Duologia Six of Crows (Leigh Bardugo)
“- Você deseja realizar alguma outra proeza impossível?
Um sorriso muito sutil passou pelos lábios de Kaz. – Escrevo uma lista pra você.”
(Six of Crows – Leigh Bardugo)
“Sem Luto. Sem Funerais.”
Este é o lema dos Dregs, uma das mais influentes gangues do submundo de Kerch, na cidade mercante capital de Ketterdam, país a oeste de Ravka.
Kaz Brekker, também conhecido como o Mãos Sujas, líder dos Dregs, deve toda sua reputação às milhares de trapaças, golpes e traições que cometeu desde que surgiu como o delinquente mais ganancioso do Barril.
É exatamente por causa dessa fama que quando uma droga, capaz de aumentar os poderes Grisha, aparece misteriosamente, é por Kaz que os Senhores do mercado irão procurar para realizar uma missão impossível: invadir a Corte do Gelo, uma fortaleza impenetrável, na qual está preso o cientista inventor da droga.
Para colocar esse plano a la Missão Impossível em ação, Kaz vai precisar da ajuda de outras cinco pessoas escolhidas a dedo: Inej Ghafa, a Espectro, informante dos Dregs; Nina Zennik, grisha ex-soldado do exército ravkano; Matthias Helvar, ex-soldado druskelle, caçador de grishas; Jesper Fahey, o melhor atirador dos Dregs; e Wylan Van Eck, o novo integrante da gangue e peça fundamental no plano de Kaz.
A duologia, que conta com os livros Six of Crows e Crooked Kingdom, é o primeiro passo da autora Leigh Bardugo na expansão do universo Grisha, criado na Trilogia Grisha (resenha aqui). Agora com protagonistas mais velhos e acontecendo fora dos domínios de Ravka, a autora aposta num enredo menos ambicioso, já que, inicialmente, ninguém está tentando salvar o mundo. Mas claro que com o passar do tempo os personagens vão acabar percebendo que suas ações podem render um caos muito maior do que imaginavam: eles podem ser responsáveis por começar ou impedir um novo conflito armado envolvendo pelo menos quatro nações diferentes.
Apesar de ter sido lançada logo depois do último volume da Trilogia Grisha, a saga de Six of Crows nos mostra uma autora muito mais madura e habilidosa na arte de contar histórias.
Vários elementos que me fizeram torcer o nariz na Trilogia Grisha foram melhorados para essa nova série, entre eles a construção de relacionamentos românticos, inserção de motivações críveis para cada personagem, um maior cuidado na estruturação do enredo, e um balance mais delicado do drama inserido nas falas dos personagens.
Todas esses elementos são top de linha em Six of Crows, tornando-a uma história robusta, completa e cheia de reviravoltas ma-ra-vi-lho-sas que têm o poder de te deixar constantemente interessado, louco para saber o que o Kaz vai arquitetar para salvar o grupo do próximo perigo.
Outro ponto digno de elogio em Six of Crows é como a história ficou bem balanceada entre os seis protagonistas. Com tantos pontos de vista, é um trabalho duro fazer com que todos os capítulos sejam interessantes. Mas Leigh Bardugo deu seu jeito, e por mais que tenhamos nossos preferidos, é impossível achar a visão de qualquer um dos personagens chata. A trama também os utiliza com bastante equilíbrio, e no final da leitura, o leitor sai com aquela sensação de que todos os personagens tiveram sua chance de brilhar.
Six of Crows é um prato cheio para amantes de fantasia e histórias de planos impossíveis. Com essa série, eu fiz as pazes com a Leigh Bardugo e fiquei morrendo de vontade de ler King of Scars (O Rei das Cicatrizes), mais uma história do Grishaverso, focada no Nikolai, personagem icônico da Trilogia Grisha. O livro, no entanto, ainda está sem previsão de vir para o Brasil.
Mas quem sabe com o lançamento de Smoke and Bones, a série da Netflix que adaptará a Trilogia Grisha e Six of Crows, teremos mais livros do mundo Grisha sendo traduzidos para o português. Aguardo ansiosamente.
Classificação da Larissa (@cons.ciencialiteraria): 5 estrelas
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[…] Apesar da dificuldade de juntar essas duas histórias, esse trabalho foi realizado magnificamente pelos roteiristas da série. A forma como os Dregs são inseridos na trilogia Grisha é uma adaptação muito bem pensada do roteiro original: em ambos os casos a missão dos Dregs é se infiltrar em uma fortaleza impenetrável (o Pequeno Palácio, na série, ou a fortaleza Drüskelle, no livro) e acabar se envolvendo em um conflito muito maior do que seus objetivos iniciais. Conseguimos o mesmo plot na série? Ouso dizer que sim. (confira aqui a resenha de Six of Crows) […]