É verdade quando dizem que nem todo herói usa capa. O filme Harriet conta a história de uma mulher extremamente corajosa que ajudou centenas de escravos a fugirem antes e durante a Guerra Civil Americana. A produção, que estreou no mês passado no Telecine, faz você se emocionar durante seus 126 minutos de duração.

Mas antes de virar Harriet, a ativista política e uma das maiores heroínas dos Estados Unidos, foi escravizada por mais de 20 anos. Seu destino muda quando seus senhores decidem vendê-la. Ao saber dessa informação, ela foge e deixa sua família e marido para trás.

Graças a ajuda de um pastor, ela consegue chegar na cidade da Filadélfia, onde não havia mais escravidão em 1844. Mas a sua jornada até a liberdade não foi nada fácil. Foram percorridos 160 km a pé. Com certeza, foi necessário muita determinação e força de vontade para caminhar todo esse trajeto. Depois que a protagonista chega a esse local seguro, ela é acolhida, muda seu nome de batismo, de Araminta Ross para Harriet Tubman, e começa a trabalhar informalmente para se sustentar.

Depois de um ano vivendo dessa forma, ela continua se sentindo só e parte em outra jornada. Retorna para Maryland com objetivo de se encontrar novamente com o marido. Depois de um longo trajeto, Harriet descobre que ele se casou novamente e fica de coração partido. Porém, a jovem é forte e entende que Deus a levou de volta para seu antigo cativeiro, para que pudesse libertar outras almas escravas. Surpreendente é exatamente isso que ela faz. Mais uma vez, percorre os mais de 150 km até a Filadélfia. Mas dessa vez, ela leva outras 9 pessoas junto para o caminho da liberdade.

Ao encontrar sua vocação, Harriet fez outras 13 expedições ao sul do estado e libertou muitas outras pessoas. Durante 7 anos, ela conseguiu resgatar cerca de 300 escravos e ganhou o apelido de Moisés. Mesmo sendo alvo de buscas dos senhores de terras, Harriet viveu todos esses anos com a mesma motivação e força de vontade para cumprir sua missão.

Além dessa missão, a ex-escrava foi uma importante figura durante a Guerra Civil Americana. Além de ser espiã da União, ela se tornou a primeira mulher a liderar um ataque armado na Guerra.

A atuação da atriz Cynthia Erivo me impressionou, mas a semelhança entre ela e a verdadeira Harriet foi um verdadeiro choque. A artista, que tem quase a mesma altura da heroína, a imitou muito bem. A atuação foi tão boa que até rendeu uma indicação a Oscar na categoria Melhor Atriz. A imagem abaixo faz uma comparação entre a atriz e a ativista.

Harriet é uma pessoa muito religiosa e tem uma proximidade impressionante com Deus. Em diversos momentos da história, ela recebe revelações que a ajudam a resgatar os escravos e se livrar das perseguições dos donos das fazendas. Além disso, sua fé a auxilia a se manter forte e focada no seu objetivo.

Como antes de assistir ao filme eu não sabia que ela viveu até seus 90 anos, fiquei aflita em diversos momentos. Uma hora achava que a Harriet ia morrer, em outro momento acreditava que seria capturada e levada de volta aos seus “donos”. Para quem gosta de biografia e quiser conhecer mais sobre uma importante figura na luta contra a escravidão americana, ou para quem é fã de um filme bem produzido, super recomendo esse filme.

Texto produzido por Rebecca Vettore (@rebeccavettore).

Classificação: 4,5 estrelas

Leia também: “Monster Hunter” no Brasil

Siga @Nerdrecomenda nas Redes Sociais

Facebook | Twitter | Instagram