My Dress-Up Darling – Um ótimo tutorial de cosplay
É mais que se fantasiar, é dedicação e uma imersão completa ao personagem
My Dress-Up Darling (também conhecido como: Sono Bisque Doll wa Koi o Suru) é um anime de comédia romântica que conta a história de dois jovens que se unem por seus interesses que, diferem entre si, mas são vistos como igualmente “estranhos” pela sociedade. Um gosta de bonecas tradicionais japonesas e a outra de cosplay.
Wakana Gojo é um jovem estudante bem introvertido, não sabe muito bem se relacionar com as pessoas, mas com um grande sonho, ser um kashirashi – um artesão especialista na produção de bonecas tradicionais japonesas. Gojo sempre admirou as bonecas desde pequeno, mas após um comentário infeliz (e desnecessário), ele deixou de compartilhar esse gosto com os outros, se tornando esse jovem introvertido que passa a maioria do tempo em casa, criando bonecas com o seu avô, que é um kashirashi.
Um belo dia, sua máquina de costura quebra e ele resolve costurar na escola, é onde acaba encontrando, inusitadamente, a popular, Kitagawa Marin. A jovem é uma otaku e começou a usar a máquina de costura da escola para tentar fazer do zero uma roupa de cosplay, porém, sem entender nada sobre costura. Após ver a habilidade de Gojo com a máquina, ela mostra o desastre que ela criou e pede a ajuda dele para criar o cosplay do ero-game favorito dela (sim, é um jogo hentai).
Gostaria de já abrir aqui dizendo que achei muito bem colocado no primeiro episódio já difundirem que é ruim atacar algo que alguém gosta, falar mal ou zoar algo que a pessoa gosta, porque isso é um ataque a pessoa, isso machuca. Claro, não sejamos extremos, se a própria pessoa entra na brincadeira, aceita a zoação e zoa também, ok. Mas, se ela ficou claramente ofendida, então é sinal que passou do ponto. Foi um aviso bem dado, ponto positivo.
Personagens
Eu gostei bastante dos dois personagens principais, ambas as personalidades e as interações deles são muito fofas. Gojo, por exemplo, por não ter muito contato com pessoas no geral, é atraído automaticamente pela Marin, ficando total e completamente desconcertado com tudo que ela faz. Enquanto tem uma certa inocência, lembre-se que ele é um jovem colegial, então… “às vezes no silêncio da noite, eu fico imaginando nós dois…”. Ah! Mas ele sempre se arrepende de todos os pensamentos mundanos e vive se desculpando por tudo.
Já Marin, diferente do Gojo, no começo está super a vontade com tudo, tanto que nem se importa quando o jovem tem que tirar todas as medidas dela para as roupas de cosplay, ela até o provoca um pouco. Porém, ao longo dos episódios parece que vira uma chave ali na mente dela e a moça se dá conta de que está gostando do Gojo, pior, está caindo de amores por ele. A partir daí o anime só vai ficando mais e mais engraçado (e, é óbvio, o cara nem percebe).
O foco maior do anime é neles, claramente, mas também somos introduzidos a outras duas personagens interessantes. Inui Sajuna e Inui Shinju, duas irmãs que também estão super envolvidas no universo do cosplay. Sajuna é a famosa cosplayer “Juju” e Shinju é sua irmã mais nova, e fotógrafa oficial. As duas acabam se envolvendo com os protagonistas depois que Sajuna procura Gojo para ele fazer uma roupa para ela.
A presença das duas na trama é interessante porque abre palco para outra discussão, sobre que personagem fazer no cosplay. Sajuna e Marin, por exemplo, tem portes físicos bem diferentes, então elas debatem que, pela fidelidade, tem personagens que, por mais que elas gostem, não seriam os ideais para fazer cosplay. Claro que isso é mais no contexto do cosplayer profissional que busca a caracterização mais fiel possível ao personagem e é apenas um ponto de vista, não quer dizer que se você não tem determinado padrão ou as roupas perfeitas, você não pode fazer cosplay.
A Sajuna até comenta que a primeira vez que ela se vestiu de cosplay foi tosco, a roupa não era do tamanho certo, a peruca estava errada, mas, apesar de tudo, foi o momento mais feliz para ela. É isso que importa, se te faz feliz, se para você está perfeito, quem mais precisa julgar?
O anime também faz questão de mostrar o processo de criação de um cosplay nos detalhes, desde a escolha de personagem, tipo de tecido para a roupa, técnicas de maquiagem, costura, dicas de compras de perucas, cílios, sapatos…, ou seja, ele mostra que é um processo que demanda dedicação, não é rápido e, dependendo, pode ser um investimento bem caro. E tudo isso com uma arte linda.
Agora, de tudo que adorei, se tem uma única coisa que me incomodou e que não se fazia necessária na história era o abuso do ecchi. Um pouco de ecchi para o contexto, eu entendo, cabe na trama e faz sentido. Mas dá para perceber que o artifício é utilizado, em momentos, de forma muito apelativa, o que, para mim, era apenas vergonhoso. Felizmente o protagonista estava tão envergonhado quanto eu.
My Dress-Up Darling foi feito pelo estúdio CloverWorks (mesmo de Darling in the Franxx; Horimiya…), possui 12 episódios, disponíveis na Crunchyroll, inclusive com dublagem em português. O anime é adaptado do mangá de Shinichi Fukuda.
No geral, minha experiência vendo o anime foi ótima, terminei com uma vontade enorme de escolher qual será meu próximo cosplay (tem CCXP esse ano, afinal). Adorei o casal principal, os dois tem química e não tem como não gostar deles.
A história também tem potencial para crescer, quero uma continuação e quero conhecer mais, e mais a fundo, sobre a produção do cosplay e, também, sobre as bonecas tradicionais japonesas que acho que ficaram um pouquinho fora de foco nessa primeira parte, em detrimento do Gojo e todo o telecurso dele para o universo otaku.
Trailer oficial:
Por: Letícia Vargas
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