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Por: Redação Nerd Recomenda 03/04/2021
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Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta | Conheça o movimento Riot Grrrl que inspirou a protagonista

O movimento underground Riot Grrrl foi criado para dar espaço e liberdade para mulheres dentro do cenário punk para lutarem contra a opressão social misógina sofrida pelo hard rock

No filme Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta, Vivian a protagonista, tem um empurrão para começar uma revolução na escola, ao viajar nas memórias de sua mãe, e encontrar alguns manifestos feitos por ela na época em que fazia parte de um movimento punk feminista em 1990 chamado Riot Grrrl.

No longa não há aprofundamento do que de fato foi o movimento que traria impactos na cultura até hoje, mas para entendermos melhor o que foi essa revolução musical feminista temos que voltar por volta dos anos 70. Nesta época, o punk era feito por homens e para homens, e as mulheres sentiam que não tinham voz na cena, então elas trouxeram uma resposta feminina para trazer o feminismo à tona através da música punk.

Mas o que iniciou esse movimento ? Os Fanzines, manifestos que aparecem no filme encontrados por Vivian, entraram na cena do punk britânico nos anos 70 como uma forma de faça-você-mesmo para compartilhar a cultura punk e criticar a sociedade. Em um desses fanzines, um cantor escreveu que o punk não era para garotas, e em resposta, a cantora Tobil Vail escreveu em seu manifesto autoral, “Eu me sinto deixada de fora de tudo, isso é tão importante para mim, e parte disso é porque o punk é voltado e feito para garotos”. Kathleen Hanna também se sentia da mesma maneira e juntas criaram seu próprio Fanzine chamado “Bikini Kill”.

Através de Fanzines, os panfletos com mensagens autorais juntaram outras mulheres com ideias semelhantes para formarem uma comunidade que teria um mesmo ideal, e para que pudessem se apoiar umas nas outras e promoverem suas músicas na cena do Punk. 

Em outubro de 1990, Vail e Hannah se juntaram a Billy Karen e Kathy Wilcox para formarem a banda Bikini Kill. No ano seguinte, outra banda feminista surgiu, a Breatmobile, e elas se tornaram pioneiras no movimento Riott Girrrl.

Através do segundo fanzine autoral, o manifesto Riot Girrrls, surgiu oficialmente o movimento underground. O nome “Riot” veio inspirado de “Girl Riot”, frase de uma carta que se referia aos tumultos raciais de Mount Pleasant, pois elas achavam que as mulheres deveriam fazer um um tumulto semelhante, e a parte “Grrrl” representa as mulheres jovens, onde elas acreditam que eram mais empoderadas quando crianças e ainda não eram forçadas a enfrentar a opressão da sociedade.

O manifesto “Riot Grrrl” teve diversos aspectos, como criar um espaço em que as mulheres fossem livres e pudessem se comunicar, sem ter que se assimilar com os padrões masculinos. Também, queriam revolucionar o Faça-Você-Mesmo do punk rock, pois sentiam que esse termo havia ficado obsoleto por causa do capitalismo. 

Com os Fanzines foram arrecadados recursos para ajudar jovens homossexuais, mulheres que haviam sofrido abuso sexual ou que estavam lutando com doenças mentais. E assim, ficou comum que se distribuíssem panfletos nos shows, o que juntou mais pessoas para apoiarem e respeitarem as mulheres. 

Um fato interessante, também, é que o movimento influenciou no nome do maior hit da banda Nirvana, Smells Like Teen Spirit. No livro “Dance of Days: Duas Décadas de Punk na Capital dos EUA, Hanna fala sobre Kurt Cobain e como ele apoiava o movimento feminista, e ela teria pichado em algum lugar “Kurt cheira a Teen Spirit”, Teen Spririt era a marca de um perfume feminino. 

Esse movimento também deixou de tratar o feminismo só como um tema acadêmico e o inseriu de uma forma mais descolada na cultura musical. Além de trazer a discussão do empoderamento feminino ao mainstream, dando maior visibilidade às artistas da época. E até hoje podemos ver os impactos, como a banda Pussy Rock e White Lung, remanescentes do movimento. Riot Grrrls foi uma revolução libertadora, forte e feminina que causou um real impacto na cultura musical e serviu de um bom exemplo para inspirar jovens em um filme atual.

*Texto por Pollyanna Santos


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