O gênero de Terror, por mais medo que provoque, vem tomando grandes proporções e sendo bem consumido. Países como Japão e Coreia do Sul têm sido muito bem representados e elogiados dentro do gênero, enquanto outros, como a Rússia, mesmo se esforçando muito e apresentando bons atores, ainda não conseguiram provar seu valor. Com “A Maldição do Espelho”, nova produção russa, essa perspectiva não tem perspectiva de mudar, obtendo resultados mornos, sem nada de especial. 

O longa de Aleksandr Domogarov conta sobre a lenda urbana da Rainha de Espadas, uma figura sobrenatural que concede desejos quando invocada – mas com um alto preço a ser pago. Num breve resumo, dois irmãos são mandados para um internato após perderem sua mãe em um acidente de carro. Ao tentarem se enturmar com os alunos, despertam a figura macabra da Rainha das Espadas durante uma brincadeira, que passa a perseguí-los para realizar suas pedidos de formas perturbadas. Esta é uma história bastante tradicional que faz mistura de muitos clichês como a “Loira do Banheiro” com o conceito de Trocas Macabras, de Stephen King. 

Chega a ser interessante acompanhar a caça um a um do grupo de protagonistas. Os personagens não são nem de perto bem desenvolvidos. Se encaixam perfeitamente nos estereótipos de high school, cada qual com uma característica marcante que será explorada pela Rainha das Espadas, resultando em mortes bem personalizadas de acordo com o desejo de cada um. É uma abordagem que lembra muito Premonição, ainda que não tão sanguinária. 

O filme surpreende na fotografia e nas cores frias, com cenários densos e boa direção por Domogarov. Além disso, por mais que tenha alguns sustos baratos, o longa muitas vezes troca o barulho pelo silêncio, o que muitas vezes dá mais medo. Tudo isso dá a sensação de algo mais profissional, e compensa bastante a narrativa mediana.

Acompanhe o trailer de “A Maldição do Espelho”:

A Maldição do Espelho certamente é um filme comercial, feito apenas para ser distribuído internacionalmente a preço de banana com uma péssima e desastrosa dublagem em inglês. É isso que torna surpreendente encontrar algum esforço cinematográfico por trás da trama preguiçosa e clichê. O longa tem poder nenhum de nos convencer – ainda mais com um final tão sem graça e tão clichê – mas tem seu valor e alguns bons acertos.

*Texto por Caroline Dias

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