
“Magnatas do Crime” | Entenda porque você precisa ver esse filme com Matthew McConaughey
De tudo o que se pode esperar, Matthew McConaughey como dono de um império de maconha era o que eu não esperava ver. Fui surpreendida por esse talento incrível no longa “Magnatas do Crime”.
Em uma cabine virtual conferi o filme e não posso dizer menos: surpreendentemente instigante e cheio de suspense.
No filme, Matthew dá vida ao talentoso graduado em Oxford, Mickey Pearson que se utiliza de habilidades únicas, audácia e prospecção à violência, cria um império de maconha usando as propriedades dos aristocratas ingleses menos favorecidos. No entanto, ao tentar vender seu negócio a um colega bilionário, uma cadeia de eventos se desenrolam, envolvendo desde chantagens e decepções até o caos e muitos assassinatos entre bandidos de rua, oligarcas russos, gângsteres e jornalistas.
A forma como o diretor Guy Ritchie constrói a narrativa de “Magnatas do Crime” é bem estruturada e muito parecida com longas já dirigidos por ele – “Agentes da U.N.C.L.E.”, “Sherlock Homes” ou “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”- e a relação entre o roteiro e o que vemos na tela é bem mais transparente, nos deixando claro o método como o diretor trabalha. Ritchie deixa transparecer sua assinatura de forma clara em “Magnatas do Crime”, envolvendo tanto o roteiro como as imagens que assistimos pós-produção.
O ritmo que nos é colocado – pelo próprio diretor – no filme é interligado ao roteiro, seja de forma direta ou indiretamente. No longa “Magnatas do Crime” é muito utilizada a linguagem metalinguística, onde Fletcher (Hugh Grant), através de um roteiro escrito por ele mesmo, conta para seu amigo Ray (Charlie Hunnam) – personagem que pacientemente se torna um belo espectador –, que se o público não prestar muita atenção, pode facilmente se perder e não será nada fácil manter a concentração.
A confusão aparente é tão bem planejada que a cada passo do filme vai ficando cada vez mais claro as possibilidades e para onde o diretor está querendo nos direcionar. Nestas orientações confusas que nos são dadas, acabam que no decorrer da história de Fletcher, a realidade dos personagens se misturam até chegar ao ponto em que não conseguimos mais separar uma da outra.
No decorrer dos relatos vamos sendo cada vez mais instigados a consumir os personagens, seja por seus figurinos – desde os acessórios até as vestimentas – até a aparência física, pelo modo como penteiam seus cabelos ou ajeitam sua barba. Mesmo parecendo ser um personagem simples, a complexidade que Michael Pearson (McConaughey) transparece muita calmaria interior para quem precede de uma explosão de atitudes e sempre muito exposta pelo próprio olhar.
Em todo o longa temos a sensação de que quem está no controle de todo o filme é o personagem Fletcher, mas quando tudo parecer de seu próprio domínio, somos surpreendidos com um personagem que se torna apenas um tagarela e que sua harmonia com o longa é para dar o pedestal que Matthew McConaughey merece.
“Magnatas do Crime” se torna nas mãos de Ritchie uma linda comédia inglesa, repleta de vida e acidez. Se você, assim como eu, não espera(va) nada deste filme, pode se desfazer desta ideia e preparar aquela pipoca, uma bebida de sua preferência e um lugar confortável, pois vai se surpreender com esse longa.
*Texto por Caroline Dias
Leia Também: “Gangs of London” – Starzplay anuncia data de estreia da série policial
Siga @Nerdrecomenda nas redes Sociais


Um comentário
Pingback: