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Por: Larissa Regina Diniz 10/08/2020
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Minha Experiência com Ni no Kuni: Wrath of the White Witch

Ni no Kuni junta a sensação de um clássico J-RPG com o estilo e familiaridade da arte do Estúdio Ghibli

 

Ni no Kuni: Wrath of the White Witch é um jogo de J-RPJ (RPG japonês) desenvolvido pelo estúdio Level-5, e lançado internacionalmente pela Bandai Namco em 2013. Assim foi que anunciado, o game causou uma grande comoção nos corações de jovenzinhos nostálgicos do mundo inteiro por seu trabalho visual inspirado e realizado pelo estúdio Ghibli, responsável por famosos longa-metragens como O Castelo Animado, A Viagem de Chihiro, e Meu Amigo Totoro

E eu, como otakinha que sou, além de amante de um bom J-RPJ, fiz questão de jogar a versão remasterizada para PS4 do game, para tirar minhas próprias conclusões sobre essa experiência.

 

Confira o trailer abaixo:

 

Primeiro, um resumão sobre a história do jogo: 

 

Oliver (オリバー) é um garotinho de 13 anos que acabou de perder a mãe. Perdido em seu luto, o menino dá vida ao boneco de pelúcia que ela havia lhe presenteado para fazer companhia. O boneco conta então que ele é, nada mais nada menos, do que Drippy (シズク Shizuku), Lorde Supremo das Fadas, que foi transformado em brinquedo pelo bruxo do mal Shadar (ジャボー Jabou). As lágrimas de Oliver quebraram seu encantamento, o que indica que Oliver deve ser o que eles chamam de “Puro de Coração”. De de acordo com a lenda, apenas o herói Puro de Coração poderá libertar Ni no Kuni (cuja tradução seria “o reino de lá”, ou “o outro mundo”) das maldições do bruxo, trazendo novamente a paz.

E tem mais um detalhe importante: cada pessoa no Ni no Kuni, é conectada com a sua “alma gêmea”, seu “outro eu”, no mundo de Oliver. Ou seja, se alguém é infeliz em um dos mundos, com certeza isso afetará sua alma gêmea. Ajudar uma, consequentemente ajudará a outra. Drippy então explica que a mãe de Oliver, em Ni no Kuni, é a Grande Feiticeira Alicia, que um dia desafiou Shadar, e nunca mais foi vista. Mas, quem sabe, se conseguirem ajudar sua alma gêmea, ainda haja um jeito de salvar a mãe do garoto em seu próprio mundo!!

Com esperanças renovadas, Oliver viajará por todos os reinos de Ni no Kuni, aprendendo a magia necessária para derrotar o bruxo das trevas, ajudando cidadãos com seus problemas, e fazendo amigos em sua jornada: como a harpista Esther (マル Maru), o atirador Swaine (ジャイロ Jairo), e o feiticeiro e príncipe Marcassin (ラース Lars).

 

ni no kuni

 

Tudo entendido até agora? Ok, então vamos ao que eu, pessoalmente, achei do jogo.

 

A respeito do público alvo, é preciso entender que, a julgar pelo enredo e sua narrativa, este é um jogo voltado para um público infanto-juvenil, algo como 13-14 anos. Ele tem, portanto, um enredo bastante simplificado, diálogos mais rasos, e personagens mais “bonzinhos”. Uma experiência geral bem family-friendly, que combina perfeitamente com a vibe Ghibli.

Com isso em mente, acho que a batalha 90% baseada nos pokém… ops, quer dizer, familiares, foi uma boa aposta. Afinal, como colecionar bichinhos exóticos, dar comida pra eles, e fazê-los evoluir, pode não ser legal? Eu achei, pelo menos. Além disso, a jogabilidade durante as batalhas é perfeitamente adequada para o combate com seus familiares, deixando a experiência bastante imersiva.

Mas claro, nem tudo são flores. Apesar de divertida, a batalha com familiares me pareceu uma experiência menos pessoal. No fim das contas, não adianta colecionar 300 familiares diferentes, pois a realidade é que você vai passar a maior parte do tempo usando apenas aqueles com poderes mais interessantes. Afinal, só assim eles irão acumular experiência e evoluir. Sem falar que, em batalhas contra boss, eu nem lembrava deles, e lutava majoritariamente com as magias do próprio Oliver, que eram mais efetivas. 

E falando em batalha de boss… que sofrimento. Não pelas batalhas em si, que eu achei bem boladas e bem distribuídas na história. O problema era a minha party… Olha, eu NUNCA joguei um game com uma Inteligência Artificial TÃO IRRITANTE quanto Ni no Kuni. Não dá pra confiar nos seus party members. Se você não os controla manualmente, o que só é possível fazer com um de cada vez, eles cometem atrocidades: usam todo o MP de uma vez; não obedecem direito o comando de “bloquear ataque”; não revivem outros party members caídos – ainda que tenham o poder de revival e estejam configurados para manter a saúde da party ; nocauteiam o adversário antes que você possa transformá-lo em seu familiar (é mais raro, mas acontece); e não duram 3 min em uma batalha de boss antes de morrer e deixar só você, o Oliver, e o monstro gigante que você tem que derrotar, na arena. É frustrante.

 

ni no kuni
Para a mais completa experiência com seus familiares, você pode alimentá-los com diferentes docinhos que aumentam diferentes status úteis em batalha

 

Além desse, vários outros pontos do jogo são bons, mas com certeza não incríveis. Por exemplo:

 

– Os personagens são legais, mas pouco profundos, com exceção do próprio Oliver, e mais pra frente, de Shadar e da White Witch. Apesar destes serem personagens interessantes, tiveram suas histórias apresentadas rápido demais para gerar algum apego.

– O fato de irmos e virmos entre o Ni no Kuni e mundo do Oliver para resolver problemas é também uma dinâmica legal, e faz todo o sentido na história. Mas sabe, Persona 5 também faz isso, só que melhor, te entregando uma experiência completa nos dois mundos. Em Ni no Kuni, apenas o mundo mágico é interessante. 

– E mesmo a história das almas gêmeas, que parece embasar todo o enredo, é completamente esquecida quando entramos no Arco da White Witch (que eu, pessoalmente, achei uma das parte mais interessantes do jogo, porém envolve apenas uns 10% dele).

 

Minha experiência, portanto, pode ser resumida com a frase “ah, é legal”. Que quer dizer que o jogo, em si, funciona, e é divertido. Mas também não é grande coisa. Lembrando sempre de que esta se trata da minha opinião pessoal, e é verdade que há muitos outros relatos por aí de jogadores que simplesmente amaram sua experiência com Ni no Kuni. 

Vale, então, fazer aquela pesquisa detalhada antes da compra, para ter certeza de que este jogo é realmente pra você.

Como seu primeiro título, Ni no Kuni: Wrath of the White Witch abre as portas para uma franquia que promete ficar cada vez mais interessante. Ni no Kuni II: Revenant Kingdom, o segundo título da franquia, foi lançado em 2018, e oferece uma experiência completamente diferente do primeiro game, tanto em história quanto no modo de batalha.

 

ni no kuni ii

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