Bye Bye Man e a memória para a entrada do terror
O que poderia ter sido uma boa história assustadora, acaba se tornando um mero filme para ocupar catálogo
Disponível na Netflix, “Bye Bye Man” é um filme que possui uma boa premissa e chama a atenção pela sua sinopse. Porém, a bagunça que ele possui, construída pela diretora Stacy Title, não satisfaz aqueles que buscam uma boa produção de terror para se entreter.
Lançado em 2017, “Bye Bye Man” (no Brasil, Nunca Diga Seu Nome) é um filme de terror que conta a história de Elliot (Douglas Smith), um universitário que acaba de se mudar para uma casa afastada junto com seu amigo John (Lucien Laviscount) e sua namorada Sasha (Crescida Bonas). Porém, o que os jovens não sabiam é que uma criatura estranha surgiria em suas vidas apenas por eles tomarem consciência de seu nome, Bye Bye Man.
Em uma noite, enquanto acontecia uma festa na casa de Elliot, sua sobrinha encontra uma moeda de ouro perto da escrivaninha do quarto de seu tio, uma porta pequena e estranha se abre, e logo após o ocorrido, a menina vai contar para Elliot o que achou. Mas tarde, ele checa a escrivaninha e percebe palavras escritas no móvel, “não diga, não pense, Bye Bye Man”.
A partir daí, os três jovens residentes da casa começam a passar por problemas e ter alucinações, os fazendo confundir o que é real e imaginário.
Pode parecer uma boa premissa: não pensar ou dizer o nome da criatura que está te assombrando para não morrer. Porém, essa história não supre os problemas que ela mesma apresenta.
Primeiro, não conhecemos muito bem as motivações do porquê Bye Bye Man está assombrando essas pessoas ou porque ele existe. Talvez pudéssemos deixar essa ausência de explicação passar, se ele não cometesse outro erro. Se a produção não se esforça para explicar a história por trás do espírito para o público e sanar algumas dúvidas sobre a trama, então ele só está aqui para assustar certo? Bom, também não é esse o foco. Claro, ele possui alguns momentos de susto e tensão, mas são curtos e não chegam a dar aquele terror constante.
Passamos quase metade do filme sem vermos a verdadeira face do Bye Bye Man, tendo conhecimento apenas das ações que ele é capaz de fazer com suas vítimas. O que vemos é algo que se alimenta do medo e da atenção que recebe dos que ele assombra, sendo impossível não pensar nele a cada coisa fora do normal que acontece.
Quando chega o momento do Bye Bye Man aparecer e tomamos conhecimento de sua face, a frustração é inevitável. Mesmo que durante o filme tenhamos tido certos indícios de como seria sua aparência, quando ela é revelada totalmente, chega a ser decepcionante. Teria sido muito melhor se os diretores tivessem deixado a aparência da assombração em aberto, coisa que deixaria ele muito mais assustador em nossas mentes.
Além disso, tem a presença do bibliotecário, que só é introduzida no meio do filme, e que aparenta saber muito mais da assombração do que os próprios protagonistas, mesmo nunca tendo ouvido falar do Bye Bye Man. Alguns momentos da trama, que eram para ser sérios e tensos, acabam se tornando engraçados e bobos, tirando ainda mais o terror do filme.
Claro que certos elementos em “Bye Bye Man” nos lembram que esse filme é um terror. A casa que os jovens moram possui um ambiente assustador, ela é grande, escura e com um vazio, mesmo com os móveis, que dão a sensação de que os personagens se vêem sozinhos em meio ao perigo. O possível caso de Sasha com o amigo de Elliot, sendo que em certas partes não podemos ter a certeza de início, se é uma ilusão causada pelo Bye Bye Man, ou se foi real, e a misteriosa porta pequena no quarto de Elliot (Coraline já nos ensinou que portas pequenas e estranhas devem ser evitadas).
Com isso, Bye Bye Man é um dos exemplos de filmes que se enquadra no gênero de terror apenas para ocupar espaço em um catálogo de Streaming. É uma produção que é atrativa pela sua capa e nome, mas decepciona pela história e desenvolvimento.
*Texto escrito por Renata da Silva
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