‘O Enfermeiro da Noite’, filme da Netflix, retrata a história de um serial killer que agiu de forma silenciosa em diversos hospitais dos EUA

Mais uma vez um dos maiores streamings apostou em uma produção de true crime, segmento que está cada vez mais conquistando o gosto do público. Desta vez, a Netflix retratou a história de um serial killer que agiu no silêncio dos corredores de diversos hospitais durante a noite, fazendo diversas vítimas – a estimativa é de que foram mais de 400.

O Enfermeiro da Noite traz ao público a história de Charles Cullen (Eddie Redmayne, da saga Animais Fantásticos), um assassino em série que foi condenado à prisão perpétua no início dos anos 2000. Ele agia de forma silenciosa nos hospitais em que trabalhava, adulterando medicamentos, adicionando insulina e digoxina, o que acarretou a morte de centenas de pacientes.

No filme, fica claro que, apesar de desconfiarem de sua postura nos hospitais e nos inúmeros lugares que trabalhou durante os 16 anos de carreira, os hospitais nunca o investigaram de forma efetiva. O motivo? Caso as suspeitas fossem comprovadas, o hospital poderia se prejudicar. 

Por isso, a forma que eles escolhiam para lidar com o problema era demitindo o Charles. No entanto, sem nenhuma denúncia em seu nome, o profissional acabava conseguindo outro emprego com muita facilidade.

Mas as coisas mudam de rumo após ele iniciar em uma nova instituição e conhecer Amy Loughren (Jessica Chastain, de IT – Capítulo Dois), uma enfermeira bondosa que lida com problemas pessoais e de saúde, uma cardiopatia que precisa de cirurgia.

Apesar de não ser o foco de O Enfermeiro da Noite, nas entrelinhas do roteiro há uma crítica em relação aos hospitais e a forma que a saúde nos EUA é tratada. Como já sabemos, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um benefício dos brasileiros. Nos Estados Unidos existem duas opções, plano de saúde ou atendimento particular. 

Sabendo que o problema de Amy precisa de tratamento, Charles ajuda a enfermeira a lidar com as dificuldades e se tornam grandes amigos. Até que em um dos plantões noturno dele, uma paciente morre de forma suspeita, já que ela respondia o tratamento de forma positiva. 

O hospital então inicia uma investigação com a ajuda de dois policiais. Mas, ao descobrir a culpa do profissional, faz como os outros locais em que ele trabalhou e o demite. É neste momento que Amy inicia uma difícil missão, fazer com que ele confesse o crime.

Dirigido pelo dinamarquês Tobias Lindholm, a trama de O Enfermeiro da Noite é bem desenvolvida, mas não podemos negar que em boa parte da produção é a dupla de enfermeiros que são o destaque. O criminoso é apresentado como uma forma de enigma, no qual, tanto no filme como na vida real, suas motivações não foram reveladas. 

Já a enfermeira é uma mulher empoderada que cuida de duas filhas sozinha, trabalha muito e ainda lida com o problema cardíaco. Aliás, é válido destacar que para dar mais destaque na personagem, a doença foi apresentada com sintomas mais graves, onde é nítido o quanto estava interferindo em seu trabalho e por isso precisava da ajuda de Charles. Na vida real, a enfermeira que desmascarou o serial killer fez a cirurgia, mas vivia uma vida de forma tranquila.

Apesar de ser uma ficção, a trama funciona bem como uma forma de reconstituir como foi desmarcar o Cullen. Mas, é importante ressaltar que não reduz ou descarta a chance de produzir e assistir um documentário sobre os crimes. A Netflix pensou nessa possibilidade e se adiantou! Assim como fizeram com a história de Jeffrey Dahmer. 

No próximo dia 11 de novembro chega ao streaming Em Busca do Enfermeiro da Noite, documentário que mostrará como a polícia provou que o enfermeiro intensivista Charles Cullen matou pacientes e como ele quase escapou ileso.