Internet vs. Cinema: Zack Snyder e sua Justiça Extraordinária
Após muito barulho dos fãs, Zack Snyder vence e “Liga da Justiça” ganha filme de 4 horas de duração no HBO Max.
Que 2020 foi um ano atípico, disso todos nós já sabemos. Foram 365 dias bem complicados e ainda sentiremos as suas consequências por algum tempo. Porém, dentre todas as coisas ruins que rolaram, os admiradores de um diretor em específico viram um pontinho de esperança surgir no final de um túnel extenso, o qual percorreram por 5 anos até que, finalmente, o anúncio oficial fosse feito na segunda quinzena de maio de 2020.
Após muita luta Zack Snyder conseguiu a liberação dos estúdios Warner para lançar a sua versão de “Liga da Justiça”, projeto o qual comandava em 2016, mas que foi afastado após uma tragédia familiar e agora, mais do que nunca, está muito perto de os fãs – e os haters – poderem conferir na íntegra quais eram os rumos que Snyder havia traçado pra o Universo Estendido da DC.
Mas então surge a pergunta: Qual será o impacto dessa atitude da Warner, de “supostamente” atender os seus fãs, dentro da indústria Hollywoodiana? Seria o início da rebelião dos diretores?
O termo “supostamente” foi utilizado por que, mesmo não fazendo questão nenhuma de montar uma campanha de marketing decente, sabemos que os executivos estão visando, acima de tudo, o ganho financeiro que a obra pode trazer para o estúdio e para o HBO Max, serviço de streaming da WarnerMedia, do que realmente realizar de boa vontade qualquer clamor de nós meros mortais e consumidores de cultura nerd.
Mas voltando a questão que ficou em aberto, nunca antes havíamos presenciado tal atitude dentro do mundo cinematográfico e isso pode abrir portas para que outros diretores queiram exigir que suas versões também sejam lançadas de maneira integral e sem as mudanças resultantes da intromissão dos estúdios na concepção de seus projetos.
David Ayer já é um exemplo desse “levante” querendo a liberação da WB para relançar o seu fracassado, porém bem sucedido, “Esquadrão Suicida” (2016), mas dessa vez, com a sua visão respeitada de como a história deveria ser conduzida.
Outro ponto importante a ser considerado nisso tudo e um dos fatores que ajudou a definir se o Snyder teria sua redenção aceita ou não, sem dúvidas, partiu do poder que a internet exerce sobre todos nós nos dias de hoje.
Como foi comentado lá no início, o que começou como uma brincadeira há 5 anos atrás, a hashtag #ReleaseTheSnyderCut logo se tornou um movimento legítimo dos seguidores mais fervorosos da Super Equipe e do diretor, sendo responsável por somar inúmeras menções nas redes sociais (inclusive nos perfis das estrelas do longa) e até mesmo protestos presenciais na Califórnia pré-pandemia.
E aí entra outro questionamento: Será que, no futuro, a internet vai comandar o cinema? Será que depois de tantas décadas, Hollywood será dominada?
A resposta mais provável pra essa pergunta é “não”. Assim como a TV não dominou o rádio, as chances de a internet dominar o cinema são pequenas, porém sua presença ainda poderá afetá-lo de maneira significativa no futuro.
As circunstâncias envolvendo o caso de Zack Snyder tiveram muitas camadas e, algumas dessas, talvez só sejam reveladas ao grande público daqui alguns anos e, por esses motivos, é um tanto difícil outros diretores conseguirem ter esse aval dos estúdios como ele teve.
No dia 18 de março, “Zack Snyder’s Justice League” chega ao HBO Max já um pouco desgastado e, inicialmente, com um caminho já traçado em direção a um beco sem saída onde uma sequência não está prevista (e que permaneça assim). Essa batalha foi vencida pelos fãs, mas até Hollywood baixar de fato a sua guarda, muitas outras ainda virão.
Texto elaborado por Jamerson Nascimento
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