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Por: Jamerson Nascimento 13/09/2021
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Love Victor – 1ª Temporada: O amor nem sempre é uma linha reta

Querido Simon, talvez você tenha razão. Talvez eu mereça mesmo uma grande história de amor. Mas eu não sei como ela vai ser pra mim, por que a minha história não tem nada a ver com a sua.”

Com mais de um ano de atraso e com duas temporadas já lançadas nos EUA através da plataforma de streaming HULU, finalmente chegou ao Brasil no último dia 31 de agosto, junto ao lançamento do STAR Plus, a série “Love, Victor“, produção ambientada no mesmo universo do longa de 2018 chamado “Com Amor, Simon” (Love, Simon no original) que, por sua vez, é baseado no livro “Simon vs. A Agenda Homo Sapiens” da autora Becky Albertalli.

Então antes de começarmos a falar sobre essa série sensacional, já deixo aqui meu primeiro questionamento a Dona STAR: “Se já temos duas temporadas completas no exterior, por que trouxeram apenas a primeira pro Brasil???”.

Pensando pelo lado positivo, pelo menos trouxeram os 10 episódios de uma vez e não fizeram como o que o Disney Plus fez com a série “High School Musical: The Musical: The Series“, que também chegou com um atraso considerável por aqui e ainda foi lançando um episódio por semana na plataforma, estratégia que, no meu ponto de vista, não fez sentido algum levando em consideração que a primeira temporada já havia sido lançada integralmente nos EUA.

Existem boatos de que a segunda temporada de “Love, Victor” chegará ao STAR Plus ainda este ano, mas enquanto isso não é oficializado, vamos comentar sobre o material que temos disponível hoje… e, já aviso que assim como Simon Spier, a história de Victor Salazar também já conquistou milhões de fãs ao redor do mundo e com razão. Então, vamos lá para um breve resumo sobre a história (sem spoilers) e logo em seguida, as considerações sobre a produção.

Love Victor
Michael Cimino como Victor Salazar, protagonista de “Love, Victor” | Divulgação

Em “Love, Victor“, vamos acompanhar a história de Victor Salazar que está saindo do Texas junto com sua família e indo morar em Atlanta onde seu pai, Armando, conseguiu um novo emprego. Chegando a nova cidade, Victor é matriculado na Creekwood High School, mesma escola que, há cerca de um ano atrás, um garoto chamado Simon viveu uma grande história de amor com outro rapaz, se tornando, como é dito pela própria vice diretora, uma lenda naquele local e esse é um evento importante para Victor, já que ele também está em seu próprio processo de autodescoberta.

Em Creekwood, o rapaz conhecerá alguns daqueles que vão estar a seu lado durante sua jornada, entre eles: Mia Brooks, Felix Westen, Lake Meriwether e Benji Campbell. Trocando algumas mensagens com Simon através das redes sociais e com a ajuda desses novos amigos, Victor vai enfrentar algumas situações que o ajudarão a descobrir mais sobre si mesmo e sobre a pessoa que deseja ser no futuro.

Love Victor
Lake (Bebe Wood), Felix (Anthony Turpel), Victor (Michael Cimino) e Mia (Rachel Hilson) em “Love, Victor” | Divulgação

Então falando sobre os personagens é quase impossível você não se identificar com pelo menos um deles e não sentir um mínimo de empatia que seja. Todos são muito carismáticos e cativantes, cada um enfrentando suas próprias questões e problemas pessoais. É claro que 10 episódios não são o suficiente para desenvolver todos eles, mas alguns pontos cruciais são expostos durante essa temporada fazendo com que prendam nossa atenção e nos cause um desejo de sempre querer saber um pouco mais sobre cada um deles.

Em relação ao elenco, eu particularmente não conhecia previamente nenhum dos atores principais mas rapidamente me vi apaixonado por essas pessoas, em especial, Michael Cimino que nos conquista logo nos primeiros minutos com o seu olhar doce e gentil, mas que também consegue nos mostrar a sensibilidade que seu personagem possui, assim como a confiança e a força dele nos momentos em que Victor precisa se posicionar.

Um adendo: Michael também está construindo uma carreira musical em paralelo a atuação, então indico fortemente que ouçam suas músicas por que são realmente boas.

Love Victor
Felix (Anthony Turpel) e Victor (Michael Cimino) em uma importante cena de “Love, Victor” | Divulgação

Os demais atores e atrizes entregam ótimas performances e o Felix de Anthony Turpel também merece destaque já que se torna, facilmente, um dos personagens favoritos conforme a série avança.

Em relação ao roteiro, apesar de já termos uma ligeira ideia de como vai terminar a temporada, ainda assim temos diversos momentos emocionantes e com algumas falas que, apesar de parecerem clichês do gênero, se encaixam perfeitamente nos personagens, se tornando algo natural ao invés de forçado. Além disso, todo o processo pelo qual Victor passa, inicialmente tentando reprimir seus sentimentos e depois se libertando de suas próprias amarras e se aceitando como ele é de verdade, é de fácil identificação para aqueles que já passaram por isso durante a sua vida e, posteriormente, se descobriram LGBTQIA+.

