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Por: Jamerson Nascimento 14/02/2022
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Grand Army: Um Achado na Netflix

Grand Army é baseada na peça “Slut: The Play” de Katie Cappiello e possui apenas 1 temporada

Recentemente, em uma das milhares de deslizadas no Instagram, me deparei com uma postagem que chamou minha atenção. Era um trecho de uma série que, até o momento, era totalmente desconhecida para mim.

O trecho em si se tratava de uma situação corriqueira de quem já acessou aplicativos de relacionamento com enfoque em pessoas LGBTQIAP+ e tentou ir além de um simples ato sexual casual.

Confesso que, ao ler a postagem, causou em mim aquele sentimento de identificação, assim como arrancou um discreto sorriso de canto de boca por entender exatamente o porquê da reação do garoto na última cena em que seu rosto está em foco.

Foi a partir desse post que eu pensei: “Huum, talvez essa seja uma daquelas ‘comfort series‘, leve, engraçadinha e tranquila.”. Eu não poderia estar mais enganado e, ainda bem por isso, pois ela evoluiu de algo que poderia ser totalmente esquecível para algo marcante.

Antes de começarmos a falar sobre a série, já deixo registrado aqui um aviso de gatilho por conter cenas que envolvem abuso sexual.

Grand Army” (2020) acompanha a vida de 5 adolescentes estudantes da Grand Army High School, uma escola pública localizada em Brooklyn, Nova Iorque.

São eles: Joey Del Marco (Odessa A’zion), uma garota preocupada com sua reputação e sempre disposta a provar seu ponto de vista.

Dominique Pierre (Odley Jean), uma jovem com o sonho de se tornar psicóloga e preocupada em manter as contas da família em dia.

Siddhartha Pakam (Amir Bageria), a estrela do time de natação da “Grand Army” com desejo de entrar em Harvard.

Jayson Jackson (Maliq Johnson), um jovem apaixonado por música e um exímio saxofonista que, junto a seu melhor amigo, quer fazer parte da banda estadual.

E, por fim, Leila Kwan Zimmer (Amalia Yoo), filha adotiva de um casal judeu, a garota com descendência chinesa é caloura em “Grand Army” e deseja encontrar o seu lugar na escola e sua própria identidade.

A partir dessa descrição, já é possível pensar em alguns possíveis caminhos que cada personagem irá seguir e tudo bem pois isso em nada afeta a sua experiência com a produção. Com episódios variando entre 50 min e 1h de duração, o drama vai se tornando cada vez mais profundo conforme a série avança e, acredito que, apesar do primeiro episódio ser ótimo, ela engrena de fato a partir do episódio “Metas de Relacionamento“, o terceiro da temporada, quando acontece um doloroso, triste e traumático ponto de virada para um dos protagonistas.

Em relação a jornada dos personagens, a que considero mais fraca é a que envolve a vida de Leila. A sua história não me pegou como as demais, o que é triste pois, no inicio, estava empolgado com toda a questão relacionada a adoção. As intervenções em formato de animação que ocorrem em, basicamente, todos os episódios para expor os seus sentimentos através de um apocalipse zumbi também não ajudaram pois considerei fora de tom e uma quebra não muito agradável. O que deveria ser “um respiro em meio ao caos” não funcionou pra mim.

De fato, na primeira vez em que ocorre bate um sentimento de curiosidade do tipo “Ok. O que está acontecendo agora?“, na segunda é bacana, mas da terceira em diante, para mim, se tornou tediosa levando em consideração todas as outras linhas narrativas que estavam sendo desenvolvidas em paralelo que me deixavam muito mais ansioso para descobrir os próximos desdobramentos do que aqueles relacionados a Leila. É verdade que ocorre uma revelação relacionado a ela próximo do final da série, mas ainda assim, não foi o suficiente para mudar a minha opinião em relação ao que já tinha sido apresentado até aquele momento.

Agora indo para a questão da atuação, Odessa A’zion entrega uma das melhores performances de toda a série (se não a melhor) e, sem dúvidas, nos próximos anos essa jovem atriz deve receber ainda mais atenção dos estúdios. Odley Jean também possui muita carisma em tela e suas expressões em conjunto com o roteiro garantem momentos, em boa parte, emocionantes, mas também divertidos.

Gostaria de destacar também a performance de Thelonius Serrell-Freed que interpreta o personagem Tim Delaney, pois, apesar de perder espaço conforme a série caminha, entrega uma atuação satisfatória nos momentos em que está presente.

Grand Army
Divulgação

Esta poderia ser apenas mais uma série clichê adolescente como tantas outras que surgiram nos últimos anos pela própria Netflix, porém ela se destaca pelo desenvolvimento dos personagens, consegue trabalhar muito bem com os temas propostos durante a temporada e prende a sua atenção do começo ao fim.

Não recomendada para menores de 16 anos e apresentando temas como consumo de drogas ilícitas, pertencimento, descobertas sexuais e amadurecimento. “Grand Army“, em seus 9 episódios, traz um drama envolvente, um roteiro que amarra bem algumas pontas e deixa outras em aberto e, em conjunto com a impactante e muito bem vinda cena final, nos deixa com ainda mais vontade de acompanhar a vida dessas cinco pessoas. É uma pena que a produção tenha sido cancelada, pois ela poderia ter um futuro promissor pela frente.

Trailer Oficial da Série

Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.


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