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Por: Ana Paula Castro 04/05/2023
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Guardiões da Galáxia – Vol. 3 traz uma narrativa mais madura para a equipe

O longa busca integrar os guardiões e seu propósito investindo nas tramas pessoais dos heróis

Guardiões da Galáxia – Vol. 3 tem a difícil tarefa de manter o público/carisma/nível dos dois primeiros filmes que surpreenderam pelo sucesso de uma equipe que, nos quadrinhos, está longe de fazer parte do Esquadrão Classe A da Marvel. A integração com os demais filmes do Universo Cinematográfico Marvel (MCU) fizeram com que os guardiões fossem amados pelos fãs do estúdio, o que por sua vez gerou uma necessidade de cuidado com aqueles personagens e com essa trama por parte dos desenvolvedores.

Assim, o retorno de James Gunn, que deu vida aos dois primeiros filmes, cumpriu seu papel de manter a linguagem já estabelecida e montar uma continuação coerente com os eventos dos dois primeiros filmes e de Vingadores Guerra Infinita e Ultimato (apesar das controvérsias que rondam o diretor em relação às acusações de tecer comentários com teor de pedofilia no passado).

Depois de se separarem do Deus do Trovão em Thor 4, os guardiões montam um QG em Luganenhum, onde se estabelecem e vivem suas vidas aparentemente em paz quando não estão salvando a galáxia, até que a aparição de um ser poderoso em busca de Rocket Racoon (Bradley Cooper), desencadeia uma série de eventos que levam os heróis a uma nova aventura e ao confronto com um novo vilão: o Alto Evolucionário, que busca evoluir forçadamente as mais variadas espécies a fim de criar a sociedade perfeita, além de ser o responsável pela transformação de um guaxinim qualquer em uma das mentes mais brilhantes do universo.

É de se pensar que o óbvio, após a morte de Gamora (Zoe Saldana) em Guerra Infinita e seu retorno em uma versão do passado em Ultimato, seria uma trama focada em trazer a heroína de volta para a equipe. Contudo, o filme vai para o lado oposto disso ao focar seus dramas e plot principal nos demais guardiões, especialmente Rocket que, se não fosse pelo arco final que traz o trabalho em equipe de forma muito mais potente, poderia até ser considerado o protagonista do longa.

Rocket Racoon | Guardiões da Galáxia - Vol. 3

O gênio dos Guardiões da Galáxia finalmente tem seu passado revelado e de forma muito tocante e bem construída. Aqui vale ressaltar o excelente trabalho da captação de movimento e CGI do personagem, que deram toda uma profundidade maior para a história. Sem muitos spoilers, Rocket tem um passado doloroso, com amigos que o tornaram quem ele é quando encontra os guardiões pela primeira vez. Durante a trama, ele é presente e ausente ao mesmo tempo, e não é qualquer personagem que sustenta uma participação como essa num filme de 2h30min de duração.

Outro lado que nunca foi tão bem explorado nos Guardiões da Galáxia e que preenche muito bem as mais de duas horas é a relação dos heróis entre si. Afinal, depois de um longo tempo atuando juntos nas mais diversas missões e levando na bagagem as perdas, conquistas e traumas de cada um, seria impossível certos conflitos não surgirem. Nesse sentido, o destaque fica para Nebulosa (Karen Gillan), Mantis (Pom Klementieff) e Drax (Dave Bautista), que protagonizam cenas importantes ao ponto de levar às soluções finais da, então, trilogia.

Mantis e Drax, que sempre foram usados apenas como alívio cômico, mostram seu valor para a equipe. No caso de Mantis, a personagem finalmente ganha uma voz ativa e impõe seu valor, mostrando um lado diferente de sua personalidade sem, contudo, perder sua essência. Drax e Nebulosa, por outro lado, não tiveram essas nuances, embora tenham sido bem trabalhados da forma já conhecida pelo público.

Guardiões da Galáxia - Vol. 3

Assim, a equipe precisa aprender, reconhecer e valorizar as características e contribuições individuais, para além da inteligência de Rocket e da força física de Groot (Vin Diesel), o que se mostra um desafio quando se tem personagens egocêntricos, como Quill (Chris Pratt) e Nebulosa, e ingênuos, como Drax e Mantis.

Outra coisa que chama a atenção no filme é a participação de Gamora. Com a personalidade e história de antes de conhecer os guardiões, a personagem se mostra muito diferente do que o público conhece e está acostumado e surpreende com um desfecho que não anula suas novas experiências em favorecimento da “outra Gamora”, dando mais profundidade e humanidade para a personagem. É por meio dela, inclusive, que somos apresentados a Sylvester Stallone na Marvel, o que, convenhamos, não precisa de muito para agradar.

Guardiões da Galáxia - Vol. 3

Ao contrário do que se poderia esperar, ela não se envolve com os guardiões por estar de volta à equipe, mas sim por uma série de eventos, um pouco forçados, sim, mas interessantes, que a levam até eles e a um reconhecimento dela para com a equipe e vice-versa.

Apesar dos bons momentos e do desenvolvimento geral do filme, algumas tramas ficam perdidas no meio de tantas outras, como a do próprio Peter Quill, que só faz um pouco mais de sentido após a segunda cena pós-crédito, e a de Kraglin (Sean Gunn), que se resume no personagem aprendendo a usar uma arma e simplesmente só não é menos interessante por sua associação com o carisma de um cachorro.

Por conta desses momentos, o filme acaba se tornando longo demais. Não que seja cansativo, mas ficaria muito melhor e mais dinâmico com alguns minutos a menos.

Agora, a grande discussão que permeou os fãs desde que os trailers do longa saíram: Adam Warlock (Will Poulter). Apesar de protagonizar grandes cenas de batalha e ter introduzido muito bem Os Soberanos na trama, o personagem é um tanto infantilizado. Talvez por ter sido retirado de seu casulo cedo demais, como diz sua mãe, a Alta Sacerdotisa dos Soberanos, interpretada por Elizabeth Debicki.

Adam Warlock | Guardiões da Galáxia - Vol. 3

O fato é que o personagem exerceu seu papel de anti-herói e ainda resta muito potencial “heróico” a ser desenvolvido nele. As expectativas com certeza foram cumpridas em relação às suas cenas de batalha e em momentos-chave de sua participação, mas como personagem, poderia ter sido mais interessante se não parecesse uma criança e trouxesse um lado cômico sem muito “alívio”.

Como já de praxe nos filmes dos Guardiões da Galáxia, a trilha sonora exerce um papel fundamental na narrativa e foi muito bem trabalhada desta vez, entrando em momentos-chave e fazendo uma comunicação interessante entre o público e os personagens.

No mais, Guardiões da Galáxia – Vol. 3 vale muito a pena se você ainda estiver na vibe de filmes de super-heróis. Se não estiver, é possível que se sinta cansado e talvez perdido no meio trama, pois a fórmula Marvel continua sem muitas adaptações para um público que se dispersou um pouco após Vingadores: Ultimato.


Classificação do Autor

Avaliação: 4 de 5.

*Texto por Ana Paula Castro

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