Neil Gaiman: Infância e fantasia em O Oceano No Fim do Caminho
O romance de 2013 é um verdadeiro manual de Gaiman sobre como misturar nostalgia e mistério.
Com o recente crescimento em popularidade das obras do escritor britânico Neil Gaiman em formato audiovisual, é natural que os fãs comecem a se perguntar: qual será a próxima adaptação? Será Filhos de Anansi, como um spin-off de Deuses Americanos? Quem sabe uma serie de Lugar Nenhum ou uma nova adaptação de Stardust? Bom, enquanto não descobrimos, por que não aumentar a lista de leitura com mais uma excelentíssima obra do autor?
O Oceano no Fim do Caminho (The Ocean at The end Of the Lane, no original) foi publicado em junho de 2013, com lançamento simultâneo no Brasil realizado pela Intrínseca. O livro com nota 4 de 5 no Goodreads e na lista de melhores livros do ano de 2013 do site, possui mais de 150 páginas de uma deliciosa história que começa como um relato pé-no-chão e evolui para uma fantasia contemporânea ao melhor estilo do autor.
Ele conta a história de um personagem não nomeado que volta à sua cidade natal após o falecimento de um parente. Ao chegar no seu bairro antigo ele se dirige até a casa de uma amiga de infância, se perguntando se ela ainda se encontra lá. Ao chegar, ele se senta no banco em frente ao lago que a garota, Lettie Hempstock, um dia o convenceu de que na verdade era um oceano. Ele é recebido pela mãe da garota e lentamente começa a se lembrar de todos os acontecimentos do ano em que a conheceu.
Conforme a narrativa deixa o protagonista no momento atual e passa a narrar a história da sua infância, o leitor mergulha num profundo e nostálgico relato sobre a experiência de ser uma criança. O protagonista, ao lado de Lettie, enfrenta uma inimiga fantástica, que coloca seu mundo em perigo e ameaça sua vida. Ele passa por uma série de apuros e desventuras surreais e não se sabe se o que ele viveu foi real ou não. Afinal, quando somos crianças, podemos imaginar muitas coisas. Ou será que não?
O livro foi grandemente inspirado na infância do próprio autor e é possível sentir suas memórias como as nossas, escapando das páginas e puxando para fora nossas próprias experiências. É um livro de fantasia, de terror, sobre vivência, sobre o poder das histórias em nossas vidas e como nenhuma é a mesma para ninguém. O mais próximo que se pode chegar de descrever a essência do livro é dizer que faz um trabalho ainda melhor e mais sombrio que o filme Ponte para Terabítia de 2007.
“Eu me lembro vividamente da minha infância… Eu sabia coisas terríveis. Mas eu sabia que não podia deixar que os adultos soubessem que eu sabia. Isso os assustaria!”
Maurice Sendak, citado por Gaiman
Se tem uma obra de Gaiman que merece uma adaptação em longa ou em série, essa é O Oceano no Fim do Caminho, mas ela sem duvida merece mais leitores também!
Texto por: Aquiles Rodrigues
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