Terror em Silent Hill e as adaptações para o cinema
Baseado na franquia de jogos de terror, o filme de Silent Hill possui uma boa história, mas não se equipara à narrativa dos games
Disponível pela Netflix, Terror em Silent Hill nos apresenta uma história até que boa, mas que para alguns fãs dos jogos da franquia, pode ser um pouco decepcionante. Comparar a experiência do filme com a dos os games não é algo muito simples de se fazer.
Lançado em 2006, com direção de Christophe Gans, Terror em Silent Hill tem como protagonista Rose, uma mãe que entra na cidade fantasma de Silent Hill para procurar sua filha Sharon, que desapareceu no local durante um nevoeiro na estrada, enquanto as duas estavam dentro do carro. A história se desenvolve e Rose tem de se esconder de monstros e enfrentar os fantasmas do lugar.
Em um primeiro momento, parece uma história meio comum do gênero de terror, mas a partir do momento em que o filme começa a se desenvolver, ele vai ficando mais interessante. O visual dos monstros (eu esperava ansiosamente pela aparição do Pyramid Head) e a sirene que toca para alertar o começo da “escuridão” foi algo diferente para mim, que não cresci tanto com jogos de terror.
A história do filme consegue misturar bem o sobrenatural com a realidade, que foi a principal causadora dos monstros na cidade. É uma produção te lembra que o verdadeiro terror começa com os seres humanos e suas atrocidades. As trevas são só o resultado disso. Além do mais, o final do filme é totalmente inesperado e os mistérios, quando são revelados sobre a cidade, chocam ao assistir.
Dito isso, qual é o problema com Terror em Silent Hill? Basicamente ele é uma adaptação dos jogos da franquia. Sendo o primeiro lançado em 1999, seguido de vários outros, o jogo deu uma experiência muito forte de terror para o público da época. Com monstros, jumpscares e cenários macabros, os fãs da franquia entenderam o que lhes dava medo, levando memórias assustadoras. O mesmo pode não acontecer com quem vê o filme de 2006 e não enxerga todo esse medo sentidos antes nessa nova versão.
O problema se dá na hora de comparar os dois conteúdos, jogos e filmes. Já é comum para o cinema adaptar algumas obras dos games para as telonas. Resident Evil, que teve sua história alterada para os filmes, Tomb Raider, e outros que não agradaram tanto ao público gamer por não serem fiéis as narrativas que os inspiraram.
Isso se dá pois os filmes não pretendem atingir apenas aos telespectadores que já conhecem os jogos. Antes de tudo, os filmes são produtos que têm como objetivo lucrar, alcançando o máximo de público possível. Eles não foram feitos apenas para reavivar memórias do passado de quem cresceu ao lado dos videogames, mas também para apresentar a história, do seu modo, para um novo público.
Porém, em certos filmes, apenas alguns fãs verdadeiros e que já conheciam a obra vão captar certas referências que só poderiam ser conhecidas dos games, e isso causa um sorriso em quem consegue captá-las.
Colocando os dois pesos na balança, para quem quiser dar início nas produções de Silent Hill, recomendo ver o filme. Agora, para entender toda a história, origem dos monstros e as motivações dos personagens, parta para os jogos.
*Texto escrito por Renata da Silva
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