Eu não sou um Homem Fácil – Certamente deve ter nossa atenção
Em meio a tantas aquisições, o streaming Netflix aderiu em seu catálogo (há cerca de 1 ano) -que tantas opções e produções norte-americanas- um filme francês. Este aconchegou e ganhou certo destaque, estamos falando de “Eu Não Sou um Homem Fácil” (Je ne Suis pa un Homme Falice).
Passei exatamente por longo período sem dar a devida atenção que o filme “Eu não sou um Homem Fácil” merece, agora que me disponibilizei, lá vamos nós para uma resenha que nunca pensei que poderia escrever que engloba machismo, feminismo e novas experiências.
Contextualizando, a história gira em torno de Damien (Vincent Elbaz), que um dia acorda em um mundo onde as mulheres e os homens invertem os seus papéis na sociedade. O mundo mudou: agora são as mulheres que têm poder sobre os homens. Uma situação engraçada quando não somos avisados. Acompanhe o trailer:
Acompanhe o trailer “Eu não sou um Homem Fácil”:
Embora pareça mais uma obra de comédia com muito machismo, depois de uns minutos de filmes vemos que não é apenas disto que se quer tratar, se mostrando completamente o oposto do que poderíamos pensar. Usa da comédia para distorcer grande parte (senão todas) das ações machistas que presenciamos no cotidiano do ser humano. É como se o roteiro se invertesse para nos mostrar um universo invertido, onde todas as atitudes e profissões que anteriormente eram dadas apenas a homens, por serem vistos como o sexo forte, fossem dadas às mulheres para mostrar que não são o “sexo frágil” que o personagem em questão tanto inferioriza.
E por mais pacata que pareça, a diversão está nos pequenos detalhes que chamei de “detalhes invertidos”, pois vemos homens usando roupas mais curtas ou dizeres, em momentos do filme vemos uma cena onde Damien vai a uma balada considerada LGBT e as mulheres estão vestidas da forma “normativa” como conhecemos, mais delicadas e roupas ousadas, e o personagem é questionado sobre sua sexualidade. É possível observarmos que a obra ressalta bastante o didatismo masculino, onde existe a necessidade dos personagens se colocarem no lugar do outro, sendo uma a questão trazida a realidade como “o que estou fazendo em benefício do próximo sem questionar ou esperar algo em troca”?
O personagem principal não tem sua curva dramática bem resolvida, já que em nenhum momento ele se questiona de fato o porque ele está vivendo naquele mundo invertido. Apesar de nos deixar claro seu real incômodo com os fatos, não existe nada que o faça se questionar o porquê dele estar vivendo naquela realidade. As falhas de roteiro são evidentes, porém cumpre seu papel em mostrar aos seus espectadores pontos importantes para termos em nossa realidade.
O filme com certeza foi uma aposta certeira que o Streaming fez, embora pareça apenas mais uma clássica comédia machista, a trama não demora para revelar seu verdadeiro objetivo. E é exatamente o oposto do que pensamos quando estamos no início do filme. Com uma ótima mensagem e um elenco sensacional, Eu Não Sou Um Homem Frágil é mais um acerto da Netflix. Gostaria de ressaltar também o excelente trabalho dos atores Vicent Elbaz e Marie Sophie Ferdaneé são a alma da produção. Os dois conseguem incorporar e interpretar perfeitamente seus personagens, independente do “mundo” em que estão.
*Texto por Caroline Dias
[…] LEIA TAMBÉM: Eu não sou um Homem Fácil – Certamente deve ter nossa atenção […]