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Por: Larissa Regina Diniz 04/10/2021
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Hidamari ga Kikoeru – um mangá para ler não só pelo romance (embora possa ser por isso também)

“Humanos são seres que buscam o apoio uns dos outros nos momentos difíceis. Mesmo se não estão juntos, tudo o que você precisa fazer é se lembrar do rosto da pessoa com quem você compartilha estes sentimentos e acredita em você. Apenas ter essa presença na sua vida pode realmente te salvar.”

– Hidamari ga Kikoeru (tradução livre)
hidamari ga kikoeru
Taiichi Sagawa, nosso raio de sol de cabelos escuros, e Kouhei Sugihara, o galã de cabelos claros

Hidamari ga Kikoeru (eu ouço as manchas solares) é um mangá escrito e desenhado pela autora Yuki Fumino e publicado desde 2013 na revista Canna, especializada em histórias BL (boys love). Trata-se de uma história bem curtinha, com apenas 4 volumes publicados contando a história completa. O diferencial da obra, no entanto, é que além de mostrar toda aquela jornada romântica que os amantes de shoujo adoram, aqui temos um assunto extra para ser trabalhado.

Que assunto é esse?

Pois bem, Hidamari ga Kikoeru conta a história de dois colegiais, o Taiichi e o Kouhei. O Taiichi é aquela criaturinha maravilhosa que faz amizade com todo mundo graças a sua capacidade de se comunicar com sinceridade, de tomar decisões baseadas no seu coração, e seu bom-humor inabalável. Enquanto isso, o Kouhei, apesar de ser inteligente, esforçado, e um galã que faz as menininhas da faculdade suspirarem toda vez que ele passa, é um lobo solitário com muitas dificuldades de interagir com os outros. Isso porque ele tem deficiência auditiva, fato que dificulta suas interações sociais mesmo quando usa um aparelho auditivo.

Mas é aí que nosso plot começa de verdade, pois em troca de receber comida de graça todos os dias, Taiichi, que tem um buraco negro dentro da barriga, fica responsável por fazer as anotações das aulas do Kouhei, de forma que ele tenha registro das explicações do professor mesmo nas horas em que não entende nada do que foi dito em sala.

Não que o Taiichi seja um bom tomador de notas, já que muitas vezes ele dorme no meio da aula (risos nervosos). Mas pelo menos o Kouhei agora tem um amiguinho pra almoçar junto, não é?

É… pelo menos até ele perceber que está se apaixonando pelo Taiichi. E o coitado já passou por tanta dificuldade nessa vida tentando ser entendido (mas aí dando trabalho pra quem tentava falar com ele, se tronando um inconveniente, até que ele se sentisse um fardo e acabasse desistindo totalmente de falar com a pessoa… repita o processo todos os dias) que parece até impossível construir uma relação duradoura com alguém que consegue ouvir. Não é fácil.

hidamari ga kikoeru
Kouhei falando o nome do Taiichi em linguagem de sinal no capítulo 11

Apesar do foco diferente pro início de uma relação, não se engane, em Hidamari ga Kikoeru temos o combo completo do romance fofo: a amizade que vai ficando mais próxima, os momentos de vulnerabilidade entre o ship, os personagens coradinhos quando começam a ter noção de seus sentimentos, e interações completamente awkward de casal recém formado (vida real, amigos).

Mas essa não foi a parte que fez o mangá ganhar meu coração.

A forma como a autora apresentou as dificuldades do Kouhei e outros personagens que convivem com deficiência auditiva de diferentes níveis, foi sensível e instrutiva. Uma vez que cada personagem, a partir de suas experiências de vida, enxerga sua deficiência de forma única, e escolhe como conviver com ela dentro de uma sociedade claramente não preparada para acolhê-los (e o mangá faz questão de mostrar o quanto não estamos preparados. É um tapa na cara da sociedade, literalmente).

Dessa forma, a história ganha ainda mais peso enquanto nosso casalzinho fofo luta interna e externamente para fazer seu romance dar certo. Mas para isso, o que eles vão precisar é exatamente o que está faltando na sociedade para criar um lugar seguro para todos: um esforço real para entender a realidade do outro, ouvintes que saiam de sua zona de conforto, e não ouvintes com paciência para explicar.

E claro, para aqueles que preferem as mídias 3D, em 2017 foi lançado o live action baseado no mangá. O trailer você pode conferir logo aqui em baixo.

Texto por: Larissa Diniz (@kitsune.literaria)

Avaliação: 4 de 5.

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Comentários
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    5 mangás BLs fofinhos para ler em qualquer lugar (“safe”) - [2022]

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