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Por: Letícia Bortoleto Vargas 23/02/2023
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Maternidade – nasceu… e agora?

Porque nem tudo são flores ao se tornar mãe, mas vale a pena

Maternidade é um dorama sul-coreano curtinho, de 8 episódios, disponível na Netflix. A trama traz um grupo de mães e suas adaptações para essa nova fase da vida, cada uma com questões e pontos de vistas diferentes sobre o que é ser mãe, como criar os filhos, etc.

A protagonista, Oh Hyeon-jin (Uhm Ji-won), é a diretora mais jovem de uma grande empresa, uma carreira de sucesso que acabou levando-a a se tornar mãe mais tarde. Dessa forma, ela é a mãe mais “velha” a dar entrada no centro de atendimento pós-parto, um ambiente feito para a recuperação da mulher, além de adaptação e aprendizado entre mãe e bebê.

Neste local, ela logo percebe que existe uma hierarquia no local, e que ela, obviamente, está no final desta hierarquia, como uma mamãe de primeira viagem que já passou da idade. No topo, vivendo dos paparicos das outras mães, está Cho Eun Jung (Park Ha-sun), a “abelha rainha”, com uma família perfeita, rica, gêmeos lindos e experiência de sobra para lidar com seu terceiro filho que chegou.

Maternidade

O primeiro embate que temos já é entre as duas que não poderiam ser mais diferentes, principalmente porque Hyeon-jin é o que conhecemos, atualmente, sendo a mãe que tem uma vida profissional, além da família, precisa voltar da licença maternidade e teme ser substituída no trabalho. Já Eun Jung é a defensora daquele estilo de mãe mais tradicional, que fica em casa, focada em cuidar dos filhos e ser uma mãe e esposa exemplar. Então batemos várias vezes nessa tecla de “só porque eu quero voltar a trabalhar, eu sou uma péssima mãe?”; “ser mãe não é trabalho?”

Apesar de os pesares, fica claro para a protagonista que não dá para passar por isso sozinha, sem ajuda, então ela logo começa a puxar o saco da abelha rainha também, mesmo discordando das coisas, mas pela orientação e dicas muito úteis que ela passa, como: procura de creche, babá, leite materno, etc.

Quando você pensa que o mundo está em paz, logo aparece uma nova mamãe para abalar o sistema do centro. Lee Roo-da (Choi Ri) é uma jovem mãe de primeira viagem com ideias mais atuais sobre o que é ser mãe. Ela se autodeclara mãe solteira, sem vergonha nenhuma (na Coreia, isso é uma questão).

Maternidade

Já deixa claro que voltará a trabalhar também por seu trabalho ser importante e que ela não é só “mãe de fulano”, quer ser chamada por seu nome (no país é comum as mulheres serem chamadas como mães de x, tipo “mãe da Maria” e não pelo próprio nome).

Com essa nova mamãe, chega um debate também muito importante, a questão da amamentação no peito ou por meio da fórmula para bebês. O dorama não romantiza a questão, quer dizer, tirando a rainha da romantização Eun Jung, ele mostra como amamentação, por mais que seja um momento de conexão entre mãe e bebê, nem sempre dá certo.

É um processo difícil e doloroso, principalmente para a mãe, por isso, ou mesmo por questões de voltar a trabalhar cedo, muitas optam por desmamar os bebês mais cedo. Lee Roo-da, por sinal, já chega com o ultimato de que não tem a intenção de amamentar, já vai dar direto a fórmula (está instalado o caos).

Maternidade

O foco do dorama é a maternidade, mas também temos a abordagem de outro tema que, infelizmente, acaba sempre caindo sobre a mulher, o de “manter o casamento”, como se fosse obrigação dela. Então, além de um recém-nascido, ela precisa dar atenção ao marido, não ser insuportável (mesmo tendo acabado de parir e estar com os hormônios a flor da pele) e ainda se preocupar que ele não esteja pulando a cerca só porque agora ela é mãe e talvez ele não a veja mais como mulher. Te contar, ser mulher é complicado, mas não deveria ser.

E não pense que ficamos só no dia a dia das mamães, temos direito a um suspense, envolvendo uma pessoa misteriosa que está de olho no filho da protagonista por motivos que não posso revelar… E não deixa de ser outro tema de discussão, então vale super a pena ficar ligado.

Maternidade é um ótimo dorama, levinho, mesmo se você não viveu essa fase da vida, como esta que vos escreve, é interessante relacionar, se não a si mesma, imaginar como suas próprias mães/avós/tias (ou seja lá quem criou a pessoa que você é hoje) vivenciou essa experiência. 

Por: Letícia Vargas

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