
Heartstopper – Temporada 1: O início de uma história pode mudar absolutamente tudo
Baseada nas histórias em quadrinhos “Heartstopper” de Alice Oseman, chega a Netflix uma das séries mais aguardadas do ano.
Chegou o tão esperado momento e, na última sexta feira (22), a Netflix liberou a primeira temporada de “Heartstopper” com seus oito adoráveis episódios.
Para aqueles que não fazem ideia do que está acontecendo, “Heartstopper” é uma série de graphic novels criadas pela escritora e ilustradora inglesa Alice Oseman que, na série da Netflix, também assina como roteirista dos episódios da temporada de estreia.
É importante ressaltar que “Heartstopper” é um prequel de outro livro da autora chamado “Solitaire” lançado originalmente em 2014, no qual o foco principal está em Tori Spring, irmã mais velha de Charlie que, por sua vez, é o protagonista de “Heartstopper”.
Inicialmente, “Heartstopper” começou como uma história em quadrinhos online, sendo postada por Alice em redes sociais como o Tumblr e Webtoon e, posteriormente, os quadrinhos também ganharam suas versões físicas que, aqui no Brasil, a publicação ficou a cargo da Editora Seguinte, do selo Companhia das Letras.

No momento, existem 4 volumes: “Vol. 1: Dois Garotos, Um Encontro“, “Vol. 2: Minha Pessoa Favorita“, “Vol. 3: Um Passo Adiante” e “Vol. 4: De Mãos Dadas” sendo que, este último, já está em pré venda com lançamento previsto para o final de junho de 2022 aqui no Brasil.
Então, agora que estamos ligeiramente ambientados, a primeira temporada da série da Netflix une os acontecimentos presentes nos volumes 1 e 2 das histórias em quadrinhos e também adiciona alguns novos personagens a narrativa.
No decorrer dos oito episódios vamos conhecer e acompanhar Charlie Spring (Joe Locke), um adolescente que teve a sua sexualidade exposta no Truham Boys School, o colégio apenas para garotos onde estuda e, por isso, sofreu diversas situações envolvendo bullying de alunos mais velhos.

Porém tudo muda ao iniciar o novo ano escolar quando Charlie passa a se sentar ao lado de Nick Nelson (Kit Connor), um dos jogadores de rugbi do segundo ano e que, de imediato, atrai a atenção de Charlie.
A partir daí, veremos uma amizade nascer entre os dois rapazes até culminar no início do relacionamento amoroso que também fará com que Nick entenda mais sobre a sua própria sexualidade.
Você já sentiu que faz as coisas só por que todo mundo tá fazendo? E aí você fica com medo de mudar ou de fazer alguma coisa que possa confundir ou surpreender as pessoas? E é como se a sua real personalidade estivesse meio que enterrada dentro de você há muito tempo
Nick
Pra começar, esse é um exemplo perfeito de como é benéfico quando é possível se manter fiel a obra original. Ao assistir Heartstopper é inegável a fidelidade que nos é apresentada. Desde a escolha do elenco e caracterização até a direção de arte e trilha sonora, tudo nos remete ao que está nos quadrinhos, nos trazendo uma sensação de conforto e identificação, além é claro de nos arrancar sorrisos ao ver cada interação entre Charlie e Nick, dessa vez em carne e osso.


E, por falar nisso, Joe Locke e Kit Connor tem uma química em cena muito bacana, nos banhando com um carisma sem igual, mas também expondo suas fragilidades com tanta sensibilidade quando é necessário. E não posso deixar de mencionar a presença da vencedora do Oscar Olivia Colman interpretando Sarah Nelson, a mãe de Nick, elevando ainda mais a qualidade da série como um todo.
Interpretando um dos novos personagens, Fisayo Akinade surge como Mr. Ajayi, um professor abertamente LGBTQIA+ que age como uma espécie de conselheiro para Charlie em seus momentos de dúvidas, sendo uma adição a história muito bem vinda e rendendo ótimos momentos.
Não deixe ninguém te fazer desaparecer, Charlie
Mr. Ajayi
Outra personagem que gostaria de destacar também é a Tori Spring, interpretada por Jenny Walser. Apesar de aparecer em poucas cenas, a personagem nos cativa desde o primeiro momento e o desejo de ver e saber mais sobre ela só faz crescer no decorrer da temporada, mesmo que ela não seja o foco nessa história em específico. Quem sabe, no futuro, não possamos ver uma adaptação de “Solitarie” também, não é mesmo?

Os demais integrantes do elenco, como os amigos de Charlie e Nick, por exemplo, são igualmente interessantes, uma vez que eles também possuem suas próprias tramas, dúvidas e complexidades apresentadas nos decorrer dos episódios, dividindo espaço de uma maneira equilibrada com o desenvolvimento do enredo principal da série.
Inclusive, outro ponto alto da série é a diversidade tanto na questão racial como na própria questão da sexualidade nos apresentando personagens lésbicas, bi e transexuais, algo já presente nas histórias em quadrinhos e no trabalho em geral da autora.

Alice Oseman também faz um ótimo trabalho como roteirista ao adaptar sua própria história para o formato audiovisual mostrando ter total ciência da diferença de mídias e demonstrando total domínio para atuar na função, acrescentando e até mudando, quando necessário, a ordem de certos momentos das HQ’s que, dentro dos oito episódios da série, se encaixam e se conversam de forma orgânica, sem pressa, nos dando tempo de nos apegar aos personagens e detestar alguns outros.
Como já mencionado acima, a direção de arte também dá um show, trazendo para a realidade os cenários e locações das HQs no mínimos detalhes e não posso encerrar essa resenha sem mencionar antes uma das cenas mais bonitas visualmente envolvendo um jogo de luzes coloridas formando as cores da bandeira LGBTQIA+ logo em um dos primeiros episódios da série.
Por fim, a edição traz divertidas transições simulando as separações entre os quadrinhos e também inclui inserts em pontos chaves que só aumentam ainda mais a fofura que é essa produção.

A primeira temporada de Heartstopper tem tudo para fechar com um saldo muito positivo e conquistar ainda mais fãs ao redor do mundo, garantindo assim ainda mais algumas temporadas nos próximos anos, tendo em vista que a história ainda continua sendo contada nos quadrinhos.
Com oito episódios com cerca de 30 minutos cada, “Heartstopper” é facilmente uma série para te deixar com o coração quentinho e recomendo fortemente que você dê uma chance para esse novo universo que se inicia agora por que ele, de fato, tem o poder de mudar absolutamente tudo.
Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.
Leia Também: Hollywood: Do Mudo ao Falado
Siga @Nerdrecomenda nas redes Sociais
[…] Leia Também: Heartstopper – Temporada 1: O início de uma história pode mudar absolutamente tudov […]
[…] Leia Também: Heartstopper – Temporada 1: O início de uma história pode mudar absolutamente tudo […]
[…] ano de espera, chegou na última quinta-feira, dia 03, na Netflix a nova leva de episódios de “Heartstopper” e é extremamente gratificante ver como esse título continua sendo um ótimo exemplo de uma […]