Teto Para Dois (Beth O’Leary)
“Foi uma maneira estranha de conhecer Leon, escrever todos esses bilhetes nos últimos meses, e meio que aconteceu sem que eu percebesse – em um minuto, estava rabiscando um recado rápido para ele sobre comida, no outro, era uma correspondência completa e diária.” (Teto Para Dois – Beth O’Leary)
Depois de muito tempo afastada dos romances, Teto Para Dois, da autora Beth O’Leary, foi o primeiro livro do gênero que voltou a despertar minha curiosidade, com uma premissa que prometia altas doses de fofura.
No final do dia, encontrei fofura? Sim. Talvez não na dose e estilo que a Larissa com coração de leitora de mangás shoujo estava acostumada, mas ainda sim ela estava ali, e o que veio junto com ela valeu muito a pena!
OBS: mangás shoujo são conhecidos pelos romances adolescentes puros e inocentes, em que os protagonistas já têm um treco só de segurar a mão do parceiro. Depois de consumir tantas produções asiáticas, tinha quase esquecido que os romances ocidentais tinham emoções mais… à flor da pele (if you know what I mean hihihi).
Vamos entender essa história então!
Em Teto Para Dois, encontramos Tiffy desesperada para encontrar um apartamento em Londres por um preço que ela tenha condições de pagar. Acontece que o metro quadrado de Londres é caríssimo e a protagonista não tem nenhum tostão furado. A esperança chega quando Tiffy descobre o apartamento de Leon, que pretende alugar por um preço super acessível. Só que, é claro, está barato dessa forma porque ele só está alugando o imóvel por metade do dia.
Isso mesmo, o contrato que ele oferece é claro: o apartamento é dele pela manhã e tarde nos dias da semana, enquanto as noites e o final de semana serão de quem alugar o apartamento. E, é claro, locador e locatário não poderão ocupar o apartamento ao mesmo tempo.
Uma loucura! Mas a última coisa que Tiffy quer é ser obrigada a voltar pra casa de seu ex-namorado abusivo, então é claro que ela aceita, passando a viver no apartamento de Leon, com quem só conversa por post-its deixados por todos os cantos.
Nesse vai e vem de correspondências entre os dois, o que, obviamente vai acontecer? Isso mesmo, eles vão se apaixonar! E é aí que a coisa começa a ficar interessante.
Teto Para Dois é um livro muito fácil de ler, com uma cadência que se deixa cair pouquíssimas vezes, o que dá aquela impressão de que sempre tem alguma coisa interessante acontecendo, seja para o desenvolvimento do casal principal, ou dentro dos núcleos individuais de Leon e Tiffy.
Na minha opinião, o trabalho feito pela autora para apresentar o mundo e problemáticas que cada personagem enfrenta é o que falta em muitos romances por aí. Essa sensação que cada parte daquele casal existe separadamente, tem seus próprios problemas, e o romance aparece não como o “salvador das causas perdidas”, ele é uma consequência dessas vidas que se trombam e percebem que podem oferecer algo um pelo outro.
Ai ai, relacionamentos saudáveis na literatura são lindos de se ver.
Leon e Tiffy são como dois pólos de um ímã, suas personalidades são completamente diferentes. Tiffy é expansiva, extrovertida e comunicativa, enquanto Leon é introspectivo e tende a pensar por tempo demais. Não tem como o leitor não se identificar com um ou outro. É ao mesmo tempo bonito e divertido notar como, nesse caso, a frase “os opostos se atraem” descreve perfeitamente esse romance.
Sobre Tiffy:
“Costumo pensar que deve ser muito cansativo ser Tiffy. Até nos bilhetes ela parece gastar muita energia. Mas é divertido encontrá-los quando volto pra casa.” (Teto Para Dois – Beth O’Leary)
Sobre Leon:
“Acho que isso significa que ele não ia querer ninguém por perto porque é muito quieto. Mas eles não sabem que, na verdade, ele guarda toda a conversa para as pessoas certas, tipo eu e você.” (Teto Para Dois – Beth O’Leary)
Ainda dentro do assunto de relacionamentos saudáveis, fiquei muito contente ao ver a forma como o assunto dos relacionamentos abusivos foram trabalhados no ponto de vista da Tiffy. Fiquei extremamente satisfeita com a mensagem que autora conseguiu, tão claramente, passar: Tiffy saiu de um relacionamento abusivo com sua própria força, ajudada por seus amigos mais íntimos. Mas os passos mais importantes foram dela, e o amor de Leon não foi uma libertação de sua condição, mas ajudaram que ela entendesse o que era amar de verdade.
“Lembro a mim mesmo que não posso salvar ninguém: isso está nas mãos da própria pessoa. O melhor que podemos fazer é ajudar quando elas estiverem prontas.” (Teto Para Dois – Beth O’Leary)
Mas se é tão bom, porque não 5 estrelas, Larissa? Olha… gosto é uma coisa estranha kkkkk. Acho que foi principalmente uma questão de identificação. Como disse, romances não são muito a minha praia, então é claro que isso influenciaria o meu amor por uma história. E, apesar de ter curtido muito 90% do livro, aqueles 10% que mostrava a Tiffy no trabalho eu achei bem chatinhos (mas entendo perfeitamente a importância dessa parte, ok?). Ou seja, 4 estrelas é só o resultado quando eu adicionei o meu emocional, que sempre levo em conta para dar a nota final.
Classificação da Larissa (cons.ciencialiteraria): 4 estrelas
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