The Umbrella Academy: nem melhor nem pior que as anteriores, terceira temporada diverte, mas não surpreende
Nova temporada de The Umbrella Academy não evolui, mas continua cativante
Baseado em quadrinhos de sucesso, The Umbrella Academy conquistou um grande público desde a estreia de sua primeira temporada, em 2019. A trama, que trazia heróis desajustados e para-lá-de-ideais tendo que salvar o mundo, veio no momento certo, próximo a The Boys, para reinventar as histórias de super-heróis na televisão.
Na primeira temporada, o mundo está prestes a acabar, e os irmãos Hargreeves precisam descobrir a causa do apocalipse para impedi-lo antes que seja tarde demais. Na segunda temporada, o mundo está prestes a acabar, e os irmãos Hargreeves precisam descobrir a causa do apocalipse para impedi-lo antes que seja tarde demais. Já na terceira temporada… Bem, adivinhe!
Mesmo que com uma trama bem similar às temporadas anteriores, a série ainda consegue se manter divertida, com a mesma dose de loucuras e aleatoriedade. Dessa vez, a equipe Umbrella se encontra em uma realidade onde seu pai, o ricaço Sir Reginald Hargreeves, adotou crianças diferentes para compor sua super equipe. Os protagonistas se encontram rivalizando, portanto, com a Sparrow Academy.
Além do personagem Ben, que agora é um esnobe e egoísta anti-herói, os poderes de alguns dos membros da nova equipe conseguem ser ainda mais estranhos e bizarros do que os já apresentados até então. Dentre os mais estranhos, estão uma mulher cega que conjura corvos e enxerga através de seus olhos; um homem deformado que transfere todos os danos recebidos para seu atacante; uma mulher que espirra um líquido alucinógeno de sua boca; e um cubo… Sim, um dos novos personagens é um cubo mágico que solta energia.
Os personagens da Sparrow Academy, entretanto, ainda não são o principal foco da nova temporada, mas são uma belíssima adição para a obra, assim como o personagem Stanley, interpretado pelo aclamado Javon Walton, o Ash, de Euphoria. Um outro destaque da terceira temporada foi no número 7 se descobrindo e assumindo ser um homem trans, assim como seu ator, Elliot Page. Assim, Victor Hargreeves é facilmente um dos melhores pontos da nova temporada, que soube ser leal ao seu ator e, ao mesmo tempo, agregar à narrativa da série.
Além de Victor, outros personagens que se destacaram na temporada foram Diego e Klaus. O primeiro, trabalhando sua relação com Laila, vai mostrando cada vez mais possuir um bom coração; e o segundo, trabalhando seus traumas e segredos para alcançar sua melhor versão – e claro, novamente protagonizando momentos hilários ao longo dos dez episódios da temporada.
Allison também recebeu bastante foco, principalmente por estar de luto pela filha e pelo homem por qual se apaixonou na década de sessenta. Seu arco, entretanto, acaba se tornando um pouco monótono e, arrisco dizer, um tanto quanto irritante, pois é a que menos se desenvolve ao longo do terceiro ano da obra.
Já Luther e Cinco, ainda que tenham tido seus momentos, foram mais apagados do que os demais. Luther se permitiu ter uma história de romance – novamente com uma das filhas de seu pai –, mas seu desenrolar acabou sendo um tanto quanto lento e bobo demais, se comparado aos de seus irmãos. Dessa forma, fica óbvio que a série tentou explorar e aprofundar o personagem, porém este continuou sendo tão desinteressante quanto sempre foi.
Cinco também é um personagem cujo tempo não lhe fez bem – o que é irônico, visto que é o principal viajante do tempo de The Umbrella Academy. De todas, quando se afasta de Klaus, sua trama é a mais repetitiva e a que menos tem a agregar à série. Novamente, não chega a ser chata, só repetitiva e sem muita criatividade.
Dessa forma, a série continua a apresentar o que tem de melhor, repetindo os acertos das temporadas anteriores. Porém, também não soube evoluir, repetindo os mesmos erros e trazendo consigo uma sensação de que “já vimos essa história antes”.
Se você procura uma série em que os acontecimentos são muito bem pensados e fazem sentido narrativo, The Umbrella Academy talvez não seja a melhor escolha. Repleta de coincidências e conveniências de roteiro, a terceira temporada volta a ter dez episódios apenas pela falta de comunicação dos personagens, pois todos os problemas poderiam ser facilmente resolvidos em três ou quatro partes se eles se comunicassem minimamente – será que nunca ouviram falar de grupo de Whatsapp? Ainda assim, a terceira temporada continua divertida, engraçada e um tanto quanto cativante. Para aqueles que gostam de uma louca baboseira de super-heróis que claramente não se leva a sério – ou não deveria – The Umbrella Academy pode ser uma ótima opção para um entretenimento singelo e descompromissado.
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