Outlander – Uma viagem maior do que o tempo
“A guerra me ensinou a valorizar o presente porque o amanhã poderia nunca chegar. O que eu não sabia na época era que o amanhã provaria ser menos importante do que o ontem”
Outlander é uma série estadunidense, baseada em uma série de livros da autora Diana Gabaldon. A série nos traz o pacote completo, fantasia, drama, ação, com personagens envolventes e voltada para o público adulto (eu sei que você entendeu o que eu quis dizer).
Resumidamente, a série acompanha a história de Claire Randall (Caitriona Balfe), uma enfermeira inglesa que trabalhou na Segunda Guerra Mundial e tem na sua bagagem toda essa experiência de praticar medicina em situações traumáticas. Enfim, a guerra acabou e Claire se reencontra com seu marido Frank Randall (Tobias Menzies), que também serviu na guerra, e juntos eles tentam retomar a normalidade e aproveitar uma segunda lua de mel em Inverness, nas Ilhas Britânicas.
Lá, a vida de Claire dá um 360 e ela é transportada, através de um círculo de pedras, para o passado (1743, mais especificamente), numa Escócia que vivia em plena guerra de dominação entre clãs e com o próprio exército britânico. A partir daí a moça passa por vários perrengues porque ela é uma moça inglesa suspeita, perdida na Escócia e sem identidade. Se só isso não basta, o pessoal daquela época presencia ela atuando como enfermeira e ela já passa a ser considerada uma bruxa por muitos.
A sinopse parece até um pouco branda, mas essa é só a ponta do iceberg e, se você gosta de porradaria desenfreada e sangue pelas paredes, com certeza vai encontrar aqui. Além disso, é importante avisar que a série não é recomendada para menores, tanto pela violência como pelo conteúdo sexual, ambos bem presentes na série.
Claire nos entrega desde o começo uma protagonista forte e inteligente, uma mulher decidida que não gosta de ser submissa a um homem e não os teme, o que para a época era impensável. Além do conhecimento amplo de medicina, a moça cresceu com o tio, que era arqueólogo, de forma que ela também manja bastante de história, o que vira um diferencial.
Nessa época de conflitos entre Escócia e Inglaterra, ela sabe quem são os inimigos, os aliados e do fato de que os escoceses estão marchando para a própria morte, na famosa batalha de Culloden. Faz parte da história, a gente tem que aceitar (será?).
Lembrando que o foco da série não é especificamente viajem no tempo, então vão acontecer algumas coisas, algumas possíveis mudanças no passado (e a própria influência da Claire) que não vão causar mudanças tão grandes no futuro, indo um pouco na contramão daquelas teorias de que o que você muda no passado afetaria o futuro. A série não entra em muitos detalhes quanto a essas questões temporais, então você apenas aceita, até porque não atrapalha o entendimento da história.
Para complicar mais ainda a vida da moça, temos Jamie Frazer (Sam Heughan), um guerreiro escocês por quem Claire vai gradualmente se apaixonando e, devido a algumas circunstâncias, se vê “obrigada” a casar com ele.
Então o coração de Claire fica dividido entre Jamie no passado e seu marido que está lá no futuro quebrando a cabeça, tentando entender o que aconteceu com ela. Só vou dizer que a química entre Claire e Jamie é real, nunca vi um casal tão apaixonado um pelo outro, que literalmente faz tudo um pelo outro.
Claire também vai sofrer um bocado por conta de um descendente de Frank, Jonathan Randall, que é a cara dele (claro né, é o mesmo ator), mas que é podre de caráter, mesmo sendo um oficial britânico. Enquanto ela o odeie e quer que ele suma, Claire sabe que ele precisa continuar vivo porque sem ele, seu marido nunca vai existir.
Não pense que a história fica presa somente na Escócia. Cada temporada somos levados a lugares diferentes, onde percebemos as diferenças culturais entre os países, como a França, algumas ilhas que são colônias de países europeus e, mais recentemente, o próprio Estados Unidos, pré independência (vou deixar esses spoilers aqui, só para dar um gostinho).
Outlander estreou em 2014 e conta, atualmente, com 5 temporadas (67 episódios), sendo que a sexta temporada já foi confirmada. As quatro primeiras estão disponíveis na Netflix (já a quinta… estamos no aguardo, dona Netflix). Além da história, a série ainda possui uma trilha sonora linda e a fotografia é uma arte a parte, com as paisagens, decorações, vestimentas…
E para deixar um pouquinho dessa atmosfera mística, vou colocar aqui a música de abertura da série, “The Skye Boat Song”, de Raya Yarbrough, com direito a algumas cenas da série (nenhum spoiler significante, garanto):
Por: Letícia Vargas
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