A cinebiografia “Mamonas Assassinas – O Filme” estreia nos cinemas de todo Brasil em 28 de dezembro

Mamonas Assassinas, a famosa banda de rock nacional, sucesso dos anos 90, chega as telas de cinema para mostrar a ascensão rápida e de sucesso, dos 5 rapazes de Guarulhos que tinham uma mente muito criativa para compor músicas e um sonho, de serem os maiores do Brasil.

Dinho, Júlio, Bento, Sérgio e Samuel, cinco jovens de Guarulhos, na grande São Paulo, começaram uma banda que, diferente do que se pensa, não era “Mamonas Assassinas”, mas “Utopia” o nome original do grupo. A história do filme começa 5 anos antes do sucesso astronômico, com Dinho se juntando a banda Utopia, que já existia e incentivando os meninos a sonharem alto e gravar um disco.

Diferente do que se pensa, o primeiro disco deles, como Utopia, foi um fracasso de vendas. As músicas não tinham originalidade, só imitando a forma de compor músicas de outras bandas de rock que falavam sobre sofrer por amor ou criticavam a política. Porém, foram em ensaios, na brincadeira, que o produtor deles viu o verdadeiro potencial dos meninos e os incentivou a escrever músicas divertidas, escrachadas. E, acreditem se quiserem, no começo eles resistiram um pouco, não queriam ser uma piada, achavam que não fariam sucesso.

“Mina, seus cabelo é daora. Seu corpão violão…”, palmas para a primeira música gravada em estúdio, já nessa nova fase da banda que, após algumas outras composições, adotou o nome de “Mamonas Assassinas”.

Com o passar do tempo, vamos vendo o avanço da banda e a fama chegando. E, com a fama, sempre temos as pessoas que se aproximam por interesse, então temos esses fatores abordados também, o que acabava gerando pequenos conflitos na banda. Mas, os meninos também não eram santos, não passarei pano para marmanjo que tem namorada, mas sai para comemorar e curtir com outras mulheres (estou de olho!)

Destaque para a caraterização dos atores que estão a cara dos cantores, além de usarem o figurino original da banda: Ruy Brissac como Dinho, Robson Lima como Júlio, Alberto Hinoto como Bento, Rhener Freitas como Sérgio e AdrianoTunes como Samuel. Um fato curioso é que Ruy Brissac já havia interpretado Dinho na versão adaptada para o teatro, o musical dos Mamonas, e Alberto Hinoto interpreta o próprio tio, que era o guitarrista da banda.

Reparem nos detalhes! Ao longo de todo o filme podemos ficar caçando easter eggs das músicas, seja alguma frase que eles falam, ao no cenário, como a brasília amarela e o tal “alemão” que roubou a namorada do Dinho. E tudo, simplesmente tudo, virava música para a banda, tanto que o primeiro e único disco como Mamonas Assassinas foi um sucesso e recorde de vendas. Eles estavam na rádio e nas emissoras de TV, o Brasil vivia o fenômeno Mamonas Assassinas.

Vale dizer que a cinebiografia tem a intenção de retratar a escalada ao sucesso da banda, então não chegamos ao momento do acidente em si, que acometeu todos os membros. Temos, no máximo, uma cena de um dos membros falando sobre estar com um mau pressentimento quanto ao voo, coisa que realmente vimos que aconteceu em reportagens, mas o foco não é a tragédia. Afinal, a tragédia todos conhecem, que os meninos estavam voltando do último show da turnê, em Brasília, e iriam começar a carreira internacional em Portugal, mas o jatinho se chocou com a Serra da Cantareira e todos que estavam a bordo faleceram.

O foco do filme é trazer uma mensagem, repetida por várias vezes, sobre acreditar e correr atrás de seus sonhos. Mesmo que alguém tente te colocar pra baixo, não deixar isso te afetar, porque um dia, como o Dinho disse, ele estava ali na plateia e depois ele chegou ao palco.

As músicas da banda foram regravadas no estúdio, pelos atores. Sinto que tive a experiência completa, não senti falta de nada, já tendo ciência que não tratariam do acidente em si. Acho que o filme é uma ótima experiência para os fãs e até para quem não é fã. E, apesar do estilo das músicas que conhecemos, o filme é bem “safe” no sentido de não ter violência, sexo, drogas, nem mesmo muito palavrão (quase nenhum, por sinal). Deixo claro que não ter nada disso não estraga a experiência do filme, só o torna mais acessível para outros públicos.

Por: Letícia Vargas