A Rainha Vermelha (Victoria Aveyard)
“Os deuses ainda governam. Ainda descem das estrelas. Só não são mais gentis.” (A Rainha Vermelha – Victoria Aveyard)
A Rainha Vermelha é um lançamento de 2015 da Editora Seguinte, primeiro livro de uma série de quatro livros escritos pela autora Victoria Aveyard: A Rainha Vermelha, A Espada de Vidro, A Prisão do Rei e Tempestade de Guerra. Uma coleção que representa com orgulho aquela chuva de livros com capa de coroa que acompanhamos nos últimos anos.
Aqui acompanhamos a história de Mare Barrow, uma adolescente que vive em Palafitas, um dos bairros pobres habitados pelos Vermelhos, a classe proletária explorada da sociedade. E se temos explorados, é porque existem os exploradores, papel representado pelos Prateados, humanos com poderes sobrenaturais que parecem estar relacionados à cor esbranquiçada de seu sangue.
Chegando na idade de se alistar no exército Vermelho e entrar numa guerra que atende apenas aos interesses dos Prateados, Mare, no desespero, acaba conhecendo importantes figuras da Guarda Escarlate, rebeldes Vermelhos que estão fazendo o possível para derrubar esse sistema opressor. Ao mesmo tempo em que ajuda os rebeldes, Mare tem sua vida virada de cabeça para baixo quando descobre que, mesmo tendo sangue rubro, ela tem poderes, assim como um Prateado.
Ok. Primeiramente já gostaria de deixar claro uma coisa boa de A Rainha Vermelha. A escrita simples, a rapidez em que passamos de um cenário para o outro, as frases de efeito aqui e ali, ou até mesmo a construção do mundo, conversam bem com o público alvo da história, majoritariamente adolescente. Até aí, Victoria Aveyard arrasou.
Mas de bom é só isso mesmo, porque a partir daí é só ladeira a baixo kkkkk
Por que digo isso? Bem, acontece que a história é um mix de várias coisas que já vimos antes: sociedade dividida entre quem tem poderes e quem não tem; personagem feminino apresentado como uma ladra; a gata-borralheira que vira princesa e se apaixona pelo príncipe; protagonista com poderes especiais inéditos; vida de um infiltrado da revolução no palácio inimigo; etc… Não que a falta de originalidade seja um problema horrível, veja bem. Tem muito livro bom por aí que não apresenta nada de novo, e nem por isso é ruim. O problema mesmo é que ele não tem tem nada novo e não chega aos pés das suas referências.
No final do dia, a história é só um apanhado de um monte de clichês mal desenvolvidos…
Se você está duvidando, posso listar alguns problemas gerais:
– A história demora muuuuito pra engrenar. Isso pode ser bom pra entender a situação da personagem, tudo bem. Mas num livro de 400 páginas, usar 100 delas apenas posicionar a protagonista no lugar onde ela vai finalmente fazer alguma coisa, é uma introdução grande demais.
– Sensação de urgência e perigo ZERO. É engraçado que na introdução do livro dá uma impressão que os Prateados são pessoas ruins e sem coração. Que esse livro vai ser brutal, com muita violência. No entanto, assim que a Mare chega no palácio, o livro muda totalmente a vibe. As atitudes da protagonista e dos personagens ao seu redor não conseguem validar a construção de brutalidade feita lá na introdução.
– Construção de personagens fraca. As interações entre os personagens são bem pouco consistentes, reflexo de uma narrativa que te conta as coisas, não que te mostra coisas. É como se o texto ficasse repetindo: “Olha esse cara é ruim. Nossa, como ele é ruim! Que péssimo ser humano ele é!”, pra te convencer disso. Entretanto, raramente a história realmente te mostrasse o tal cara sendo ruim. Assim complica, né?
Enfim, não tem como ler o livro e não achar que já viu essa mesma história sendo contada de maneira muito melhor antes.
Não é um livro ruim, ok? Já li coisa muito pior na vida. Sei que o fundo do poço está beeem longe, se for pra comparar. Além do mais, estou certa de que o livro deve agradar muita gente que curte um universo menos complexo, romance adolescente, uns draminhas de colégio. Vai do gosto de cada um, e se esse é o seu, talvez o livro funcione bem. Mas pra mim… vai ser difícil alguém me convencer de que vale a pena continuar lendo essa série.
Classificação da Larissa (cons.ciencialiteraria): 2 estrelas.
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