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Por: Redação Nerd Recomenda 25/12/2021
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A Matrix nunca foi tão real quanto em Ressurections

Matrix está de volta as telas com a chegada de Ressurections, com novos personagens, novas ideias e o mesmo senso crítico de questionar o mundo ao redor

Tudo começou com uma ideia, lá em 1999, quando as irmãs Wachowski no saguão de entrada para o novo século, criaram o filme que seria o anfitrião da ficção científica no novo século. 

A ideia central de Matrix sempre foi instigar o público a questionar a realidade ao redor, e realmente era uma ideia muito boa e original. Poucos filmes fazem o espectador colocar o cérebro para pensar como a obra das Wachowski fez lá em 1999, porém como toda boa ideia que se torna rentável, o filme inevitavelmente se tornaria uma franquia, com continuações que não se aproximaram da genialidade do primeiro filme, e assim em 2003 com dois filmes lançados no mesmo ano, a trilogia Matrix foi finalizada com Revolutions. 

E hoje, 18 anos depois do lançamento do último filme da franquia, o universo de Matrix está de volta as telas com Ressurections, dessa vez dirigido apenas por Lana Wachowski, sem a parceria de sua irmã que não quis retornar para o novo filme. 

matrix

Ressurections começa ambicioso, muito parecido com o que foi o primeiro filme inclusive. O final de Revolutions dá a entender que Neo e Trinity morreram fazendo o sacrifício supremo para encerrar o conflito entre máquinas e humanos, e logo no começo vemos o que esse sacrifício significou para o mundo da Matrix. 

A figura de Neo se tornou basicamente uma lenda, inspirando outras pessoas a ir atrás da verdade, a famosa pílula vermelha e isso de fato é bem legal, até o momento que o próprio Neo aparece na trama, entediado, atormentado pela própria mente, e novamente aprisionado dentro da Matrix. De volta à pele de Thomas Anderson, Neo é agora um programador de jogos famoso, que alcançou seu sucesso criando um jogo chamado Matrix, baseado nas memórias esquecidas dentro de sua mente escravizada, porém sua mente é atormentada e não sabe mais distinguir a realidade da ficção, é nesse contexto que entra o personagem do psiquiatra, interpretado brilhantemente por Neil Patrick (wait for it) Harris. 

Apresentando muito carisma o Psiquiatra não aparenta ser uma ameaça tão formidável quanto o Agente Smith foi na última trilogia, mas conforme o filme vai passando ele vai se revelando uma ameaça extremamente calculista para Neo, ao ponto de deixar o espectador completamente perdido dentro da história, chega um ponto na história em que não dá pra saber o que é real e o que é ficção, se é o Neo quem está ficando louco ou nós que estamos assistindo. Os novos personagens humanos também estão impressionantes, mas quem realmente rouba a cena é Trinity e Neo, Carrie Anne Moss e Keanu Reeves estão impressionantes.

A imersividade da história está incrível e merece elogios, os momentos de quebra da 4°parede são tão legais a ponto de fazer o espectador se sentir parte da conversa entre os personagens, elevando o conceito da Matrix a um novo nível, e o mais legal é que essas quebras estão intrinsecamente alinhadas com a crítica que o filme está construindo. 

Ali pelo meio do filme dá pra perceber que a produção se empolgou bastante com as novas tecnologias do cinema, e muitos dos elementos que faziam matrix ser tão icônico acabaram deixadas de lado. O visual couro preto e óculos escuro foi substituído por visuais mais coloridos e extravagantes, as cenas de luta repletas de coreografias marciais empolgantes foram trocadas por explosões ao melhor estilo Michael Bay. 

Mas uma coisa que não se pode negar é que a crítica que o filme apresenta sobre a própria indústria do entretenimento e a sociedade moderna é, mais uma vez, muito precisa. Em meio a tantos filmes de orçamentos milionários cheios de explosões, efeitos especiais e roteiros duvidosos, estão cada vez mais escassos os filmes que realmente tentam apresentar ao público uma ideia original e que instigue a pensar, como foi Matrix lá em 1999.  

Hoje muito do que se vende é a sensação de nostalgia, de ver algo que fez parte da infância de muitos dos jovens adultos atualizado aos tempos modernos, sem apresentar uma boa ideia, sempre mais do mesmo de novo e de novo, o filme brinca com isso de maneira tão brilhante que você fica com cara de bobo quando percebe que é essa mensagem que estão tentando passar, ainda mais se você pensar que a própria franquia Matrix vem dessa cultura atual de reviver histórias do passado. 

Talvez Matrix: Ressurections não renda o esperado pela Warner Bros, devido à data de lançamento ingrata do filme e a concorrência desleal por parte da concorrência, o que pode atrapalhar as possíveis sequências que o final do filme deixa em aberto, mas a franquia das irmãs Wachowski continua sendo aquela que pelo menos tenta fazer o público pensar, sem entregar mais do mesmo. 


Leia Também: Matrix e o advento da ficção científica no século XXI


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