“Samaritano” não passa de um entretenimento medíocre com potencial desperdiçado
Filme da Prime Video com Sylvester Stallone não se arrisca e fica preso na mediocridade
ATENÇÃO, ESSE TEXTO PODE CONTER SPOILERS!!!
Em “Samaritano”, da Prime Video, finalmente podemos ver Sylvester Stallone estreando em um filme de super-heróis como protagonista. O longa lançado em agosto de 2022 acompanha a história de um herói que todos pensavam estar morto, mas na realidade está escondido entre a população. Confira a seguir a sinopse oficial do filme original Amazon Prime Video:
“Sam Cleary, de 13 anos, suspeita que seu misterioso vizinho, o Sr. Smith, seja na verdade uma lenda escondida à vista de todos. Décadas atrás, o Samaritano, vigilante de Granite City, foi dado como morto após uma batalha contra seu rival, Nemesis. A maioria acredita que ele morreu no incêndio, mas alguns, como Sam, têm esperança de que ele ainda esteja vivo. Com o crime agora em ascensão, Sam assume como missão persuadir o Samaritano a sair da reclusão para salvar a cidade da ruína.”
Desde seu primeiro trailer, “Samaritano” prometia um filme de super-herói maduro, interessante e com uma pegada um pouco fora do que estamos acostumados com os filmes da Marvel e DC que saem todo ano. Essa sensação acontece pois o foco da produção e dos trailers era um herói aposentado, que já está fora de atuação e quer viver a sua vida sem incômodos.
Embora o filme comece com essa premissa, já é bastante óbvio que teríamos algo que faria com que o “Samaritano” voltasse a ativa. Nesse caso, o motivo é o garoto Sam Cleary, interpretado por Javon Walton, de Euphoria. O filme tenta criar uma relação de proximidade entre os dois personagens, já que Sam é um grande fã do herói, e o “Samaritano” está vivendo sua vida sem chamar atenção bem no prédio em frente ao do jovem.
Talvez seja justamente neste ponto que o filme começa a pecar, já que o roteiro se mostra bastante preguiçoso e dependente de uma série de “coincidências” bastante convenientes e forçadas para fazer a trama se desenrolar. Isso acaba criando uma relação entre o “Samaritano”, que assume o nome de Joe, com o vilão principal Edwin (Johan Philip Asbæk), que possui uma relação bastante rasa com Sam para ter essa ligação entre as tramas.
Edwin também se mostra um vilão lamentável, já que não temos praticamente nenhuma história sobre o passado do personagem, que conta com uma motivação que beira o patético, já que ele é somente um grande fã do antigo inimigo do protagonista, o vilão Nemesis. Com isso em mente, vemos apenas Edwin querendo concretizar o grande plano que o Nemesis teria falhado anos antes.
Embora tenha uma narrativa cheia de potência, a preguiça e o medo de arriscar do roteiro tornam “Samaritano” em apenas um filme esquecível. Se você está esperando ver um bom filme de herói, passe longe deste, porém, se está atrás de algo para assistir de forma despretensiosa, talvez esse filme possa ajudar.
Contudo, tenha em mente que você encontrará personagens completamente rasos e sem química, atuações que beiram o mediano e uma história que não se arrisca e mostra somente mais do mesmo. Em alguns momentos, você verá falas clichês e momentos de ação típicos dos filmes de Stallone.
No final, o filme ainda tenta empolgar com um plot twist que, para aqueles que prestaram atenção na história, era bastante óbvio, mas interessante. Contudo, essa reviravolta na história só deixa mais claro ainda o potencial desperdiçado do filme, que poderia ter sido algo interessante e que fugiria do que já estamos acostumados a ver.
Se vale de algo, os efeitos especiais não estão ruins e os flashbacks nos deixam curiosos para vermos mais sobre o passado do “Samaritano”, que faltou ser explorado e explicado, sendo este somente mais um ponto negativo do longa.
Como dito antes, se você está atrás apenas de um filme para assistir sem pretensões e sem intenções de criticar, essa é uma boa pedida, mas se está atrás de algo mais em um longa de heróis, talvez seja melhor continuar assistindo as produções Marvel e DC.
Texto por: Galbi Junior
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