Heartstopper – Temporada 2: Que o mundo veja o que é o amor
Depois de um longo ano de espera, finalmente chega a Netflix a segunda temporada de “Heartstopper”, série baseada nas HQ’s de Alice Oseman
Depois de mais de um ano de espera, chegou na última quinta-feira, dia 03, na Netflix a nova leva de episódios de “Heartstopper” e é extremamente gratificante ver como esse título continua sendo um ótimo exemplo de uma excelente adaptação que tem como matéria prima um produto literário.
Diferente da primeira temporada que uniu o conteúdo de dois volumes (Vol.1: “Dois Garotos, Um Encontro” e Vol.2: “Minha Pessoa Favorita”) em uma única temporada, dessa vez, os oito novos episódios são focados essencialmente na terceira edição da série de graphic novels de Alice Oseman, chamado “Um Passo Adiante”.
Na segunda temporada de “Heartstopper”, Nick (Kit Connor) se encontra em constante estado de ansiedade sobre como e quando revelar sua sexualidade para outras pessoas enquanto o seu namoro com Charlie (Joe Locke) se torna, a cada dia que passa, mais maduro. Por outro lado, Charlie quer garantir que Nick não tenha a mesma experiência traumática que ele teve ao ter sua sexualidade exposta contra sua vontade enquanto precisa colocar os estudos em dia para que não repita o ano escolar.
Além disso, cada núcleo da série terá que enfrentar os seus próprios desafios e conflitos, enquanto as turmas dos colégios Truham e Higgs se preparam para uma viagem de estudos a Paris e planejam um baile de formatura.
É importante informar que alguns dos assuntos que serão tratados nesta nova temporada envolvem LGBTfobia, transtornos alimentares e automutilação, então já deixo aqui o aviso de gatilho às pessoas que são sensíveis a esses temas.
Confesso que eu estava com receio que a Netflix considerasse juntar os acontecimentos das HQ’s 3 e 4 em uma única temporada, devido a complexidade dos temas que são tratados nelas, mas felizmente isso não ocorreu, como mencionado no início desta resenha.
Novamente, Alice Oseman demonstra total domínio à frente dos roteiros e traz ainda mais profundidade para os seus personagens, para as situações propostas e para o seu universo como um todo. Sem dúvidas, um trabalho impecável.
Com a história se encaminhando para tratar assuntos mais densos e delicados, é importante compreendermos como funciona a dinâmica familiar de cada personagem do núcleo principal e Alice entendeu bem isso, uma vez que o papel dos pais está ampliado e muito mais presente neste novo ano.
Então, é muito bem vindo conhecer um pouco mais os familiares de Nick, Charlie, Tara, Darcy, Tao e Elle, e como esses outros integrantes afetam emocional e psicologicamente cada um deles.
Por falar em desenvolvimento de personagens, Isaac (Tobie Donovan), que ficou de escanteio na temporada anterior, além de ganhar mais tempo em tela, também tem seu próprio plot envolvendo a descoberta de sua sexualidade, trazendo com ele mais um ponto de representatividade para o mundo de Oseman.
Enquanto isso, Elle (Yasmin Finney) nos leva para o mundo da arte queer e Darcy (Kizzy Edgell), mesmo que brevemente, nos coloca de frente com uma realidade que muitos adolescentes LGBTQIAPN+ ainda passam nos dias de hoje.
Lembrando que todos esses temas citados acima são tratados de forma leve, mas também de uma maneira muito responsável e cuidadosa, reforçando ainda mais tudo aquilo que nos cativa ao ler as HQ’s, mantendo a essência que sempre permeou esse universo.
Por falar em cativar, todo o elenco continua extremamente carismático em cena. É incrível como todos os personagens atraem o nosso interesse e curiosidade sobre suas jornadas, dúvidas e sonhos, e isso não se torna cansativo ou confuso em momento algum por que é tudo muito bem dosado e a montagem dos episódios consegue intercalar entre os núcleos organicamente.
Kit Connor e Joe Locke continuam sendo capazes de nos levar do sorriso bobo até um rio de lágrimas de uma cena a outra e tenho pra mim que a terceira temporada será, dramaticamente, a mais desafiadora para ambos e estou muito ansioso para ver como eles vão se sair.
William Gao e Yasmin Finney também enchem a tela com suas performances e é adorável acompanhar a evolução da relação deles, assim como os erros que são cometidos durante o percurso.
Eu, particularmente, estava ansioso pela chegada do Mr. Farouk na série e que prazer é ver como o ator Nima Taleghani se encaixou tão bem no papel e conseguiu transmitir perfeitamente toda a aura do personagem, sem contar a química tão bacana ao lado do Mr. Ajayi, interpretado novamente pelo ótimo Fisayo Akinade. Preciso de mais interações desses dois na próxima temporada.
Outra personagem que eu sempre farei questão de lembrar é Tori Spring, irmã mais velha de Charlie, interpretada por Jenny Walser. Ainda acho que um spin off adaptando “Solitaire” (ou “Um Ano Solitário”, no Brasil), história na qual ela é a protagonista, poderia ser uma ótima forma de expandir ainda mais essa obra cinematograficamente e garantir que tenhamos mais um pouco dessa turma antes de nos despedirmos de vez.
Digo isso porque Alice já divulgou que o volume 6 será a última graphic novel de “Heartstopper”, então considerando que a terceira temporada irá adaptar os acontecimentos do volume 4, “De Mãos Dadas”, é provável que a série encerre em sua quinta temporada.
Então, em um cenário hipotético e assumindo que a Netflix de fato renovou a produção até o quinto ano, teríamos aí pela frente apenas mais três anos de episódios inéditos até o fim.
Porém, caso você não tenha acompanhado as últimas notícias, neste momento, está acontecendo uma greve de roteiristas e atores nos EUA em busca de melhorias para a categoria e que já resultou na paralisação de algumas produções que estavam em andamento, causando também o adiamento de algumas estreias.
Portanto, por mais que a segunda temporada de “Heartstopper” continue se consagrando como um sucesso absoluto, é provável que demore um pouco para vir o anúncio dos novos anos, pelo menos, até que toda essa greve se encerre.
De qualquer modo, já temos garantida a terceira temporada que está prevista para ser lançada em 2024 e o quinto volume da graphic novel já está em pré-venda pela Editora Seguinte, com previsão de lançamento para dezembro de 2023.
Com episódios que variam entre 30 e 40 minutos de duração, a nova temporada de “Heartstopper” fecha esse ano com um saldo positivíssimo trazendo mais uma vez uma chuva de representatividade, além de trazer a tona assuntos de grande importância e relevância como saúde mental e arte de pessoas LGBTQIAPN+ e eu mal posso esperar para acompanhar Nick e Charlie crescendo ainda mais, individualmente e como casal também. Afinal, eles ainda tem muito amor para mostrar para esse mundo.
Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.
[…] (série Schitt’s Creek, O Melhor do Show) como a gambá Pinktail, Kit Connor (série Heartstopper, Rocketman) como Brightbill e Stephanie Hsu (Tudo em Todo o Lugar ao mesmo Tempo, o inédito O […]