Love Victor – 3ª Temporada: Uma Última Chance Para Sentir o Amor
“Ser corajoso significa não ter medo de ter medo. Significa que você aceita o que é assustador. Por que, muitas vezes, as coisas mais assustadoras também são as mais importantes.”
E bem no meio das comemorações do Mês do Orgulho LGBTQIAP+, no último dia 15 de junho chegou as plataformas de streaming Hulu e STAR+ a temporada final de “Love Victor“, trazendo uma conclusão para os dramas desses personagens tão queridos.
Então, antes de falarmos sobre como foi o desenvolvimento desses últimos episódios, deixo aqui os links das resenhas da temporada 1 e da temporada 2 para caso você ainda não tenha conferido ou deseje relembrar brevemente o que aconteceu nos anos anteriores. Já deixo aqui também meu recado de que o texto abaixo pode conter alguns spoilers da nova temporada.
O último ano de “Love Victor” começa exatamente do ponto onde terminou a segunda temporada, com o personagem de Michael Cimino em frente a uma porta a qual levou diversos fãs a se questionarem: “Estaria Victor (Michael Cimino) em frente a casa de Benji (George Sear) ou de Rahim (Anthony Keyvan)?”
Imediatamente temos a nossa resposta e eu, particularmente, fiquei satisfeito com a revelação levando em consideração todo o percurso que havia sido percorrido até aquele ponto desde o início da série.
E, aproveitando a citação, o desenvolvimento de Benji durante toda a temporada é importante para que, finalmente, possamos entender todas as questões pelas quais o personagem já havia passado antes de nos ser apresentado lá no episódio piloto da série e as consequências delas nos dias atuais.
De fato, o seu problema com bebidas alcoólicas já havia sido citado brevemente nas temporadas anteriores, porém dessa vez conseguimos entender realmente quais os motivos que o levaram para este caminho e o fez chegar ao ponto em que chegou e esse, sem dúvidas, é um dos poucos pontos altos da temporada já que, dentre os três anos, esse acaba se tornando o mais mediano de todos.
Digo isso não apenas pela quantidade de episódios que, dessa vez, são apenas oito em comparação com as primeiras que tiveram dez episódios cada. A questão é que tudo parece ser muito corrido nessa terceira temporada, me levando a crer que tenha sido um erro não manter o padrão estabelecido anteriormente.
O roteiro também comete alguns deslizes no decorrer dos acontecimentos, criando situações e obstáculos demais para os personagens que acabam por inflar os episódios desnecessariamente. Inclusive, em alguns momentos, eu até cheguei a me questionar se realmente teria algum final feliz, uma vez que, em certo ponto, temos a impressão que todos os casais estão sendo direcionados para um mesmo caminho.
Também senti a falta de interação entre alguns personagens como Mia (Rachel Hilson) e Victor, por exemplo, que trocam pouquíssimas palavras dessa vez, como se eles sequer tivessem sido próximos algum dia. Ainda sobre Mia, o plot envolvendo o reencontro com sua mãe se dá de forma tão rápida que, pouco tempo depois, já até esquecemos que ele, um dia, aconteceu.
O irmão mais novo de Victor, Adrian (Mateo Fernandez), que havia recebido um breve destaque na temporada anterior devido a separação de seus pais e tinha algumas aparições no geral, agora foi completamente esquecido, assim como todo o núcleo envolvendo o time de basquete.
Em compensação, a mãe de Félix (Anthony Turpel), Dawn, interpretada novamente por Betsy Brandt, ganha alguns novos momentos durante a temporada e é muito reconfortante ver como a personagem está melhorando e evoluindo no seu tratamento e a performance de Betsy, mesmo que em cenas rápidas, é completamente hipnotizante.
Os pais de Victor, Armando (James Martinez) e Isabel (Ana Ortiz), agora reconciliados, também vivem um novo momento e Isabel busca se redimir em relação ao seu comportamento do ano anterior e Ana Ortiz consegue cumprir essa missão perfeitamente com o seu ótimo desempenho e grande carisma já costumeiros.
A temporada também introduz alguns novos relacionamentos como entre Lake (Bebe Wood) e Lucy (Ava Capri), a qual ganha um pouco mais de destaque e Félix (Anthony Turpel) e Pilar (Isabella Ferreira) que também amadurecem um pouco mais os seus laços.
Rahim (Anthony Keyvan) também encontra o seu próprio caminho nos episódios finais, além de trazer a tona mais uma importante discussão para a série envolvendo preconceito e homofobia rendendo um dos momentos mais marcantes da temporada.
E, claro, não podemos esquecer de mencionar Nick, o novo personagem interpretado por Nico Greetham, que, apesar de não ter um aprofundamento na sua história, rapidamente nos conquista e também apresenta um outro lado da comunidade gay que ainda não havia sido explorado.
Depois de três anos acompanhando a história de Victor Salazar, sinto que o seu desfecho poderia ter sido um pouco melhor desenvolvido e, com isso, teríamos um final mais satisfatório do que o que nos foi entregue.
Mas, de qualquer forma, acompanhar o processo de amadurecimento de Victor no decorrer dos anos e ver todas as situações que precisou enfrentar para conseguir o seu final feliz me faz chegar a conclusão de que sim, foi uma ótima jornada.
É estranho pensar que, provavelmente, nunca mais veremos esses personagens novamente, mas ainda assim, em tempos que diversas séries são canceladas a torto e a direito, é muito bom saber que as histórias contadas aqui tiveram suas devidas conclusões por mais corridas que tenham sido elas.
Provavelmente eu irei revisitar muitas e muitas vezes essa produção em um futuro próximo e espero que você também tenha apreciado esse capítulo do SimonVerse tanto quanto eu.
As três temporadas completas de “Love Victor” já estão disponíveis no STAR+ e, caso você deseje mergulhar ainda mais nas histórias de Creekwood, além do livro Simon vs. a Agenda Homo Sapiens, o qual também possui uma adaptação cinematográfica chamada “Com Amor, Simon” (Love Simon, no original) lançada em 2018, a escritora Becky Albertalli também escreveu outros três livros chamados “Os 27 Crushes de Molly“, “Leah Fora de Sintonia” e “Com Amor, Creekwood“, todos ambientados no mesmo universo de Victor e Simon e publicados aqui no Brasil pela editora Intrínseca.
“Love Victor” chegou para expandir o SimonVerse e, acompanhado de uma ótima trilha sonora, falou sobre os mais diversos temas, desde descobertas sexuais, aceitação, passando também por preconceitos e chegando, enfim, ao amadurecimento buscando sempre um caminho responsável de como abordar cada um dos assuntos que foram propostos e, como o próprio título da produção diz, com muito amor.
Espero que muitas outras produções como essa continuem surgindo e que a comunidade LGBTQIAP+ possa ganhar ainda mais força dentro da indústria, por que essas histórias precisam e merecem ser contadas. Até a próxima!
Texto Elaborado por Jamerson Nascimento.
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