“Às vezes, é mais fácil abrir um sorriso e deixar as pessoas verem o que querem, entende?”

Mia

Durante a história, também é apresentada toda uma questão envolvendo o real motivo da família Salazar ter saído do Texas, algo que já é plantado logo no primeiro episódio e vai sendo desmembrado conforme a temporada segue. Além disso, só quem é LGBTQIA+ e tem uma família religiosa, conservadora ou homofóbica sabe o quão complexo (e assustador) pode ser se assumir para seus familiares e esse é um ponto que, em diversos momentos, é colocado em frente a Victor.

Love Victor
A família Salazar: Adrien (Mateo Fernandez), Isabel (Ana Ortiz), Armando (James Martinez), Pilar (Isabella Ferreira) e Victor (Michael Cimino) | Divulgação

E isso é uma das coisas que tornam a série ainda mais incrível. Diferente de Simon que, apesar de tudo o que aconteceu, tinha uma família muito mais liberal, Victor não dispõe desse mesmo privilégio, tornando essa a primeira de muitas diferenças entre ambas as produções.

Outra coisa que também difere está relacionado a origem de cada família. A família Spier é a clássica família americana enquanto que a família Salazar possui traços colombianos e porto riquenhos em sua descendência, trazendo um outro tipo de bagagem para esses personagens e para o universo como um todo.

Por fim, diferente de Simon, que era um completo sedentário e fazia parte do clube de teatro de Creekwood, Victor caminha para o lado oposto integrando a equipe de basquete da escola, trazendo mais um potencial interessante da série levantar questões sobre a representatividade LGBTQIA+ dentro do universo dos esportes nas suas próximas temporadas.

E para se manter no time, Victor precisa pagar uma taxa consideravelmente alta fazendo com que o rapaz busque emprego em uma cafeteria, trazendo aí uma questão financeira que também não havia sido abordada na produção anterior.

Love Victor
Victor (Michael CImino) e o time de basquete de Creekwood | Divulgação

Então apesar de estarmos em um ambiente no qual já estivemos antes, vemos outros lados de Creekwood sendo explorados e o que podia ser só mais uma repetição de tudo o que já foi mostrado no filme, se torna algo diferente e igualmente empolgante de ser conferido.

“Eu acho que você merece um cara que não reduza você a um número, sabe?”

Felix

Em relação ao trabalho de dublagem, no geral foi muito bem feita, como já é de costume, afinal somos considerados um dos melhores do mundo nesse quesito, porém tenho algumas ressalvas. Antes de assistir a versão dublada, eu conferi a temporada completa na versão com o áudio original em inglês e em alguns breves trechos senti que faltou um pouco de potência por parte dos dubladores em comparação com o material original. Nada que prejudique ou que mude o sentido do momento, mas senti que faltou um pouco.

Outro ponto também, e esse totalmente compreensível, é a questão dos sotaques. É natural que no processo de dublagem algumas coisas sejam modificadas e acabem se perdendo por completo e, normalmente, sotaques são os mais afetados. Então apesar de também não ser um fator que prejudique a experiência do público, ainda assim, é algo relacionado às identidades dos personagens que acabamos perdendo por completo, sendo, ao meu ver, a personagem Isabel, mãe de Victor, a mais prejudicada nesse sentido, já que o seu sotaque é um dos mais carregados em toda a produção.

Love Victor
Victor (Michael CImino) e Benji (George Sear) | Divulgação

“Love Victor” conta com uma ótima trilha sonora incluindo um cover de “Call Me Maybe“, sucesso de Carly Rae Jepsen em 2012, em uma versão acústica que é simplesmente perfeita e uma breve menção a “Dreaming of You” da cantora Selena. Além delas, a faixa tema da série “Somebody to Tell Me” de Tyler Gleen também é altamente viciante e contagiante.

Criada por Isaac Aptaker e Elizabeth Berger, a primeira temporada de “Love Victor” aborda temas como descoberta da sexualidade, a pressão criada em cima de padrões de beleza e comportamento, relação entre pais e filhos e os problemas familiares que podem surgir nessa relação, tudo isso em rápidos episódios que não passam de 30 minutos de duração cada e que você devora em questão de poucas horas, te deixando ansioso para descobrir o que acontecerá com Victor, Felix, Mia, Lake, Benji e Pilar no futuro.

Com direito a participações especiais e com cenas emocionantes, tocantes e engraçadas, o “SimonVerse” ganhou uma ótima extensão do seu universo nessa produção e como alguém que já viu a primeira temporada por 3 vezes, eu garanto que essa série vai te conquistar e te deixar com o coração quentinho no final. Então bora pro STAR Plus para maratonar e que a data de lançamento da segunda temporada em território nacional seja anunciada em breve, por que muitas coisas ainda estão por acontecer na vida de Victor Salazar e mal posso esperar para poder conferi-las.

Trailer Oficial da Primeira Temporada de “Love Victor”
“A sexualidade humana não é uma linha reta, mas sim um show do Cirque du Soleil. Confusa, longa e lotada de palhaços sexys.”

Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.


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