Os Fabelmans demostra toda magia de cinema
Os Fabelmans é uma autobiografia de Steven Spielberg que mostra as raízes da magia do cinema, e como um jovem se apaixona pela arte do cinema
Steven Spielberg lança seu mais novo filme, Os Fabelmans, o recente vencedor do Globo de Ouro. O longa é uma obra intimista e pessoal do diretor, com o qual declara todo seu amor pela sétima arte. Spielberg conta aqui uma história baseada em alguns fatos da sua vida, uma biografia fantasiosa do próprio Steven, autor de obras como E.T, Jaws, Indiana Jones, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Jurassic Park, entre outros.
Os Fabelmans conta a história de Sam Fabelman, um jovem apaixonado pela arte do cinema desde que foi a cinema pela primeira vez quando pequeno. Lá, ele assistiu filme O Maior Espetáculo da Terra, filme que mudou tudo na vida do garoto, inspirando-o tentar reproduzir uma cena do filme em casa, assim que chegou.
Esse é um longa ao estilo road movie, no qual vemos a jornada de Sam em momentos chaves de sua vida:na sua primeira ida ao cinema, a visita do seu tio-avô, um cineastra de Hollywood, suas primeiras lições sobre arte, a mudança para Califórnia, quando conhece sua primeira namorada e dificuldade com bullying. Em cada momento, ele aprende uma lição importante, que será aplicada em seus filmes. E entre bons momentos, a família de Sam entra em crise que ira romper o casamento de seus pais.
Steven Spielberg tem uma magia única na maneira de contar suas histórias, e há quase 50 anos suas obras vêm tocando as pessoas, sendo considerado o criador na nova Hollywood com o primeiro blockbuster da história do cinema: Jaws (tubarão). Em Fabelmans vemos as origens dessa magia de Spielberg e de onde vem sua capacidade de manipular os sentimentos dos espectadores.
Outro elemento em Fabelmans é a trilha sonora, como ela transforma as cenas. Não é segredo que Steven Spielberg e John Williams formam uma das maiores parcerias da história do audiovisual, e aqui no filme, percebemos como o jovem Sam consegue transformar uma obra apenas com música. Produções como E.T, Jaws e Indiana Jones são exemplos de como essa dupla marcou com filmes e músicas.
Essa é uma obra linda, com fotografia e filmagens sensíveis e tocantes. Mas o ponto forte é o roteiro. A jornada dos Fabelmans emociona durante todo filme e como isso afeta o jovem Sam. Ainda vemos o outro lado de Sam, o artístico, que inspirado pelos filmes de faroeste, inicia suas experimentações com a filmadora, buscando por efeitos práticos, visuais e aplica ideias em pequenos curtas. Sem dúvida, é uma homenagem, uma carta de amor para os filme da Era de Ouro de Hollywood.
Os personagens têm nuances e faces, e por isso nos envolvemos tanto com a família, sem falar das interpretações espetaculares. Michelle Williams, interpreta, Mitzi Fabelman, a mãe misteriosa de Sam, cheia de segredos, mas com uma veia artística, igual a de seu filho. Já o pai da família, Burt Fabelman, é o papel de Paul Dano, um homem frio, meio robótico, mas com um compromisso e dedicação enorme com sua família. São esses dois personagens, ao lado de Sam (Gabriel LaBelle) são as grandes atuações do filme, e se desenvolvem durante a descoberta de Sam como diretor de cinema.
Esse é um filme lindíssimo, emocionante, tocante e sensível. Spielberg faz mais uma obra-prima, com sua autobiografia, como ele se tornou um grande diretor, e, ao mesmo tempo, é uma grande homenagem à história do cinema.
Texto por Raphael Bittencourt
Comentários