Missão de Sobrevivência: Gerard Butler no Oriente Médio
“Missão de Sobrevivência” estreia nesta quinta-feira, dia 27/07, nos cinemas brasileiros.
E, depois de Tom Cruise encarar uma “Missão Impossível” no começo deste mês, agora chega a vez de Gerard Butler fazer de tudo para sobreviver em seu próprio longa de ação.
“Missão de Sobrevivência” (“Kandahar”, no original) já começa com a explosão de uma instalação nuclear localizada no Irã. O responsável por realizar esse feito? O agente infiltrado da CIA Tom Harris (Gerard Butler).
Com o trabalho bem sucedido e sem deixar rastros, Tom se prepara para voltar para casa onde sua filha adolescente o aguarda para festa de formatura. Porém, após seu voo ter o horário alterado pelo seu aliado, Roman Chalmers (Travis Fimmel), o agente é convocado para uma última missão em Herat, no Afeganistão, e é nesta tarefa que tudo irá desandar.
Com a ajuda do tradutor Mohammad Doud (Navid Negahban), Tom terá que correr contra o tempo para chegar a salvo até ao ponto de extração em Kandahar, há mais de 600 km de distância, enfrentando pelo caminho os mais diversos tipos de obstáculos.
Não é de hoje que o carisma de Gerard Butler é notável a quilômetros de distância. O ator que já figurou em filmes de comédia, romance e, até mesmo, musical (Alô, “Fantasma da Ópera”), conseguiu se estabelecer no gênero de ação, ganhando até a sua própria franquia com os títulos “Invasão a Casa Branca” (2013), “Invasão a Londres” (2016) e “Invasão ao Serviço Secreto” (2019).
E não importa o teor da história, Butler sempre entrega um bom desempenho, nos cativa com a sua presença em cena e não é diferente em “Missão de Sobrevivência”.
Apesar do roteiro de Mitchell LaFortune utilizar do famoso artifício chamado “Deus Ex-Machina” em seus momentos finais, no geral, ele consegue desenvolver bem seus personagens, deixando bem definidos os objetivos de cada um dentro da narrativa, isso inclui tanto os protagonistas como os coadjuvantes.
E quando pensamos que alguns pontos simplesmente foram esquecidos no decorrer da trajetória e não serão mais tocados, eles são resgatados com direito até mesmo a deixar em aberto se uma continuação poderá existir futuramente, por mais que ele se resolva muito bem como filho único.
Também preciso destacar aqui um diálogo entre o personagem de Ali Fazal e uma criança no meio do deserto que me atingiu em cheio. Uma vez que não estamos envolvidos em guerras nas mesmas escalas daquelas que acontecem frequentemente no Oriente Médio, é comum esquecermos como as crianças dessas cidades não têm direito a desfrutarem de uma infância tranquila, sendo obrigadas a serem inseridas em situações absurdas que nenhuma criança deveria presenciar.
Então quando essa pausa na história acontece e o roteiro te força a encarar essa triste realidade sem qualquer desvio, acaba se tornando um ponto de reflexão que ficará ressoando em sua mente até depois do final da sessão.
Em relação ao quesitos técnicos, posso dizer que o CGI utilizado para criar algumas explosões, principalmente na sequência inicial, poderia estar melhor renderizado, então há trechos em que fica nítido o uso de chroma key e, apesar de ser ligeiramente incômodo a princípio, não acredito que seja algo que vá prejudicar a sua experiência como um todo.
No mais, em suas duas horas de duração, “Missão de Sobrevivência” nos entrega o pacote completo já conhecido em produções deste mesmo gênero, ou seja, longas sequências de perseguição, disparos e detonações para todo lado, governos fazendo de tudo para capturar (ou salvar) um único indivíduo e, como não pode faltar, um momento reservado para que seja entoada a clássica frase: “não vou perder mais nenhum homem hoje”.
No balanço final, o novo lançamento da Diamond Films se torna um bom entretenimento para os fãs de ação e vale a pena ser conferido em um final de tarde. E, vamos combinar, ver Gerard Butler nas telonas é sempre satisfatório.
Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.
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