O mais novo live action do estúdio, “Pinóquio”, já está disponível no catálogo do Disney Plus

Três anos após o estrondoso sucesso que “Branca de Neve e os Sete Anões” (Snow White and the Seven Dwarfs, no original) causou na indústria cinematográfica, revolucionando o modo de se produzir filmes de animação, Walt Disney lançou o seu segundo longa-metragem. Baseado no romance “Le avventure di Pinocchio” de Carlo Collodi, “Pinóquio” chegou aos cinemas em 1940, no auge da Segunda Guerra Mundial.

O longa apresentava a história do cativante boneco de madeira criado pelo carpinteiro italiano Gepetto. Durante uma noite, Gepetto faz um pedido a uma estrela para que a sua criação se torne um menino de verdade e logo seu desejo é atendido pela Fada Azul que concede a vida à marionete, porém, para provar que realmente merece se tornar um garotinho de carne e osso, Pinóquio terá que aprender a discernir o certo do errado e se provar corajoso e generoso e, para isso, terá a ajuda de sua consciência, o Grilo Falante.

E, assim como na animação de 1940, o novo live action do estúdio lançado na última quinta feira, dia 08 de setembro, durante o Disney Plus Day, segue esse mesmo princípio. Não apenas isso, o longa também bebe da mesma fonte que todos os outros live actions lançados até o presente momento, apostando na nostalgia do seu público e na recriação dos principais elementos do original no qual é baseado.

Na nova versão de 2022 de “Pinóquio”, temos o astro Tom Hanks interpretando, de forma sensível, o papel de Gepetto. A performance do ator emociona e entrega em seu olhar toda a melancolia que o personagem carrega em um primeiro momento e toda a preocupação que o consome conforme o decorrer dos acontecimentos, se provando uma ótima escolha para o papel.

Joseph Gordon-Levitt interpreta o carismático Grilo Falante que, assim como na versão animada, quebra a quarta parede, conversando com o público, além de entregar alguns divertidos momentos.

A Fada Azul de Cynthia Erivo aparece de forma breve mas não menos mágica e esplendorosa, prendendo nossa atenção durante toda a sua cena. Sua versão de “When You Wish Upon A Star“, o maior símbolo musical do estúdio, é poderosa e tão primorosa quanto a original gravada por Cliff Edwards.

E, por fim, o jovem Benjamin Evan Ainsworth dá vida a Pinóquio. Acompanhar esse amado personagem descobrindo o mundo, com toda a sua inocência, é realmente encantador mas também preocupante quando toda essa pureza cai nas mãos de João Honesto (Keegan-Michael Key), Stromboli (Giuseppe Battiston) e do Cocheiro (Luke Evans).

Falando um pouco sobre o enredo, algumas modificações foram realizadas durante todo o decorrer do filme, tornando o andamento da história e a conexão entre as várias aventuras de Pinóquio um pouco mais fluída, mesmo que não exista um aprofundamento em cada uma das situações enfrentadas pelo personagem.

O roteiro também se permite brincar com a quantidade de fatos que o boneco de madeira enfrenta em apenas um único dia e a direção de arte não perde a chance de adicionar diversos easter eggs do Universo Disney nessa nova produção.

Novos personagens são inseridos na história com destaque para “Fabiana” interpretada por Kyanne Lamaya, a qual eu gostaria de ter descoberto um pouco mais sobre a sua trajetória. Gepetto também ganha um ótimo background em sua gênesis, porém, infelizmente, é pouco explorada.

É verdade que um importante detalhe da história foi alterado e que, desde o lançamento do longa, está sendo duramente criticado nas redes sociais.

O que a nossa memória afetiva criou quando erámos pequenos nunca poderá ser alterado ou apagado. E, enquanto for possível, poderemos revisitar o clássico de 1940 através de DVDs, blu-rays e do próprio Disney Plus, quantas vezes desejarmos. Então, por que não nos permitimos experimentar e tentamos observar através de um novo ponto de vista alguns aspectos que, antes, foram descartados?

Importantes modificações foram realizadas em, basicamente, todos os clássicos animados da Disney que são baseados em livros e histórias antigas e foram graças a essas modificações que toda a magia que conhecemos hoje foi construída. O meu ponto é que, o fato de terem realizado essa mudança não fez com que a versão de 2022 de “Pinóquio” perdesse o seu brilho, sua grandiosidade ou sua mensagem, pelo contrário, acredito que abriu caminho para novas interpretações, então por que isso seria algo ruim?

É claro que eu adoraria que o roteiro fosse um pouco mais ousado ou se permitisse a avançar mais em alguns aspectos e também que a direção de Robert Zemeckis estivesse mais proeminente, porém, no geral, fiquei satisfeito com o que foi apresentado, senti a magia emanando de cada um dos mais de 100 minutos de duração e ainda reafirmou a minha paixão por esse personagem.

Talvez a única coisa que nunca perdoarei nessa nova versão é o fato de não terem incluído a faixa “Give A Little Whistle“, uma das minhas músicas favoritas da Disney, no longa. Isso foi realmente um golpe baixo e uma perda dolorosa.

No mais, criticas negativas sempre irão surgir, então apenas deem uma chance a essa produção e tirem suas próprias conclusões. Pode não ser o melhor remake dos últimos tempos da Disney, como muitos tem falado, mas está longe de ser um dos piores também.

Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.

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