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Por: Letícia Bortoleto Vargas 28/07/2021
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The Handmaids Tale: A “utopia” patriarcal tóxica

O que acontece quando a sociedade decide regredir na história da evolução humana

The Handmaids Tale (O conto da Aia, no Brasil) é uma série estadunidense baseada no best-seller da canadense Margaret Atwood, sobre uma cidade fictícia e distópica, chamada República de Gileade, ex território americano que vive agora  um governo autoritário, de teonomia cristã (seria dizer que eles seguem a palavra de Deus e as leis judiciais do Antigo Testamento).

Tudo isso se passaria num futuro próximo, onde a taxa de fertilidade caiu drasticamente no mundo todo, tanto por doenças sexualmente transmissíveis, como por conta do aumento da poluição. Com isso, um grupo de fanáticos religiosos, sedentos por poder (homens), veio com essa ideia “genial” de criar essa nova sociedade, separada por castas sociais, onde as mulheres regridem a uma forma de total subjeção aos homens, não tendo mais liberdades ou direitos para nada, desde trabalhar até mesmo a ler, podendo até ser punidas por isso. E olha que eu estou falando das crianças e esposas, donas de casa, nem entrei na questão das aias ainda.

The Handmaid’s Tale
Divulgação

Se aquilo já não parecesse absurdo suficiente, para driblar a infertilidade, algumas poucas mulheres, consideradas “férteis”, foram selecionadas (as que não conseguiram fugir de lá) para servirem como aias. Essas mulheres recebem novos nomes, são treinadas, contra a vontade delas, para servirem as famílias da elite, com o objetivo de proverem herdeiros para essas famílias.

Conclusão, elas são encaminhadas para serem estupradas pelo dono da casa, através de rituais bizarros, com orações e tudo mais, onde a própria esposa também participa, tudo isso só para elas terem de se despedir das crianças, as quais dão à luz, e partir para outra família e repetir todo o processo. Por incrível que pareça, o resto do mundo tem consciência, pelo menos por cima, do que acontece nessa cidade, mas “não tem autoridade para intervir”.

No meio desse inferno pessoal temos June Osborne (Elisabeth Moss) sendo atribuída a casa do comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes) e sua esposa Serena (Yvonne Strahovski), de forma que ela recebe o nome de Offred (significa literalmente “de Fred”). Os Waterfords são um dos responsáveis pela implantação de Gilearde. June tem suas ações constantemente observadas, assim como as demais aias para evitar que surja alguma ideia ou tentativa de rebelião.

The Handmaid’s Tale
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Claro que algumas já se contentaram com a vida que levam e só querem seguir em paz, mas outras, como June, só estão vivendo como aias de fachada, esperando a oportunidade para fugirem dali. A protagonista, além de tudo, ainda tem a uma filha que também não conseguiu fugir com o pai e acabou sendo adotada por uma das famílias, e ela não tem nem ideia de onde a filha está, então encontrar a criança é sua prioridade.

Ao longo da primeira temporada, vamos percebendo uma aproximação entre June e Serena, já que June tenta de pouco em pouco fazer Serena perceber que a vida que vive é uma ilusão, e que ela não tem privilégios só por ser a esposa do comandante porque, no fim das contas, ela é mulher. Sinceramente, ela não tem nem o amor do comandante de verdade porque ele a trai, e vira e mexe vai para os bordéis ilegais que existem na cidade.

A influência do governo vai desde o modo de vestir, cada casta possui um tipo específico de roupas e cor (por exemplo, as aias estão sempre com vestes vermelhas, cabelos presos e uma touca branca), até mesmo a formas de conversar, de se cumprimentar.

June, ao longo das temporadas, vai se tornando um símbolo de resistência para as demais aias, nunca desistindo ou abaixando a cabeça, ajudando a todas, mesmo que isso implique em colocar sua própria vida em perigo (não é como se ela já não estivesse antes). Outras colegas de June, também aias, ganham papéis importantes nos conflitos que estão por vir.

The Handmaid’s Tale
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The Handmaids Tale possui, atualmente, 4 temporadas, uma melhor que a outra e já foi renovada para uma quinta temporada, ainda sem data de estreia. A série é produzida pela Hulu e as filmagens ocorrem todas no Canadá (parabéns pela fotografia!). Tanto o público como a crítica tecem vários elogios a ela, sendo que The Handmaid’s Tale e a atriz que protagoniza a história já conquistaram vários prêmios, como Critics’ Choice Television Awards, Emmy do Primetime, Globo de Ouro, entre outros. No Brasil, está disponível na Paramount+, Fox App, Canais por assinatura da Fox Premium e Globoplay.

Para não entrar em detalhes e dar grandes spoilers, vou dizer que a cada final de temporada temos uma reviravolta mais chocante que a anterior e é cada situação que faz com que a gente passe raiva pelo que essas mulheres têm que aguentar, por várias coisas que aquele bando de homens escrotos fazem e dizem. E seguimos assistindo, esperando pela volta por cima da protagonista, cada vitória dela é nossa vitória também (para ver o nível de envolvimento com a série).

Preciso dizer que os temas abordados na série são bem pesados, como podem ter percebidos (agressão, abuso sexual, tortura…), temos várias cenas bem fortes, então se você é sensível em relação a esses temas, talvez não seja aconselhável assistir. É uma série importante, mas não são todos que conseguem acompanhar e está tudo bem. No mais, fica aqui essa indicação de algo que é bem diferente do que normalmente trago por aqui, mas muito reflexivo e importante.

Por: Letícia Vargas

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