Zack Snyder : Liga da Justiça – heróis da DC ganham sua redenção com a visão do Snyder Cut
Depois de 5 anos, polemicas e barulho dos fãs, Zack Snyder trouxe para o mundo sua visão de Liga da Justiça, agora um filme renovado depois da catástrofe que foi a visão de Joss Whedon.
A grande dúvida dos fãs da DC Comics era imaginar como Zack Snyder pensou na Liga da Justiça antes do seu desligamento em 2016. O filme de 2017 foi cheio de interferência dos executivos da Warner, e com a tentativa de Marvetizar a DC Comics com a entrada de Joss Whedon, (diretor dos Vingadores) a cataforese foi feita.
Agora, depois de tanta batalha, o Snyder Cut saiu na última quinta-feira, dia 18 de março, disponível no Brasil através do Google Play Filmes, Apple Tv e outros serviços on demand (aluguel de filmes). Nos EUA, Snyder Cut saiu como um original HBO Max. Uma versão bem melhor e épico da Liga da Justiça. Posso dizer que a Liga da Justiça de Zack Snyder é o melhor trabalho do diretor, pois reuniu elementos de seus dois melhores filmes: 300 e Watchmen.
O enredo, apesar de ser o mesmo, é contado de forma bem diferente, sendo mais uma obra com assinatura de Zack Snyder: sombria, tons frios de cores, paletas escuras e o enquadramento de 4:3, que da sensação de verticalização, sendo um filme mais sério, sem tantas piadas, ficando bem sóbrio e autêntico. Snyder Cut é um filme orgânico, sem a forçação de barra da versão do Joss Whedon.
A primeira hora é semelhante ao filme de 2017, mais fica por aí, a partir da segunda hora temos diferenças significativas entres as duas Ligas. Primeiramente, Cyborg e Flash ganham mais tempo de tela, e suas histórias são melhor desenvolvidas, o que acrescenta bastante para a história.
Cyborg em si é o centro do filme, pois ele está ligado diretamente às Caixas Maternas, e tem seu backgroud aprofundado, assim, podemos sentir suas dores, seus medos e a partir de então, entender sua história. Temos a origem de seus poderes, sua vida antes de ser o Cyborg, se tornando um protagonista da Liga da Justiça. O personagem, interpretado pelo Ray Fisher, tem a responsabilidade de fazer a conexão entre os heróis, Caixas Maternas e Darksied. Temos alguns momentos Watchmen, principalmente nos dilemas do Victor Stone, quanto a sua forma de herói.
Outro personagem que se transformou na Liga da Justiça – Snyder Cut foi o Flash. O velocista da DC Comics, assim como o Cyborg, também ganhou profundidade, deixando de ser um coadjuvante para ter sua importância dentro da drama. A Mulher Maravilha ganha uma personalidade diferente dos outros filmes: Diana está guerreira, envolvida, focada e séria, com sangue nos olhos, ganhando um desenvolvimento mais sisudo.
Apesar de não mudar muito no seu desenvolvimento, o Superman, quando ressuscita, volta com o uniforme preto, um momento de grande fã service, com uma citação direta aos quadrinhos. Quadrinhos que são diretamente referenciados: Reino do Amanhã, Cavaleiros das Trevas, Injusce, O Retorno do Superman, Piada Mortal, Flashpoint, entres outras HQs.
Liga da Justiça tem inúmeras características do Zack Snyder: câmeras lentas, tons escuros, fotografias que mais parecem pinturas renascentistas, uma tela vertical com a sensação maior de proximidade, tudo isso se justifica na narrativa homérica de Snyder. A câmera lenta presente nas batalhas, como nas cenas das amazonas ou dos atlantes, lembra muito as cenas de 300: grandes batalhas de proporções épicas e grandiosas, tentando dizer o quanto epopeico é aquela situação. Fotografias de obras renascentistas tentam mostrar como os super-heróis são os novos deuses, uma tela fechada e focada nos personagens e cores escuras para dar uma sobriedade e seriedade para o filme.
Zack Snyder reúne essas propriedades para contar uma história sobre Deuses e Homens, uma visão ou releitura dos antigos deuses gregos na Era dos Heróis, os guardiões da Terra, enfrentando perigos cósmicos cada vez mais ameaçadores. Zack Snyder enxerga a mitologia da DC bem particular, fazendo sempre uma analogia aos Deuses Gregos.
Assim, tudo em que o diretor trabalha é gigantesco e ambicioso, e Liga da Justiça é sobre os Deuses na humanidade, encarando um terror monumental e imponente. Algumas cenas não têm tanto valor para a história, sendo apenas um assessório usado para exibir a grandiosidade destes heróis. A trilha sonora de Snyder Cut colabora para momentos épicos do filme, utilizados em cenas de chaves e apresentação ou combate dos heróis.
Liga da Justiça de Zack Snyder é um filme totalmente diferente em relação à versão de 2017. Um filme excelente, mais coeso nas suas decisões e tons abordados. A história tem uma coerência e é bem montada. Portanto, não seria loucura dizer que esse seja o melhor de Zack Snyder como diretor.
Sinopse:
Impulsionado pela restauração de sua fé na humanidade e inspirado pelo ato altruísta do Superman, Bruce Wayne convoca sua nova aliada Diana Prince para o combate contra um inimigo ainda maior, recém-despertado. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha buscam e recrutam com agilidade um time de meta-humanos, mas mesmo com a formação da liga de heróis sem precedentes, poderá ser tarde demais para salvar o planeta de um catastrófico ataque.
Liga da Justiça de Zack Snyder está disponivel nos serviços on demand (alguel de filmes): Apple TV,Claro, Google Play Looke, Playstation, Sky, Uol, Play Vivo, YouTube e WatchBr, custando R$49,90
Autor: Rafael Bittencourt
Leia Também: 4 Razões para ver a série “9-1-1: Lone Star”, no STAR Channel
Siga @Nerdrecomenda nas redes Sociais
Comentários