
“Enola Holmes” e a representatividade feminina
Lançado em setembro pela Netflix, “Enola Holmes”, surpreende na discussão sobre Direito das mulheres

Uma das surpresas do mês de setembro para mim foi o filme “Enola Holmes”, da Netflix. Eu vinha passando meus dias focada em “Território Lovecraft” (inclusive, assistam!) e não entrei no hype da adaptação estrelada por Millie Bobby-Brown logo de cara. Porém, assim que parei para assistir, uma coisa no filme me surpreendeu: o apelo ao feminismo.
Aqui não vai ter grandes spoilers, não se preocupe.
A protagonista Enola, a jovem irmã de Sherlock Holmes (ele próprio), é uma garota um tanto quanto diferente do esperado para os padrões da época. Criada por uma mãe solteira, vista como excêntrica, Enola teve uma educação que pouco se parecia com a das demais meninas: enquanto elas aprendiam a bordar e dançar, Enola aprendia a lutar e lia livros de políticos clássicos. Logo no início do filme, nos é apresentado que sua mãe é uma sufragista, mulher que lutava pelo direito do voto feminino, ou seja, uma feminista. O irmão mais velho dela, Mycroft, repudia essa criação e os modos de sua mãe veementemente sobre a irmã caçula, a querendo obrigar a ir para uma escola interna para garotas aprender a se “portar como uma dama”. Um cara machista, como dá para ver.

Porém, em uma determinada noite, a mãe de Enola desaparece do mapa. Começa-se então uma busca pela mulher, que deixa algumas pistas em lugares que só a filha (e, claro, o esperto Sherlock) saberia encontrar.
Muito da história, como vocês podem perceber, gira em torno dos direitos e da liberdade da mulher. Isso é parte decisiva e importante do filme, o que eu acredito que é algo que deva ser mais divulgado, algo que com certeza, atrairia muito mais pessoas a assistir o longa, caso soubessem do pano de fundo do filme!
Além disso, achei muito bom (e importante!) terem colocado uma mulher negra num papel decisivo na história. Poderiam ter mais pessoas não-brancas no filme? Sim, com toda certeza, e devemos torcer (e cobrar a Netflix) para que isso ocorra nas sequências, caso haja.
Gostei muito da forma como a história é contada, se utilizando de flashbacks com a mãe de Enola e usando de quebra da quarta parede (uma técnica que eu AMO!) para que a protagonista se comunique com o telespectador. Todos esses recursos fazem desse um filme interessante e diferenciado, algo que eu não esperava.
Todos os plot twists da história foram, de fato, plot twists! Eu, que estou acostumada com histórias de mistério e suspense, não esperava nada do que aconteceu, me deixando realmente surpresa com o final.
“Enola Holmes” é, acima de tudo, um filme com mulheres fortes. A própria protagonista é uma personagem encantadora, com toda a sua esperteza e seu jeito incansável. Fui assistir esperando um filme mais ou menos de mistério, e me peguei vidrada em uma produção sobre empoderamento que me divertiu do início ao fim! Estou ansiosa pelas próximas notícias da Netflix para saber se irá haver continuações.
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