Shikimori-san  é o tipo de “ikemen” que conquista todos os gêneros, sem mais

Kawaii dake ja nai Shikimori-san (trad: Shikimori-san não é apenas uma gracinha) é uma comédia romântica que traz uma inversão de papéis no gênero, onde a garota frágil e necessitada de proteção, na realidade, é a heroína que protege seu namorado azarado de todos os perigos. E nosso jovenzinho, é o garoto que perde o fôlego e sente o coração bater mais forte a cada ato incrível que a moça realiza.

A história começa com a narração de Izumi-kun, um garoto conhecido por ser muito azarado, beirando o absurdo, e que namora sua colega de classe Shikimori-san, uma jovem que podemos considerar que seria o padrão de desejo de todos na história. Então o anime já começa com eles como casal e ficamos nos perguntando como isso aconteceu, coisa que só será revelada bem lá para frente.

É interessante perceber que o casal principal parece ter várias camadas que, claramente em uma curta temporada de anime não dá para descascar tudo. Izumi-kun, por exemplo, devido a sua natureza azarada, ele parece uma pessoa um tanto conformista com as situações (“ah, deu errado, não tinha jeito mesmo, tudo bem”). Ele tenta se manter otimista, mas vemos, mais para frente, que o azar o incomoda, o fez se afastar das pessoas no passado e o faz temer que algo de ruim possa acontecer com aqueles que ficam perto dele.

Em contrapartida, Shikimori-san é como se fosse o amuleto de sorte de Izumi-kun e não se importa com isso, ela faz questão de protegê-lo e fica apreensiva quando não está por perto. A parte dele, Shikimori pode ser forte, confiável, atlética, um partidão para qualquer gênero, mas a mesma tem conflitos internos com isso porque ela sente que não é “fofa” o suficiente, ela queria se sentir mais feminina. E é uma parada dela mesma, Izumi nunca disse nada disso, até porque ele está apaixonado por tudo que ela faz.

Além deles, temos três amigos do casal que se destacam e se envolvem nas trapalhadas dos dois, a Kyo Nekozaki, a Yui Hachimitsu (que representa toda a geração de sedentários que só querem ficar em casa mofando em paz) e o Shu Inuzuka (o melhor de todos pelo simples fato de ser alvo do ciúme infundado da Shikimori). Fica a menção honrosa para os pais do Izumi-kun que são muito legais e receptivos e ao irmão mais velho da Shikimori (queria mais tempo de tela para ele, sem segundas intenções, claro).

Tivemos até uma insinuação de um possível triângulo amoroso, mas, fugindo dos clichês, eu gostei da abordagem que a história deu para a situação, sem cair na mesmice. E Shikimori-san mostrando, novamente, porque ela é incrível.

Esteticamente falando, a arte do anime é muito bonita, o que é esperado de um shoujo, o capricho está, principalmente, na cor dos olhos dos personagens e nos closes da Shikimori. Nota: Episódio 2, Shikimori jogando vôlei, aquele close… apenas aquilo, vocês vão entender. 

Kawaii dake ja nai Shikimori-san tem 12 episódios, disponível na Crunchyroll, sendo adaptado do mangá de mesmo nome, da autora Keigo Maki. Um fator curioso no anime, temos dois episódios especiais no meio do anime, não é um seguido do outro, mas estão por ali. Um é a reprise do primeiro episódio, mas com a narração dos dubladores, ou seja, eles vão contando mais sobre eles e a relação com o anime, a escalação, as cenas que mais gostaram e revendo o primeiro episódio, juntos, e a gente vai acompanhando essa conversa.

Não achei uma chatice, achei realmente curioso e eles pareciam bem animados. O segundo especial também é com os dubladores, mas num estúdio, com eles ali na frente das câmeras, trazendo resultados de uma enquete de cenas populares entre os fãs e entre os próprios dubladores. Mais uma vez, assisti inteiro porque fiquei curiosa e não achei chato, mas fiquei me questionando porque, do nada, esse tipo de “evento” no meio do anime. Talvez eu estava debaixo de alguma pedra e tenha acontecido algo na época que atrasou os episódios, de repente tem relação com a pandemia de COVID-19, enfim. É sobre isso.

O anime teve uma boa recepção e parece que tem muita história pela frente, então espero que venha uma segunda temporada para continuarmos acompanhando esse relacionamento muito fofo entre o casal. Eu preciso de mais evolução nessa relação, está caminhando a passos de lesma, meu coração não aguenta assim!

Por: Letícia Vargas

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