Ni no Kuni II: Revenant Kingdom – o que mudou em relação ao primeiro jogo?
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é um RPG de ação desenvolvido pela Level-5 e publicado pela Bandai Namco Entertainment em 2018. O jogo foi lançado como a sequência de Ni no Kuni: Wrath of the White Witch, que conquistou o público em 2011 com sua arte desenvolvida pelo famosíssimo Estúdio Ghibli, conhecido por histórias como Princesa Mononoke, O Castelo Encantado e A Viagem de Chihiro.
Apesar de ser considerada uma sequência do primeiro título, preciso deixar claro que Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é um jogo completamente desvinculado do primeiro jogo da franquia. Logo, não é preciso ter jogado seu antecessor para entender bem a história desse jogo.
Inclusive, em diversos aspectos Ni no Kuni II: Revenant Kingdom não tem NADA a ver com o Ni no Kuni: Wrath of the White Witch. Mas será que essas mudanças foram para bem ou para mal? É sobre isso que vamos discutir hoje.
Primeiramente, neste novo game, os desenvolvedores jogaram fora a ideia de batalha com familiares. Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é naquele estilo rack and slash que têm sido aplicado em tantos RPGs atuais, misturando áreas onde as batalhas acontecem no mesmo cenário em que o personagem se movimenta, com áreas onde temos a clássica “pausa para batalha” dos RPGs clássicos, quando, ao topar com o inimigo, um novo cenário aparece para a luta.
Pessoalmente, essa mudança causou uma mudança ENORME no meu divertimento, de forma positiva. Eu não era muito fã das batalhas com familiares do jogo anterior. Senti que com as novas mudanças, percorrer o mundo e atravessar as dungeons ficou muito mais natural e menos cansativo.
Outra mudança importante foi a consistência do enredo do jogo. Se o Wrath of the White Witch tinha boas ideias, mas um plot fraco com personagens bem esquecíveis, dessa vez a coisa foi bem diferente. Não vou dizer que o plot ficou muuuito mais complexo, mas ele está bem mais consistente, pelo menos, e todas as informações entregues durante o jogo realmente fazem diferença.
O que eu senti falta: as almas gêmeas. Em Revenant Kingdom o jogo acontece 99,9% no próprio Ni no Kuni, e menções ao “mundo real” só acontecem no início e no final do jogo, focadas no personagem Roland.
Uma certa reciclagem de ideias no plot final do jogo, e uma forçadinha na explicação de um certo personagem, me decepcionaram um pouco? Sim, mas acho que não dá pra ganhar todas, não é?
E já que estamos no assunto, vamos falar sobre os personagens. Mais importante: vamos falar sobre o Evan. É por ESSE tipo de protagonista que eu jogo RPG!!!!
Evan ganhou meu coração logo nas primeiras horas de jogo, se mostrando um protagonista muito mais pró-ativo, carismático e gostável do que eu esperava. Sem falar que o enredo leva a história dele por um caminho ligeiramente diferente do que esperaríamos para um plot do tipo “príncipe renegado”.
Por quê? Deixa eu te explicar por que esse menino tem todo o meu respeito.
Começamos o jogo com um golpe de estado. O pai de Evan, rei do reino de Ding Dong Dell, é morto, e Evan consegue fugir e salvar sua vida graças à ajuda de Roland, que aparece misteriosamente e o escolta para fora do palácio. Sem pai nem mãe, sem reino, sem dinheiro, sem NADA, eu estava esperando uma cena chorosa seguida por um “e agora começa minha jornada para recuperar meu reino”.
Mas não!! Evan, como um lindo projeto de rei, levanta a cabeça e praticamente fala “Quer saber? Tiraram meu reino de mim? Então vou construir OUTRO e REINAR! E ainda por cima vou fazer TODOS os outros reinos DO MUNDO me reconhecerem como rei, e fazê-los assinar um tratado de paz e ACABAR com as guerras!!”.
Yesssssssssssss!!!! Esse menino virou meu herói.
Claro, apesar de personagens interessantes como Evan, Roland, e o misterioso garoto com quem Evan conversa em sonhos, os outros personagens caem sim naquela categoria de secundários esquecíveis. Embora com mais personalidade do que os do primeiro jogo, devo ressaltar.
Outras diferenças importantes:
– Modo construção do reino: isso mesmo, assim como um Animal Crossing ou SimCity, ajudamos o Evan a levantar seu reino. Construímos instalações (muito úteis para side missions), e angariamos novos cidadãos (conseguidos em side missions também), que poderão ser alocados em diferentes atividades que ajudarão o reino a prosperar.
– Modo batalha de exército: como um rei digno, Evan também deve liderar seu exército em diversos conflitos, como a defesa de suas fronteiras ou enfrentamento de ladrões.
– Exploração do mundo: agora a exploração do mundo é bem mais independente. A missão principal vai te fazer passar por todas as áreas do mapa, mas se depender dela, você vai passar direto por várias áreas interessantes.
– Personagens jogáveis: até o final do jogo, sua party possuirá até 6 personagens, entre os quais o jogador poderá variar de acordo com sua preferência.
– IA da party: se você leu minha resenha de NI no Kuni: Wrath of the White Witch (link aqui) sabe o quanto eu SOFRI na mão daquela inteligência artificial que cuidava da minha party quanto eu não estava olhando. Graças a tudo que é mais sagrado, em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom esse problema não existe mais, e eu devo muito à minha linda party, que me salvou de vários apuros.
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é uma experiência completamente diferente do primeiro título da série, e ouso dizer, para melhor. Com dois jogos tão diferentes entre si, é difícil dizer se a desenvolvedora pretende testar ainda novos estilos num próximo jogo, ou se a franquia irá se firmar em algum estilo de preferência.
Apesar da dúvida, visto o quão melhor foi minha experiência com Ni no Kuni II: Revenant Kingdom, minhas expectativas para um possível próximo título estão em alta. No futuro, espero ser surpreendida positivamente de novo!
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom está disponível para PC e PlayStation 4. Infelizmente, dessa vez, o Nintendo Switch não entrou na lista de consoles nos quais o jogo foi disponibilizado.
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