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Por: Jamerson Nascimento 27/07/2023
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O Convento: Nada poderia salvá-lo do esquecimento

“O Convento” estreia nesta quinta-feira, dia 27/07, nos cinemas brasileiros

Nesta quinta-feira, dia 27/07, chega aos cinemas brasileiros o mais novo filme de Christopher Smith, o mesmo diretor e roteirista de “Triângulo do Medo” (“Triangle” no original), lançado em 2009. 

O Convento
Pôster de Divulgação

Em “ O Convento” (“Consecration”, no original) acompanhamos a história de Grace (Jena Malone), uma mulher que não possui quaisquer laços religiosos quando, em uma noite, recebe um telefonema do Detetive Harris (Thoren Ferguson) informando que seu irmão Michael (Steffan Cennydd), um padre, havia morrido em um convento na Escócia. Além disso, ele também estava sendo acusado de assassinato.

Grace então viaja até o local para entender o que realmente aconteceu e, estando lá, fará descobertas acerca de seu próprio passado.

Se você trocar apenas o local onde a ação acontece, você vai notar que essa mesma sinopse se encaixa em centenas de outros filmes de suspense que já existem por aí. Então se você está aguardando algo inovador ou memorável ao assistir “O Convento”, seria melhor abaixar (e muito) as suas expectativas.

O longa possui cerca de 1 hora e meia de duração, porém possui um ritmo tão desastroso que, ao chegar no fim, me pareceu que passei o dobro do tempo assistindo à produção.

As atuações também estão longe de serem as melhores e nenhum dos atores tem uma performance acima do mediano. A atriz Jena Malone, que já esteve presente em produções como “Donnie Darko” (2001), “Orgulho e Preconceito” (2005) e na franquia “Jogos Vorazes” (2012-2015),  não consegue nos fazer acreditar e muito menos convencer que sua protagonista está sofrendo com a morte do irmão, portanto qualquer carga dramática que poderia existir nessa história é perdida completamente.

O Padre Romero de Danny Huston ( conhecido por “O Aviador” (2004), “Fúria de Titãs” (2010) e “Mulher Maravilha” (2017)) também não impressiona e não surpreende com a revelação do seu verdadeiro propósito dentro desta história.

Em relação ao roteiro, não há qualquer originalidade na narrativa. Temos clichês como um diário que apenas a protagonista é capaz de ler, mortos voltando à vida, e até mesmo premonições envolvendo possíveis tragédias. Tudo isso conduzido por personagens rasos e sem um pingo de carisma.

O segundo ato traz uma tediosa explicação sobre uma corrida atrás de uma suposta relíquia que existe desde tempos antigos, não sendo forte o suficiente para sequer resgatar a atenção do espectador (que, a essa altura, já foi perdida há algum tempo) e o plot twist que se sucede a essa “busca” é fraco e insatisfatório.

Com exceção de um único momento onde a câmera brinca com a nossa perspectiva no início da projeção, a parte técnica não entrega nada muito excepcional ou digno de nota. Os jumpscares (cenas características em filmes de suspense/terror por fazer o público ‘pular da poltrona’) são previsíveis como na maioria das produções de mesma escala e não causam sequer um leve arrepio.

O Convento
Divulgação

Feita essas colocações, é possível notar que “O Convento” falha em diversos aspectos. O mistério não é empolgante e a resolução é presumível.

O suspense não é intrigante o suficiente para fazer o espectador realmente se engajar em descobrir o que está acontecendo com Grace e, caso você não seja o tipo de pessoa que fica impressionado com facilidade, os pontos que deveriam causar terror não serão aterrorizantes de qualquer forma.

E, se assim como eu, você também for alguém que passou parte da sua adolescência e cresceu assistindo aos mais diversos longas incluídos nos gêneros citados, é provável que você também se decepcione com esse novo título.

Como um filme de streaming, provavelmente ele se tornaria apenas mais um dentre uma extensa lista com opções infinitamente melhores. Como uma estreia no circuito de salas de exibição, não existe momento pior para ser lançado uma vez que temos “Missão Impossível“, “Oppenheimer” e “Barbie” em cartaz.

Qual é a conclusão? Não existe qualquer cenário em que essa produção não seria engolida de alguma forma por peixes muito maiores que ela e nem mesmo a Madre Superiora poderia salvá-la do inevitável esquecimento.

Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.

Imagem Filmes O Convento
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