Notre Dame é uma comédia simples, porém divertida, que comete alguns erros na sua execução.

Notre Dame estreou nesse fim de semana nos cinemas brasileiros. O filme francês é cheio de boas intenções, mas peca em alguns aspectos, e mesmo assim ainda é bom para os padrões de sessão da tarde.

O filme da atriz e diretora francesa, Valérie Donzelli, chegou no Brasil na última quinta-feira, dia 11 de fevereiro. O longa é uma comédia dramática, que vai contar a história da arquiteta Maud Crayon (Valérie Donzelli), que vive no centro de Paris. Motivada por uma possível ascensão em sua carreira, ela participa do concurso de arquitetura realizada pela prefeitura, que busca restaurar a catedral de Notre Dame, incendiada em 2019.

Maud ganha o concurso e a partir de então vive o maior drama da vida profissional. Em paralelo com sua vida profissional, está vivendo uma das relações mais conturbadas em sua vida pessoal: a primeira é com seu ex-marido Martial (Thomas Scimeca), na qual ela é subordinada, a segunda é com o jornalista Bacchus Renard (Pierre Deladonchamps), que irá ser seu interesse romântico ao decorrer do filme.

A vida atrapalhada de Moud e as situações inusitadas vividas por ela, irão conduzir a história do filme, e contar a trajetória da protagonista de uma forma leve e bem humorada. Ela tenta seguir em frente após o fim de seu casamento, mas seu ex sempre está ao seu redor. Por outro lado, na vida da arquiteta, seu grande trabalho na carreira sofre uma tentativa de boicote da comunidade, por ser parecido com uma “ereção”.

Notre Dame é uma comédia que mescla diversos elementos, e tenta realizar uma obra própria, misturando características das comédias românticas hollywoodianas com muitos diálogos e monólogos. Assim vemos um filme de ritmo mais devagar, com uma condução de produções europeias, além de possuir elementos fantasiosos. O resultado dessa mistura é um filme de comédia com uma pegada mais lenta do que o convencional, e pode causar uma estranheza se você não tiver acostumado com obras mais cadenciadas. 

Em certos momentos, o filme faz algumas homenagens a suas referências musicais e teatrais, como na parte em Moud hospeda os turistas em suas casas, onde vemos uma cena em um palco de teatro com número de sapateado. Outra cena é o musical no final, que encera o filme. Esses artifícios são bem usados, sendo uma válvula de escape do ritmo lento apresentado pela obra. 

A história em si é simples, sem nenhum plot ou grande reviravolta, ficando bem previsível, mas com uma trajetória cômica de acompanhar. Os elementos de fantasias acionados ficam deslocados e meio à margem. Notre Dame é uma produção que realiza o básico, tanto nos roteiros, quantos nas filmagens, o que faz dele uma obra OK, nem um filme espetacular, mas longe de ser um desastre. Uma comédia leve e divertida, no melhor estilo sessão da tarde.

Sinopse:

Maud Crayon, arquiteta e mãe de duas crianças, conquista – graças a um mal-entendido – o grande concurso promovido pela prefeitura de Paris para reformar o pátio diante da catedral de Notre-Dame… Às voltas com essa nova responsabilidade, ela se vê em meio a uma tempestade ao ter de lidar ao mesmo tempo, com um antigo amor da juventude que reaparece de repente e com o pai de seus filhos, a quem não chega a abandonar completamente.

Ficha técnica

Direção: Valérie Donzelli

Elenco: Valérie Donzelli, Pierre Deladonchamps, Thomas Scimeca

Gênero: Comédia

País: França

Ano: 2019

Duração: 90 min

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