Um mini dorama que nada prometeu, mas entregou muito, mostrou o verdadeiro “som da magia”

O Som da Magia é um dorama curtinho, de 6 episódios, musical, ou seja, todos os episódios têm, pelo menos, uma música original que condiz com as cenas. O dorama aborda fantasia e nos faz ir e voltar em teorias e na crença de se magia realmente existe (na série, no caso).

Na história, Yoon Ah-yi (Choi Sung-eun) é uma estudante do ensino médio que sofre com problemas financeiros, tendo que bancar sozinha o aluguel da casa e cuidar da sua irmã mais nova, porque seu pai está fugindo de agiotas. A dura realidade fez Yoon Ah-yi deixar de acreditar em magia, que era sua paixão quando mais nova, e desejar ser logo adulta para resolver todos seus problemas.

Em meio aos perrengues, ela conhece Ri Eul (Ji Chang-wook), um mágico que a toma por aprendiz e tenta trazer a magia de volta para vida dela. Ri Eul mora no parque de diversões abandonado e é tido como um mito, pelos alunos da escola de Yoon Ah-yi. Com os episódios, Na Il-deung (Hwang In-youp), um colega de classe que tem sentimentos por Ah-yi, começa a frequentar o parque de diversões, também atraído pela curiosidade sobre a magia de Ri Eul.

Logicamente, como nem tudo são contos de fadas, teremos um plot se desenvolvendo em segundo plano que vai impactar a vida de todos. Na região, uma série de crimes tem sido cometidos por alguém e logo todos desconfiam que o autor dos crimes é o mágico, todos, incluindo os telespectadores, porque ficamos bem confusos quanto a índole dele, devo dizer.

Gente, o que foi essa confusão de o mágico ser o criminoso, não ser o criminoso?

Eu juro que a cada acontecimento novo na história eu deletava uma teoria da minha lista e criava mais uma, às vezes com ele sendo inocente, às vezes culpado, mas, de alguma forma, envolvido nos crimes cometidos pela região. E é claro que eu não vou dizer o veredito dele, assistam porque vale bem a pena!

Quanto ao Na Il-deung, tenho sentimentos mistos sobre o garoto. No começo gostei dele, mas depois que ele ofereceu dinheiro para Ah-yi para ela ir mal nas provas de propósito, só para ele ser o melhor da turma, sabendo que ela precisava do dinheiro, achei a atitude ridícula. Depois, com o andar da carruagem e ele se encantando com a magia, vimos a forma sufocante como ele vive em casa, com a pressão dos pais para ser perfeito e seguir a carreira que eles querem, ficamos com pena dele, que só queria se divertir com mágica.

Yoon Ah-yi é aquele clichê que acompanhamos em vários doramas de garota pobre, lutando cada dia para viver, se ferrando cada vez mais, mas se mostrando forte, para não afetar a irmã mais nova. E ainda torcendo para que seu pai volte para casa, confiando nele (não devia, nem um pouco). Não que clichês sejam ruins, acho que o que mais me frustrou foi o nível de descrença dela na magia. O Ri Eul fazia algo que a ciência não explica e ela comprava, daí acontecia algo em seguida e ela desacreditava dele, depois se repetia o mesmo padrão, teve uma hora que me cansou um pouco.

O dorama é uma piração de efeitos de “magia”, tudo muito lúdico e sempre com canções, com cenários que mudavam para acompanhar as letras das músicas e as danças, com coreografias elaboradas e cheio de bailarinos (não em todas as canções, mas algumas realmente pareciam uma produção da Broadway).

O Som da Magia é baseado em uma web novel, chamada Annarasumanara, de Ha Il-kwon. O dorama está disponível no catálogo da Netflix e acho que ter somente 6 episódios foi uma escolha bem feita, visto que se colocassem mais coisa para aumentar os episódios, a história teria ficado muito arrastada e imagino que em algum ponto os telespectadores ficariam cansados de tantos episódios musicais.

O dorama ficou em 4° lugar no top da Netflix em vários países, além de ter recebido 100% e aprovação no Rotten Tomatoes.

Por: Letícia Vargas