Maligno é o mais novo filme do aclamador diretor James Wan, porém roteiro fraco e direção bagunçada fazem de Maligno uns dos piores trabalhos de Wan

James Wan está de volta para o terror com Maligno. Não tem como não ficar empolgado ao saber que o diretor dos filmes Jogos Mortais, Gritos Mortais, Sentença de Morte, Sobrenatural, Sobrenatural 2, Invocação do Mal, Invocação do Mal 2 e Annabelle retorna ao terror, em busca de uma renovação do gênero, porém Maligno falha em diversos aspectos.

A história de Maligno começa em um hospital psiquiatra, onde ocorrem diversas experiências com um paciente chamado Gabriel, em 1993. Saltando para os dias atuais, vemos Maddy, uma mulher que vive em um relacionamento abusivo, e após uma briga com marido ela bate a cabeça e começa a sangrar. A partir de então começam eventos estranhos, que irão conectar Maddy com o hospital psiquiatra.

Nesse filme, James Wan tenta criar algo novo para terror, misturando sobrenatural, terror psicológico e slasher, com pitadas de ação e algumas piadas pontuais. Essa salada de Wan faz com que seu filme seja uma obra perdida, um grande apanhado de diversos outros filmes do diretor. O roteiro também não ajuda, apesar de ser uma ideia boa, porém mal executada. Ao misturar tantas ideias, o filme fica sem identificação, o que dificulta uma imersão profunda nele.

O roteiro em si tem uma sacada que mescla o sobrenatural com ficção cientifica e explora uma perspectiva da mente pouco usada. Porém, isso só fica no papel, pois sua execução é confusa e causa uma estranheza ruim, portanto, fica difícil comprar a ideia do filme. Personagens rasos, não geram uma compreensão de seus papeis, ficando superficiais. Muitas cenas e desenvolvimentos de personagens me incomodam, como a relação entre o  detetive e a irmã, usado para alívio  cômico desnecessário, ou  a cena de perseguição do detetive e Gabriel, mal feita e coreografada.

Mesmo com o roteiro e atuações ruins, os aspectos técnicos são bons. James Wan é um diretor que sabe bem manipular uma câmera. O jogo de câmeras e a angulação das filmagens são tipicas do terror de Wan, com longos planos-sequência para dar um ar de suspense, interrompidos com cortes rápidos, quebrando o clímax e colocando os  personagens em momentos de pânico. Cores escuras, cortes, edição, tudo bem feito, mas não o suficiente para salvar o roteiro ruim.

Talvez Maligno seja um dos piores filme de Wan. Sem pé nem cabeça, o filme não se aprofunda no terror, parecendo um catadão de outros filmes.

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