Série da HBO, Succession é umas das melhores já feitas, com inovações técnicas e atuações impecáveis.Ccom certeza vai entrar como uma das melhores séries já feitas.

Succession terminou no último domingo, dia 28 de maio, encerrando o drama da família o Roy. Nessas 4 temporadas, vimos uma obra para entrar na história da HBO e da televisão. Porém, em seu último capítulo, encerrou com um gosto amargo, um agridoce difícil de ingerir, mas nada que apague a genialidade da série. 

Succession conta a história da família Roy, donos de um poderoso império midiático da televisão aberta norte-americana, a Waystar. Logan Roy foi o fundador dessa empresa, capaz de influenciar na opinião pública, gerar debates públicos e desenvolver conteúdos em cinemas, parques temáticos, como se fosse a Disney ou uma Fox. Aliás, essa é uma história na vida de Rupert Murdoch, dono da Fox e Fox News. 

Logan, com seus mais de 80 anos de vida, precisa passar o seu posto para algum de seus filhos: Roman, Kendall, Shiv ou Connor, e a partir de então começa a briga entres os irmãos e pai para saber quem de fato será o próximo dono da Waystar.

Tivemos 4 temporadas de alto nível, sendo a primeira um pouco mais fraca. A série vai escalonando em termos de qualidade absurdamente, tendo seu ápice nas terceiras e quartas temporadas. Nessa 4 temporada, vemos o final surpreendente da intriga, porém não de forma tão boa (para mim).

Succession tem o mérito de ter um texto impecável, os diálogos, alguns quase monólogos, são geniais. Sempre com falas pontuais em momentos sentimentais, manipuladores, ou até mesmo deboches e ironias, carregando o peso da situação. O roteirista Jesse Armstrong fez um trabalho fantástico. 

Os atores em Succession são fora de série. Com atuações teatrais, os atores em Succession tem aqui um trabalho magnifico. Seja Shiv (Sarah Snook) em seus momentos dúvidas, e apesar de ser sagaz, ela se questiona a todo momento; seja Roman (kieran culkin) com seu sadismo e fetiches dignos de psiquiatra ou Kendall (Jeremy Strong) com sua fome de poder. Já o Logan (Brian Cox) quando aparece sempre tem falas empoderadas e autoritárias, com um discurso muito forte.  Todos eles parecem impecáveis e naturais em seus momentos, o que ajuda a dar vida ao texto incrível de Armstrong. 

As câmeras não usam cortes secos, mas percorrem os personagens durante as filmagens, em um grande plano sequencial, como se fosse um documentário sobre a vida deles, e isso traz um tom de espontaneidade e liberdade de improviso em alguns casos. Esse estilo de filmagens e fotografia mostra um trabalho artístico e criativos dos próprios cinegrafistas.

Um roteiro perfeito, atuações magnificas e um trabalho técnico excepcional faz com que Succession seja umas das melhores obras já feitas para televisão. 

Texto Por Rafael Bittencourt