Terremoto | Mas foi só isso?
Uma continuação que não parece continuação
Terremoto (Skjelvet, no original) é um filme norueguês, de 2018, dirigido por John Andreas Andersen, e fala sobre (pasmem) um terremoto de 8.5 na escala Richter previsto para acontecer na capital norueguesa de Oslo, fazendo milhares de vítimas e destruindo tudo, como qualquer bom filme desse gênero.
Primeiro de tudo, o filme é uma continuação de um outro, chamado “A Onda” (2015). Não é essencial assistir o primeiro filme para entender o segundo, mas é interessante pra você conhecer melhor os personagens, e uma ou outra menção que eles fazem em Terremoto.
A história se passa três anos após os desastres de “A Onda”. Para quem não viu, foi uma onda, gerada por uma avalanche, que chegou à 85 metros de altura e atingiu o fiorde de Geiranger, onde morava o protagonista (geólogo) e sua família. Nessa continuação, dá pra notar que a cidade se reconstruiu e as pessoas seguem a vida normalmente.
Nosso amigo geólogo, Kristian Eikjord (Kristoffer Joner), que salvou várias pessoas naquela tragédia, se divorciou e segue vivendo sozinho, embora dê pra perceber que ele ainda se culpa pela morte das pessoas no último filme. No meio disso tudo, um colega dele, também geólogo, é morto por detritos de pedra que caíram num túnel, o que incentiva o protagonista a investigar mais sobre o acidente e o faz encontrar uma tragédia praticamente prestes a acontecer.
Ao que parece, muitos acidentes acontecem naquele túnel, coisas são encobertas (como sempre), mas ele não é o principal problema. Acompanhando a saga do geólogo em buscas de respostas, vemos vários sinais do futuro problema, como quedas de energia e mudança na pressão da água que sai das torneiras. Obviamente rola aquela parte onde ele tenta avisar a todos que algo de ruim vai acontecer, mas é ignorado com sucesso (aquele clichezinho de sempre).
Pontos positivos para os efeitos sonoros de Terremoto. Parece que focaram bastante nos sons de estalos, como se fosse a terra se movendo ao longo do filme (já sabe que não vai prestar). E para o cenário de tirar o fôlego. Uma cidade cercada por montanhas e lagos.
A narrativa se constrói de forma bem lenta, de forma que demora muito para as coisas acontecerem e, quando elas enfim aconteceram, já estávamos praticamente no final do filme. O terremoto em si, previsto como o maior terremoto de Oslo em 100 anos, foi de fato grande, mas só rolou uma vez e terminou. Não que esteja errado, na realidade funciona assim mesmo, mas em filmes é comum eles usarem uma sequência de abalos sísmicos e coisas do gênero pra dar mais impacto à tragédia (não é ruim, só uma coisa que eu, pessoalmente, senti falta).
O ponto alto foi quando o geólogo e sua família ficaram presos em um hotel, tentando sair. Ficamos apreensivos imaginando como eles conseguirão realizar essa proeza. Mas fica por isso mesmo, só na imaginação, pois depois de quase morrer, eles continuam presos no alto do hotel e, então, a cena corta para todos já salvos, em outro lugar. Como eles escaparam? Quem os ajudou? Nunca saberemos porque não acharam importante incluir essa parte no filme, assim como o próprio filho do protagonista que estava “preso” em outro lugar.
Como considerações finais, Terremoto não surpreende, é até meio monótono. Com certeza não superou seu antecessor, a Onda (tem na Netflix, confira lá). Como eu disse, demorou muito pra pegar no tranco e quando finalmente pegou, acabou do nada, então não espere aquelas típicas produções hollywoodianas de desastres naturais, não tem nada de tão apocalíptico nesse filme, é só um grande terremoto mesmo.
Por: Letícia Vargas
LEIA TAMBÉM: Pinóquio, o filme clássico da Disney completa 80 anos
[…] LEIA TAMBÉM: Terremoto – mas foi só isso? […]