do ponto de vista de ambos, intercalados nos capítulos, um capítulo com ponto de vista do Arthur, um do Ben, e vice-versa.

Eu vou te dizer que esse casal viveu todos os altos e baixos de uma relação de longa duração, em apenas um mês, e viveu intensamente, e foi lindo! Começa com a saga para conseguirem se reencontrar, dois estranhos em Nova York, que não sabem nada um do outro, mas a internet está aí para ajudar você, meu jovem, a stalkear o mundo alheio (se o perfil não for privado, claro).

E, claro, ter boas influências, nesse caso, amigos que te incentivam a ir atrás do boy misterioso é uma super ajuda para fazer essa história andar. O que seria desses dois sem esses amigos? Os de Arthur não se destacam tanto, afinal está na Geórgia, mas o melhor amigo de Ben é o melhor personagem (já quero um spin off dele com a namorada).

Ao longo da história vamos conhecendo mais o casal, assim como eles mesmos vão se conhecendo, Arthur um super fã de Harry Potter e musicais da Broadway, todo dramático, que vive por momentos cinematográficos e fazer “eventos especiais” para quem gosta (a mente dele viaja). Isso é o que nos rende os maiores momentos de vergonha alheia no livro, não negarei. “E se fosse a gente?” traz bastante vergonha alheia, mas num bom sentido.

Já Ben é mais fechado e a gente vai notando que ele tem uma questão interna com a própria autoestima, uma tendência a ver o “copo meio vazio”, pelo que me pareceu. Ele gosta de escrever e o faz, para si, tendo um livro todo que escreveu, usando pessoas da sua vida como personagens de fantasia, mas que não tem coragem de compartilhar com os outros (as pessoas só sabem que o livro existe, mas ninguém nunca leu). O fato de ter ficado de recuperação não ajudou sua autoestima também.

E se fosse a gente?

Os dois juntos geram reflexões já que Ben por vezes não consegue deixar de se comparar, afinal, Arthur já tá com o futuro planejado, já sabe que faculdade quer fazer e tudo mais e ele tá aí, de recuperação, sem perspectivas de futuro.

Arthur acaba trazendo um pouco mais de positividade (e musicais da Broadway) para a vida de Ben. E, ao mesmo tempo, Ben também dá uma aula para Arthur sobre estereótipos culturais latinos, já que ele odeia que as pessoas não percebam que ele é Porto Riquenho, só porque nasceu mais “branco” que a maioria dos latinos.

“Meus pais são muito religiosos, e gostamos de dizer que temos uma relação saudável com a religião. Não somos daqueles católicos tradicionais que dizem viver de acordo com os ensinamentos da Bíblia e convenientemente ignoram todos os versículos que contradizem o discurso de ódio que sai de suas bocas. Somos o tipo de católico que acha que as pessoas não deveriam ir para o inferno por não serem héteros, e isso antes mesmo de eu me assumir”. - Ben

Apesar do romance, das brigas, de tudo, o que temos como certo aqui é: Arthur fica em Nova York até o final do mês, depois disso, volta para Geórgia. E aí, como fica essa relação? Relacionamentos a distância dão certos? Eles assistiram Hamilton? (piada interna). Se quiser saber mais sobre “E se fosse a gente?”, terá de ler a continuação e encerramento dessa dualogia: “E se a gente tentasse?”

Por: Letícia Vargas

E se fosse a gente? Intrínseca lgbtqiapn+ livros
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